Ansiedade parte I (PT)

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A ansiedade de viver,

Do ser.

Ou isto ou aquilo.

De não permanecer tranquilo.


Nada consigo fazer,

Contra estes demónios intemporais.

Toda a guerra pareço perder,

Estou a perder sentidos e noções morais.


Sofro só,

Para que ninguém sofra, comigo.

Se há noção que não perdi,

É que amigo não empata amigo.


Mas sim, agora reconheço.

Que é hora,

Hora do fim.

Hora de cuidarem de mim.


É altura de inverter o papel.

Ser eu quem aufere o vosso consolo.

Chegou o momento,

Em que se incendeia o protocolo.


Não estou bem,

Nem sei bem se esteja.

Por vezes estou.

Mas logo a ansiedade flameja.


Essa patologia adversa,

Que a mim, nada interessa,

Faz-me ser átomo na atmosfera.

Faz com que a minha face jamais seja sincera.


Farto da sua moléstia e descrença,

Em mim, no que sou e serei,

Em terra de cego quem tem olho é rei.

E nisso vejo indiferença.


Com esta disfunção,

Percebo realmente o conceito de vulnerável.

Venha o diabo ou a assunção,

Sua obra será para sempre execrável.

Underworld SonataWhere stories live. Discover now