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Capítulo grandinho, aproveitem...

JADE ON

    Você já se sentiu mal porque está passando a sua adolescência trancado em casa sentindo como se quisesse pular de um penhasco, enquanto as outras pessoas estão aproveitando ao máximo as suas vidas se divertindo e se apaixonando e você está apenas ai, vendo tudo passar?

    Sensação péssima né?

    Pulo o muro do internato e vou seguindo a rua, encontro uma pedrinha no chão e vou chutando ela.

    Um garotinho vem e me desconcentrado e eu chuto sem querer a pedrinha no bueiro.

-Droga —Resmungo baixo.

-Oi tia —O garotinho fala todo sorridente.

-Te conheço? —Pergunto.

-Acho que sim, eu falei com você na frente do hospital. Você lembra? —Perguntou me acompanhando.

    Fiquei tentando lembrar, ele por ter as perninhas pequenas não conseguiu acompanhar os meus passos rápidos e acabou tropeçando.

-AAAAAAAAI —Ele grita e começa a chorar.

    Olho pra ele segurando o riso.

-Para de chorar peste —O consolei dando tapinhas nas suas costas. Não me dou bem com crianças.

    Vi uma loja de doces e entrei, comprei um pote de Nutella e uma garrafa de água.
    Me sentei com o garoto em um banquinho.

-Me da um pouco —O garoto falou apontando pra Nutella.

-Não, compre a sua —Falei deixando o pote longe dele.

    Ficou um silêncio, só podia ser ouvido as árvores balançando e os passarinhos cantando.

-Você é um anjo? —Ele me pergunta com os olhos curiosos.

-O que? —Fico confusa.

-Minha mãe disse que aqueles que tem o pulso marcado são anjos —Respondeu.

-Eu não sou um anjo —Reviro os olhos.

-É claro que é. Mamãe disse que só os anjos se cortam, porque eles não gostam da vida na terra, Eles tentam se matar para voltar pro paraíso. —Explicou.

-Sua mãe é muito sábia —O olhei curiosa.

-Obrigado, ela também é um anjo, mas ela já voltou pra casa. —Falou cabisbaixo.

-Sua mãe se matou? —Perguntei em um sussurro.

-Aham —Respondeu.

-Você mora com quem? Cadê o seu pai? —Perguntei.

-Eu moro na rua —Me olhou com um sorriso e eu arregalou os olhos.

-Ok —Suspiro -Quel é o seu nome?

-Gustavo, meu nome é Gustavo —Respondeu me encarando.

    Meu coração gela, isso é demais pra mim. Saio andando mas não esqueço a minha Nutella.

    Quando percebo estou de frente a prefeitura abandonada que eu e Alex costumava grafitar, foi onde eu me livrei de Fernando.

    Subo as escadas com calma, os degraus velhos poderias desmoronar a qualquer minuto.

    Vou até a grande janela e me sento, um movimento e eu caio cinco andares abaixo.

    Decido deixar a minha Nutella e a minha garrafa de água no chão, pulo pra lado de dentro e me deparo com um ser.

    Parecia um homem estava com uma grade capa e capuz preto, um cajado de madeira em sua mão e seus olhos pretos vidrados em mim.

-Qual é parça? —Falei quebrando o clima assustador.

    Ele continuou parado me encarando.

-Qual foi cidadão, vai ficar me encarando —Bufei.

-Ola Jade, meu nome é Azrael. Mais conhecido como anjo da morte. —Falou ainda com os olhos vidrados em mim.

-Como tu sabe o meu nome? E que roupa ridícula —Reviro os olhos.

-Eu vim cumprir uma missão —Falou se aproximando.

-Aham, que missão? —Perguntei bebendo um gole de água.

-Vim lhe mostrar o lado bom de se viver —Quando ele falou e acabei cuspindo toda água que estava na minha boca e comecei a rir.

-Para com isso Jade, eu só estou fazendo o meu trabalho, não torne isso mais difícil. —Pude ver ele revirar os seus olhos pretos.

    Não tinha percebido, que ele tinha aparência de um adolescente, quando tirou o capuz seu cabelo era preto jogado no rosto tampando um de seus olhos.

-Só não baba —Falou rindo.

-Só estava vendo o quanto você é feio —Dei de ombros. -Eu não sou idiota, você não é um anjo —Falei comendo a Nutella.

-Você acreditando ou não eu preciso cumprir o meu trabalho —Falou passando a mão no cabelo.

-Quer Nutella?

-Não obrigado —Abriu um sorriso branco.

-Ainda bem que você não aceitou, eu ofereço torcendo pra pessoas falar não —Rimos juntos.

-Vai, se senta aqui do meu lado, eu preciso saber da sua vida —Falou se sentando no chão.

    Vou até ele e me sento.

-Me conte sobre a sua vida, desde o começo —Falou

-Isso pode demorar

-Eu não tenho pressa —Falou e sorriu








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