Ignorância académica (PT)

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Enquanto a tinta escorre,

O tempo desvanece.

Memórias efémeras de uma tal felicidade.

Mais aparente do que presente

Nesta mortandade de gente,

Impaciente.


Enquanto a caneta secava,

Dediquei-me á ignorância.

Venerei deusas ironicamente,

Sem pensar,

Pensar racionalmente.


Da cerveja não passava.

Cerveja aqui... Cerveja ali...

Que se parta a cerveja!

Que se beba o copo!

Cambada de acéfalos académicos

Nada além de corpo

Porco.


Pocilga de gentes novas,

Que tardam a engordar.

Mais que tordos a cair serão,

Quando a hora do abate chegar.


Sinto um leve sentimento.

Nostalgia dessa noite.

Era tão feliz sem o açoite.

De pensamento, isento.


Quando sou permitido,

A sonhar, a pensar.

De imediato sou demitido.

Do meu ser, do meu lugar.


Mas, Sou eu o antiquado!

Sou eu que escolho o papel,

Para representar o vosso passado

Sem textura, o pincel.


Quem me dera terminar.

Comigo, contigo, convosco

Ser mártir do saber,

Saber de um tosco.


Acabaremos por aqui,

Voltaremos aos trabalhos.

Ao típico quotidiano,

Vivido entre atalhos.

Underworld SonataWhere stories live. Discover now