Objeto Sagrado

7

    Depois da pequena discussão com Liam, pedi para Max me levar até a biblioteca da cidade, eu sabia que tinha uma porque às vezes meu pai me levava até lá quando eu era pequena. Ele dizia que a biblioteca da nossa cidade não prestava, era até engraçado porque a de Villiston era menos completa do que a de Perksvill.

    - Pronto, chegamos. - Max disse parando em frente a entrada da biblioteca - Quer que eu entre com você?

    - Não, não precisa. Quando eu for embora, eu ligo para um táxi, sei lá.

    - Isso não é necessário. - ele sorriu - Me liga e eu venho te buscar. - deu uma pausa - Perdoa o Liam, ele não faz por mal, quando ele vê, já falou.

    - Ah... Tudo bem. - saí do carro e entrei na biblioteca enquanto Max ia embora.

    Procurei em todas as estantes mas não achei nada sobre o que tinha acontecido naquela noite. Mas um livro velho e grosso, cujo as páginas eram amareladas e estavam quase rasgadas, me chamou a atenção, o nome dele era "Os Pesadelos de Uma Bruxa".

    Passei a tarde inteira folheando-o, mas não encontrei nada que pudesse explicar o que era aquilo, na verdade, eu nem sabia como chamar, não sabia se era um poder, uma habilidade, um dom... Eu não fazia a mínima ideia e com certeza esse livro também não. No restante da minha esperança de encontrar algo, parei em uma página da qual um símbolo estava desenhado.

    Era um pentagrama e de baixo dele, dizia que era um dos símbolos mais importantes e antigos, presentes em muitos rituais de magia que simbolizava a união do cosmos, dos quatro elementos (ar, fogo, água e terra) e do espírito. Muitos povos a utilizavam como um amuleto da sorte.

    - Olá senhorita, com licença. - parei de ler para olhar para ela. Era alta, tinha a pele branca e meio flácida, era loira e usava um óculos moderno. - A biblioteca já vai fechar.

    - Ah, sim... Hum, quantas horas? - a perguntei fechando o livro.

    - São 6:00. Você vai querer levar? - ela perguntou sorrindo.

    - Não, obrigada. - devolvi o livro para onde eu estava e liguei para Max.

    Depois de alguns minutos, ele apareceu na porta.

    - Pensei que iria dormir aí. - ri.

    - Desculpa pela demora.

    - Pare de se desculpar... - eu não disse nada, apenas abracei ele. Senti que Max iria falar alguma coisa, mas acabou não dizendo nada.

    Voltamos para casa, em silêncio, dava para perceber que ele queria puxar assunto mas sabia que eu não estava afim. Quando chegamos, Liam e Jimmy estavam bebendo na sala, eles até chamaram Max para beber junto mas o mesmo não aceitou. Então subimos para "o nosso quarto", organizei algumas roupas, comi uma barra de chocolate, tomei um banho e decidi colocar um pijama fresco, pois estava bastante quente. Me deitei e fechei os olhos, de repente senti Max se deitando ao meu lado e tive a sensação que ele estava me olhando, então olhei para ele também.

    - Você está bem? E nem adianta dizer que sim, porque pelo seu rostinho eu sei que não.

    - Então porque perguntou se já sabe a resposta?

    - Porque quero ouvir você falar, porque quero saber o que ouve e... - ele sorriu - porque me importo com você.

    - Promete que não vai achar estranho? E promete que não vai dizer à ninguém?

    - Prometo.

    Então contei tudo a ele, o que tinha acontecido, contei que não achei nada a respeito e contei que estava preocupada com isso. Podia ser bom ou não, até porque vai que isso significava uma ameaça para todos à minha volta?