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Nem sempre o silêncio é o sinônimo de paz.
P.K

Contra a vontade delas, as levamos para o departamento para registro de depoimento

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Contra a vontade delas, as levamos para o departamento para registro de depoimento. Nunca me irritei tanto com uma garota quanto a Sakura. Tentava a todo custo nos fazer esquecer do pendrive - segundo Rúbia, elas haviam transferido todos os arquivos do cartão de memória para o dispositivo, criando uma sequência de cópias que a outra criptografou.

A coreana era inteligente mas não estava cooperando com a polícia. De certa forma compreendo seu
receio, pois, da própria boca do chefe da organização elas o escutaram mencionar sobre um aliado policial. Por fim, deixei Aaron cuidar dessa parte enquanto pensava em um lugar seguro para elas ficarem.

Mesmo que a colocássemos no programa de proteção à testemunhas eles saberiam exatamente o esconderijo caso houvesse um grupo mesmo grande, as vigiando.

Enquanto isso, visitei Nathan para averiguar a situação. A cabeça dele enfaixada realmente me preocupou, mas o mesmo garantiu que não foi nada grave. O médico quem recomendou repouso pelo resto do dia.

- Soube pelo Lorenzo que tem um novo caso na área. - Comentou, me oferecendo a xícara de café.

- Ele te contou também que escapamos da morte?

Logo, Nathan arqueou a sobrancelha.

- Você fala do tiroteio no bosque?

- Não, o apartamento das garotas tinha uma bomba lá dentro. Graças a Deus voltei para a cozinha e vi
alguém suspeito no térreo do apartamento em frente.

Ele suspirou fundo.

- Ainda bem que conseguiram. Não imagino perder meus amigos...assim.

Estranhei a conotação pronunciada na voz dele. Parecia relapso em seu baú de reflexões, denotando certa melancolia.

- Só morremos quando Deus permitir. - Suspirei. - Não precisa fazer essa expressão fúnebre.

Nathan sorriu, mas logo mudou de assunto quando comecei a estranhar seu comportamento. Ele sempre foi isolado desde a morte de sua família. Foram assassinados por um grupo de desordeiros - incêndio criminoso.

Nessa dia, ele estava fora de casa, estudando até tarde na biblioteca da escola. Era o último ano do ensino médio quando recebeu a notícia. Comigo e com os outros ele sempre foi comunicativo, após a tragédia, se fechou um pouco embora os responsáveis pela tragédia foram encontrados mortos na semana seguinte.

Segundos os investigadores, os jovens desordeiros já eram odiados por várias pessoas. Inúmeros suspeitos foram presos para interrogatório. No final, nenhum vestígio havia sido encontrado.

- Ei, você já ouviu falar dessa máfia chamada Os Corvos?

- Ouvi boatos. O fundador era ex-boxeador russo e se mudou para o Brasil depois de perder tudo. Guerra entre família. Alguns soldados sobreviventes o seguiram e desde a morte dele seu neto expandiu os cães de guarda todos russos imigrantes.

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