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Somente o prólogo foi escrito em terceira pessoa. O restante dos capítulos serão em primeira pessoa.

"Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo".
João 16:33

Ninguém precisa observar rudimentos básicos para julgar quando a situação é estritamente perigosa

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Ninguém precisa observar rudimentos básicos para julgar quando a situação é estritamente perigosa. Todo mundo sabe que entrar no covil sangrento sem estratégia é morrer de bandeja.

Naquele momento não considerei tais opções. Apenas orei. Aspirei o ar comprimido nos pulmões, repetindo para o próprio corpo controlar as emoções. Eu não podia falhar. Perdê-los seria o desencandear caótico dentro de mim - bem, tinha meus pais em jogo também.

Então, ignorei o olhar aflito de meus amigos do outro lado da rua. Toquei no cano do revólver acomodado na cintura, alinhando a coordenação motora em frente ao imenso portão.

Que Deus me ajude, pensei antes de invadir o território inimigo sozinho.

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Alguns meses antes da tragédia

Nunca começo o dia sem meu precioso devocional. O primeiro pensamento que ocupa minha mente e o último ao dormir. Não resumo meu relacionamento com meu criador em petições; tenho prazer em buscá-lo e obedecê-lo.

Obviamente existem dias que nos falta simplesmente fé e foco - algo que imediatamente precisamos nos refugiarmos mais em Deus. Especialmente hoje quando me assentei à mesa para participar do café da manhã pressenti um acontecimento diferente.

Não me ateno em superstições ou coincidências mas estranhei essa sensação dentro de mim. Bem, trabalhar como delegado da polícia federal exigia sentidos afiados e tinha certeza que algo grande estava por vir.

Ainda recordo da ameaça estampada na tela do meu notebook naquela noite. Temia pela vida de minha família, por isso reforcei a segurança dos pequenos. Sabia que Zeta era eficiente mas insisti para ter mais dois guarda-costas acompanhando as crianças.

Por hora, nada aconteceu. Se fosse necessário morreria por eles.

A nova cozinheira logo sorriu ao me ver. Após a morte de Dulce meus pais decidiram mudar de bairro. Ficaria mais longe dos meus avós mas facilitaria o trajeto do meu trabalho e a escola de Aghata e David.

Eles queriam amenizar a dor da ausência da bondosa senhora. Lembro quando a encontrei caída no depósito da cozinha. Era tarde de sexta-feira, tinha chegado cedo do trabalho. O mordomo estava na biblioteca, Zeta recarregando a bateria - sempre que chegava, conversava com Dulce por algum tempo.

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