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A gente não tem ideia de como mudou, até que a mudança tenha acontecido.
Anne Frank

- Sakura fugiu do país

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- Sakura fugiu do país. - Diz Aaron, volto a ler outra mensagem ameaçadora na tela do celular. Eles sempre trocam de número.

- De forma clandestina. - Completo frustrado. - Ela deve estar assustada. Aquele pendrive é uma arma de guerra.

Vozes acaloradas aproximam-se da sala. Eles não sabem ser silenciosos quando precisa.

- Eu juro que mato se eu pegar o desgraçado responsável.

- Estamos no mesmo barco, cara. - Nathan demonstra uma calma sutil estranhamente confortável. As duas figuram param de falar, o toque do meu celular interrompe justamente quando estou prestes a comentar acerca dos últimos acontecimentos.

O número é desconhecido. Faço um gesto para Nathan fechar a porta e todos ficarem em silêncio. Deixo o aparelho em cima da mesa e coloco no viva-voz.

- Está assustado, delegado? - A voz é grave com resquícios de rouquidão.

Apenas respiro fundo, indicando desinteresse em discussões infrutíferas.

- Que decepção! Você não se lembra de mim.

- E deveria? - Finalmente respondo.

- Obviamente. Você sempre esteve no meu caminho. Não importava o que acontecesse seu maldito sorriso me irritava.

Um vinco se forma na minha testa quando tento recordar de cenas do passado.

- Não está me confundindo com outro?

- Absoluto, Paulo Maldonaro. Tenho te observado desde a época do orfanato. Até meu tio diretor te adorava.

Fico paralisado. Ele mexeu em uma memória realmente ruim. Embora, eu interagia com as crianças, eram muitas pra eu saber quem. Exceto...por uma figura de olhos azuis que sempre aparecia por lá mas nunca ficava perto do diretor. Será...?

- Ah, sinto o cheiro de seus neurônios queimando de longe. - Ele ri. - Você pode investigar o ex-diretor e descobrir meu nome mas...estou além de seu alcance.

- Obsessão, é? - Provoco apenas para ganhar tempo. Estou organizando as informações mentalmente.

Ouço um grunhido de raiva do outro lado.

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