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    Me levanto e começo a correr atrás do Alex.

-Jade! —Pedro grita.

    Ignoro, volto a correr atrás do Alex, uma menina loira para na minha frente, me impedindo de correr.

-Sai da minha frente —Falo e empurro ela pro lado.

   

    Ela me segura pelo braço.

-A diretora Smith está te chamando —Falou toda sorridente.

-Manda a diretora toma no... —Sou interrompida.

-Ela está furiosa, melhor você ir —Falou se virando e indo embora.

    Reviro os olhos, e vou em direção a sala da diretora.

    Entro e vejo minha mãe sentada na cadeira de frente da mesa da diretora.

-Demorou em menina —Minha mãe fala.

-O que você quer? —Perguntei pra diretora ignorando minha mãe.

-Você anda faltando muito, chamei a sua colega de quarto, esqueci o nome dela, mas enfim... —A interrompi

-Eloisa, o nome dela é Eloisa —Reviro os olhos me jogando na cadeira.

-Continuando —Deu uma pausa -Ela me falou que você estava frequentando um psicólogo, me passou o endereço e eu peguei o seu diagnóstico com ele.

-PSICÓLOGO —Minha mãe grita quase caindo da cadeira.

-Sim dona Cláudia, a sua filha tem depressão —Senhora Smith falou.

    Aquilo foi como um choque, minha mãe puxa o meu braço com força me fazendo cair no chão, logo em seguida me dá um tapa na cara.

-DONA CLÁUDIA —A diretora grita, vindo me ajudar.

-Você é doente —Sussurro apenas pra minha mãe ouvir.

-Você me faz passar cada vergonha Jade, para de inventar essas coisas de depressão. ISSO É FRESCURA —Gritou a última parte colocando o dedo na minha cara.

    Respiro fundo. Eu não posso bater nela, afinal é a minha mãe.

-Ah claro, a pessoa acorda e pensa nossa que dia gostoso para não conseguir fazer nada, se sentir um lixo e querer morrer —Falo com deboche. E me retiro da sala.

-Depressão -Sussurrei pra mim mesma colocando os meus foninhos.

    Eu costumava desabafar com algumas pessoas. Mas hoje eu prefiro colocas os fones e deixar que as músicas me escutem.

    Fui em direção ao meu quarto pra arrumar as minha coisas. Parei na frente da porta do quarto do Alex, eu precisava falar com ele.

    Ouvi passos e me virei pra quem era que estava passando atrás de mim.

-Me desculpe se eu fui grossa —Falei revirando os olhos.

-Você me magoou Jade —Carla fala limpando as lágrimas -É só isso que você sabe fazer mesmo, decepcionar as pessoas. Se toca garota, todo mundo longe de você fica melhor —Gritou comigo e saiu correndo.

    Será que é assim? Eu já deveria estar morta! Isso seria um favor pro mundo.

    Tirei os foninhos e entrei no quarto dos meninos, o Alex e o Pedro dividem o quarto, os dois estavam dormindo, não como eles ainda não se mataram.
    Aproveitei e tomei um banho ali no banheiro deles mesmo, coloquei o meu short jeans, o meu vans preto e um casaco preto do Alex.

    Saio do banheiro ouvindo uns gritos.
    Era Alex e Pedro discutindo. De fininho me sentei na cama do Alex sem eles perceberem a minha presença.

-Você sabe que ela sempre foi minha —Alex grita.

-Para de ser idiota, você deixou ela triste. Quem ficou do lado dela quando você estava com a Patrícia fui eu -Pedro gritou de volta.

    Que palhaçada...

-Eii, eu não sou de ninguém —Grito e eles me olham surpresos.

-Eu sempre te amei Jade —Alex fala se aproximando de mim.

-Eu também te amei, mas você machucou o meu coração —Falei baixo. -Merda, eu gosto muito do Pedro —Resmungo e Alex revira os olhos.

-E isso é um problema? —Pedro pergunta com a voz doce.

-É. Se você for me magoar —Sussurro.

    Eles voltam a brigar, eu reviro os olhos e saio do quarto correndo com um objetivo em mente.

-Nunca mais vou fazer mal a ninguém, nunca mais vou ser a decepção da minha família, nunca mais...

|SUICIDA em um INTERNATO|Onde histórias criam vida. Descubra agora