Escorre a chuva.
Mas, não me molho.
Não sinto.
Não pressinto, não finto,
este fado, esta curva.Chuva desuniforme,
Que molha a um , a outro
Conforme.
Porém, não a encontro.Este tempo,
frio e quente,
deixa-me ao desalento,
deixa-me impaciente.Mas, não,não cessa o granizo,
Não pára o vendaval.
É duma beleza enorme,
beleza fenomenal.Molhado fisicamente,
Encharcado, digo!
Seco de mente,
Nada mais consigo.Sinto-me inútil.
Sinto-me fútil.
Sinto-me não eu.
Sinto que a essência se perdeu.As forças escasseiam,
O músculo é pobre
Em vontade, em felicidade,
Nem a vida cobre.Dói a cabeça,
talvez terá sido a chuva,
ou talvez a crença
na cura desta visão, visão turva!Quando me sento,
A escrever,
pressinto no momento
a aranha a tecer.
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Underworld Sonata
Poetry"Underworld Sonata" is an introspective journey into the enigmatic realms of the human mind, where the demons of our deepest fears, anxieties, and insecurities reside. In this thought-provoking exploration, the book delves into the labyrinthine corr...