Conferi a lista de alunos pela vigésima vez tentando taxar aquilo como uma coincidência, porém algo em mim gritava que algo estava errado. Pode-se chamar de instinto, intuição, loucura... O que quiser, mas tinha algo ali que eu precisava descobrir o que era.
— Tem certeza que isso não é implicância?
Kihyun perguntou me assistindo encarar a página na internet, desviei o olhar para ele com uma expressão desapontada.
— Eu sei que a minha mente parou nos dezoito anos mas eu não sou uma adolescente imatura. — Fiz uma pausa antes de virar meu corpo em sua direção. — O pai dela é um neurologista não é? Você não acha tudo isso estranho?
— O cara está desenvolvendo um remédio que trata alzheimer, Sunny! Ele não parece ser um psicopata... E caramba ele está tão perto, o único problema é o efeito colateral qur dá queda de cabelo mas...
Eu parei de prestar atenção aí, foi como se ele tivesse apertado um botãozinho que fazia tudo se encaixar, levantei num pulo fazendo ele parar o imenso discurso que eu não sei nem metade. Olhei para ele embasbacada e repeti.
— Queda de cabelo...
— É, você não estava prestando atenção?
— Queda de cabelo, drogas injetáveis... — Murmurei alisando os fios curtos.
— Está tudo bem? — Ele perguntou colocando a mão em meu ombro e me olhando com aquele olhar preocupado de novo.
— Me leva para a delegacia, agora.
— Que bom, agora virei Uber. — Resmungou pegando seu casaco.
— Vamos Kihyun, é importante.
Entrei na delegacia, elétrica e inquieta. Me esquivei da pergunta da agente Kang e fui diretamente até a mesa de Hoseok, ele sorriu para mim com sua gentileza habitual e me perguntou como eu estava, serenamente.
— Eu sei quem foi, sei quem é o culpado só preciso de mais uma coisa para ter certeza. — Sussurrei para que só ele ouvisse.
Ele arregalou os olhos e se levantou rapidamente.
— Vamos, temos bastante para conversar, mas não aqui.
Ele olhou em volta e depois voltou o olhar para mim, esperando minha permissão, concordei com a cabeça e o segui até o carro.
— Eu já iria te contatar, consegui estabelecer contato com seus pais, eles querem te ver antes de permitirem a visita.
Franzi o cenho estranhando seu comportamento, eles me evitavam ao máximo durante toda minha infância, por que queriam me ver?
— Por que?... Tá não vem ao caso agora, eu sei quem é e tudo se encaixa perfeitamente. Só preciso ouvir a voz dele e poderei te entregar o culpado.
— OK, pode dizer. — Ele encostou o carro e me dirigiu toda sua atenção.
Antes de falar quem era, eu expliquei detalhadamente como cheguei naquela conclusão, eu tinha medo de Hoseok me achar paranóica se ouvisse o meu palpite de primeira, esclareci minhas ideias, respirei fundo e continuei traçando uma linha de raciocínio que fazia sentido, não achei um motivo para tal crime mas tudo apontava para ele.
— Tem certeza? — Perguntou apreensivo, àquela altura ele já sabia de quem se tratava.
— Tenho, tudo me diz que é ele.
— Mas por quê? O que o levaria...
Ele parou de falar, seu semblante era tranquilo mas estava claro que sua mente trabalhava insanamente. Sua determinação estava à flor da pele e eu tinha certeza de que ele tinha chegado a algum lugar.
— O que foi? — Perguntei num sussurro curioso.
— A esposa dele... Do que ela morreu mesmo?
— Eu era criança quando a notícia saiu, eu não lembro. — Disse decepcionada por não poder ajudar.
Ele tirou o celular do bolso e digitou rapidamente o que procurava, cheguei mais perto para poder ver o resultado.
— Ela caiu da escada, por conta do... — Sua voz falhou e eu falei por ele.
— Alzheimer.
Nos entre olhamos compartilhando do mesmo sentimento. Temos o nosso culpado.
— Precisamos de um mandato. — Disse acelerado.
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Just another page (Hiatus)
Mystery / ThrillerA reaparição de uma garota esquecida seria o ponto final ou só uma vírgula? "Eu te amo pelo que você é, pelo que você foi e eu te amo pelo que você ainda vai ser".