Nove (PT)

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Batem as nove.
O despertador, para ele toca.
Mais um dia na merda,
Em que a própria luz sufoca.

Levantas, lavas os dentes,
Mesma rotina, a ti mentes.
Vais ao teu ofício.
Desperdício.

Fazes o que os outros fazem,
Comes o que comem,
Respiras o que respiram.
A deus essas almas sobem.

Numa escadaria divina,
Encontrarás um degrau enviesado.
Por acordares às nove,
Mas não teres acordado.

Um desvaneio te elucida,
Acordas, provisoriamente,
Para acordado dormires,
Para da utopia não saíres.

Penso só,
Como só,
Acordo só,
Só estou.
E durmo acordado.

Underworld SonataWhere stories live. Discover now