Capitão Gancho (PT)

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Num cemitério branco,
O corvo,o vivo aguarda,
Uma leve brisa.
Já não tarda.

Uma tarde negra,
Como tantas outras.
Apolo não vejo,
À vida faz contas.

Uma noite tardia,
Que demónios cria.
Num sopro gelado,
Num cadáver abandonado.

Esses demónios são divinos.
Omnipresentes.
Neste Lete gelado,
Oiço já o latir de caninos.

Oiço a sua saliva,
A quebrar o chão.
De tudo me sou culpado.
Esqueci a razão.

Luta intrínseca,
Constante e bem acesa,
De quem procura a utopia,
E se acha presa.

A cruz no mapa tarda,
Serão estes demónios apátridas.
Corsários de epopeias,
Gritos de sereias.

Chega de vento,
Acaba o teu sustento.
Acabam as utopias.

Foda-se.

Underworld SonataWhere stories live. Discover now