Durante o percurso de Greelid até a minha casa, Liam não tirava os olhos da estrada e percebi que ele estava soando muito. Minha teoria no momento era que Max era sua única família, mas era apenas uma teoria, e eu não era muito boa nessas coisas.
Chegamos em casa em 15 minutos, ele pediu para eu ficar dentro do carro enquanto verificava se Max estava lá. Então depois de cinco minutos, pálido e assustado, ele correu até o carro e imediatamente saí dele.
- Max não está lá.
- Como assim? - fui até ele.
- Alguém o pegou.
- Um demônio...
- Quê?
- O homem de Greelid. Ele disse que a força do mal que matou meu pai é muito poderosa e iria mandar vários demônios atrás de nós para recuperar o medalhão. Mas... - comecei a refletir - se queriam o medalhão, porque pegaram o Max?
De repente, ele tirou o mesmo do bolso.
- O que você está fazendo com isso? - disse tirando da mão dele.
Porém soou mais como uma pergunta retórica, até porque ele não fez questão de me responder.
- O GPS do celular do Max está ligado. Então, eu posso rastrear onde ele está. - Liam disse entrando na minha casa, fui atrás dele.
Fechei a porta e guardei o objeto no meu bolso.
- Ele está em Fewbird com a Stealded.
Peguei meu computador para pesquisar onde ficava o endereço, enquanto Liam rondava a casa procurando algo. Na tela apareceu uma imagem de um lugar - onde ficava o antigo bairro industrial -, nela mostrava vários barracões isolados.
- Liam, achei! - gritei mais algumas vezes, porém ele não atendeu aos meus chamados.
Então deixei meu computador em cima do sofá e fui procurá-lo. No andar de baixo ele não estava. Então subi, primeiro olhei no quarto do Liam e depois do Max, mas não achei ele. Percebi que a porta do meu estava quase fechada, abri e ele estava parado em frente à janela.
- Se vai pular, anda logo com isso. - ele riu sem graça.Estava quieto e pensativo, se ele não fosse Liam, poderia jurar que estava quase chorando.
- Ei! - disse tentando parecer animada - Vamos achar ele. Eu prometo. - passei a mão no ombro dele.
Ficou um pouco quieto até decidir falar.
- Se Max estivesse aqui iria me dar um soco se visse a gente. - ri.
- Eu achei onde ele está. - disse baixo.
- Sabe Luane, no dia que nos conhecemos eu tinha dito que não me importava se você ficasse lá...
Flashback:
"- Entre no carro! - Max dizia.
- Eu nem conheço vocês.
- Por mim fique aí. É você quem vai morrer mesmo."- Mas eu não iria te deixar lá. Eu iria te obrigar a entrar no carro. - ele riu.
- Não duvido disso. - sorri - Vamos achar Max?
- Vamos. - então descemos.
[...]
- Você entendeu o plano não é? - ele dizia enquanto estacionava o carro.
- Sim. - disse meio confusa ainda.
- O GPS dele, aponta exatamente para esse barracão. Então entramos lá e executamos o plano.
Peguei uma lanterna e um revólver. Liam foi na frente e então, com um clip ele abriu uma porta que se encontrava na lateral do barracão.
- É impressão minha ou... Está fácil demais?
- É... Está bastante fácil. Então tome cuidado, tudo bem?
- Você também. - sabia que não precisava dizer isso porque ele é Liam.
Nos separamos e fomos em direções opostas. Eu fui para o leste e ele, oeste. Estava tudo muito escuro, nem a lanterna que estava em minhas mãos não ajudava muito. Prateleiras e mais prateleiras vazias era só o que via. De repente, ouvi alguns pigarros, então parei atrás de uma enorme estante.
- Onde está o medalhão? - uma voz grossa e irritada perguntava.
- Acha mesmo que eu vou te falar? - Max respondia rindo sarcasticamente.
Soltei o ar e sorri aliviada por ele ainda estar vivo.
- Quando seus amigos chegarem, iremos resolver isso do nosso jeito. - tentei espionar pelo pequeno buraco que havia na parede. Ele estava agachado perto de Max. - Já para adiantar o processo, vou abrir uma exceção para você e te deixar escolher quem eu vou torturar na sua frente primeiro: seu irmãozinho Liam ou a vadiazinha da Luane?
- Vá para o inferno. - Max disse entredentes e o homem riu.
- Eu vim de lá. - então ele se levantou e saiu.
Esperei alguns segundos e corri até Max, depois desamarrei ele, não me preocupando com o perigo que estava correndo. Nem passava pela minha cabeça que estávamos lidando com demônios, eu apenas queria, naquele momento, ver Max bem.
- Você está bem?
- Sim... Graças à Deus, Luane. - depois de livre das cordas, ele me abraçou bem forte.
Afastei o cabelo dele do rosto e lhe dei um beijo na bochecha direita, depois olhei em seus olhos azuis.
- Venha, vamos embora.
Quando nos levantamos, o mesmo homem que tinha ido embora, voltou sorrindo e seus olhos estavam totalmente pretos.
- Aonde você pensa que vai, mocinha?
Começamos a correr, porém uma das pernas de Max estava machucada, o que dificultava nossa fuga. O homem me puxou fazendo ele cair no chão, apertou bem meu braco o que doía bastante.
- Já que Max não quis escolher, você vai ser a primeira. - então me puxou para mais perto.
- Ou! - a voz de Liam ecoou o lugar, então o homem frouxou um pouco a mão e virou para trás - Não é assim que se trata uma dama. - o tiro disparado me surdou um pouco no começo, depois percebi que estava coberta de sangue.
O homem caído no chão começou a ter um ataque que era como se ele estivesse dando uma convulsão, nunca tinha visto aquilo, então Liam me lançou um olhar e eu entendi que depois ele explicava. Então, eu e o mesmo pegamos Max e começamos a andar rápido. Liam parou e foi na frente sozinho, ficamos atrás de alguns caixotes velhos. De repente dois homens cercaram ele e o mesmo foi obrigado a colocar a arma no chão. Um deles se aproximou de Liam e o outro ficou mais atrás. Então eu tive uma ideia, só não sabia se iria dar muito certo...

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Objeto Sagrado
Mystery / ThrillerLuane possui um objeto que pode colocar a sua vida e a de toda humanidade em risco. Ela vai embarcar numa trajetória de suspense, romance e medo. Demônios irão vir atrás dela para abrir um portal para a libertação de todas as forças do mal, mas Max...