Num cemitério branco,
O corvo,o vivo aguarda,
Uma leve brisa.
Já não tarda.Uma tarde negra,
Como tantas outras.
Apolo não vejo,
À vida faz contas.Uma noite tardia,
Que demónios cria.
Num sopro gelado,
Num cadáver abandonado.Esses demónios são divinos.
Omnipresentes.
Neste Lete gelado,
Oiço já o latir de caninos.Oiço a sua saliva,
A quebrar o chão.
De tudo me sou culpado.
Esqueci a razão.Luta intrínseca,
Constante e bem acesa,
De quem procura a utopia,
E se acha presa.A cruz no mapa tarda,
Serão estes demónios apátridas.
Corsários de epopeias,
Gritos de sereias.Chega de vento,
Acaba o teu sustento.
Acabam as utopias.Foda-se.
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Underworld Sonata
Poesie"Underworld Sonata" is an introspective journey into the enigmatic realms of the human mind, where the demons of our deepest fears, anxieties, and insecurities reside. In this thought-provoking exploration, the book delves into the labyrinthine corr...