Liam ofereceu-me uma cerveja e aceitei, pois ainda estava esperando Max falar alguma coisa.
- Então seu pai não disse nada para você sobre isso?
- Não, ele me entregou e depois morreu. - disse olhando para o chão e recordando aquela noite...
Era uma noite de domingo de dezembro e estava chovendo muito forte. A energia havia acabado, mas não se podia esperar muito daquela velha casa onde meu pai morava. Eu estava buscando um copo de água para ele quando vi um vulto preto passar, eu estava cansada então pensei que era só isso, cansaço. De repente lá do quarto, ele gritou, então corri e deixei o copo cair, mas parecia que não conseguia sair do lugar porque quando cheguei, era tarde demais. Sua boca estava cheia de sangue, uma mancha vermelha começava a expandir em seu peito. Ele estava segurando algo bem forte, mas abriu suas mãos e disse bem baixinho: "Guarde isso como sua vida." Então ele parou de falar, seus olhos tinham paralisado, fechei os meus e peguei aquilo, era um medalhão dourado e nele havia um desenho de um pentagrama e uma cruz e ambos estavam juntas. Depois do enterro resolvi pesquisar sobre o significado daquilo, achei várias páginas na internet que dizia a mesma coisa: Chama-se Medalhão Sagrado e o símbolo significava que podia ser usado tanto para coisas malignas, quanto para coisas divinas, então bem naquele momento as luzes do meu quarto começaram a piscar e o computador desligou sozinho, me levantei rápido e corri para a porta do quarto, imediatamente as luzes voltaram ao normal. Decidi colocá-lo dentro de uma caixa e nunca mais abrí-la novamente. Seja lá o que aquilo era, eu não queria saber.
- Tudo bem. Vou te explicar exatamente com o que está lidando. - Max disse - Esse homem que estava te seguindo, queria seu medalhão para uma única coisa: abrir o portal. E muito mais desses homens irão vir atrás de você.
- Que portal? - disse tomando um gole de cerveja.
- Do inferno. Se esses homens conseguirem esse medalhão irão soltar vários demônios para a terra. Mas podemos impedir isso Luane, juntos.
- Como?
- Destruindo o medalhão e com as duas metades dele, selamos o portal, para sempre.
- E como vou saber que não está mentindo?
- Olhe para nossos lindos rostinhos, acha mesmo que iríamos mentir para você? - Liam disse sorrindo, puxando o irmão para perto do rosto dele.
- Acho.
- Me solte Liam!
Ele foi lá perto da cama, pegou uns papéis e jogou em cima da mesa.
- Está aí nossas provas.
Aqueles papéis eram artigos escrito por Chris Bland.
- Meu pai escreveu isso? - soou mais como uma afirmativa.
Neles falavam sobre demônios e anjos que estavam perseguindo ele ou querendo o ajudar. Em um trecho dizia:
" Ele prometeu me matar ainda essa semana, então esse será o meu último artigo, não tenho mais forças para lutar contra ele. Então deixarei o medalhão para Luane Bland, filha se por acaso um dia você ler isso e se não for tarde demais quero que saiba de uma coisa: não deixe-o cair em mãos erradas e o mais importante caso esteja fora do controle, destrua-o. O pai te ama querida."
Não podia dizer que era falso ou algo assim, era a letra do meu pai, em rabiscos, mal dava para ler.
- Onde acharam isso? - olhei para Liam.
- Bem... Nós... - Max começou.
- Entramos na velha casa do seu pai e pegamos. - Liam disse despreocupado.
- Não podem pegar coisas que não pertencem à vocês! - alterei a voz.
- Ei... Calma, você pode ficar com tudo isso, não precisamos mais. Só queremos te ajudar. - Max disse se agachando ao meu lado e me olhando nos olhos.
- E por que querem me ajudar?
Quando Max ia falar, houve batidas rispidas na porta. Liam - que estava mais perto dela - olhou pelo olho vivo e na hora destrancou a porta e a abriu. Era um homem bem vestido, de terno e gravata. Ele era calvo, um pouco velho e baixinho.- Boa noite senhores, e senhorita. - ele disse me olhando - Vim lhes comunicar que a estadia mensal de vocês acabou. - Liam estava incrédulo do que estava acontecendo.
Ele olhou no relógio.
- Mas senhor, agora são 4:36 da manhã.
- Na verdade... - o homem olhou em seu relógio - São 4:37, se quiserem ficar aqui vão ter que realizar o pagamento na portaria.
- Olha aqui... - Liam começou a falar já aumentando seu tom de voz.
- Bom senhor, vamos decidir o que queremos. - Max disse sorrindo para o homem e fechou a porta educadamente.
- Vocês tem uma hora! - ele gritou lá de fora.
- Não temos mais grana cara, o dinheiro que resta é para comprarmos armas, suprimentos... Essas coisas. - Liam disse quando tivemos certeza que aquele homem tinha ido.
Eu ia lhes perguntar sobre Liam falar em armas, mas havia outro problema.
- Tá... Vamos pensar em alguma coisa. - Max disse tentando achar alguma saída para aquilo.
- Podem ir para minha casa, - eu disse, na minha cabeça não parecia tão ruim, até porque eles salvaram a minha vida e estavam falando a verdade. - até vocês arrumarem outro lugar para ficar.
- Seria ótimo! Já vou arrumar as minhas coisas. - Liam disse.
- Não, não. Nós não podemos aceitar. - Max falou olhando para mim.
Eu realmente pensava que aquilo seria ao contrário.
- E por que não? - eu e Liam falamos juntos.
- Porque você nem nos conhece, Luane e nos sentiríamos incomodados.
- Eu não me sentiria não. - Max o lançou um olhar mortal.
- Por favor, Max. Só por algumas noites... - disse sorrindo.
- Tudo bem, mas depois arrumaremos algum lugar para ficarmos.
Eles arrumaram suas coisas e saímos do quarto, Liam deu uma última olhada nele e fechou a porta.

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Objeto Sagrado
Mystery / ThrillerLuane possui um objeto que pode colocar a sua vida e a de toda humanidade em risco. Ela vai embarcar numa trajetória de suspense, romance e medo. Demônios irão vir atrás dela para abrir um portal para a libertação de todas as forças do mal, mas Max...