Prólogo

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>Maria

-Está tudo bem, filha?- pergunta a minha mãe. Incrível como as mães sempre sabem quando algo não está certo!

Estou sentada à mesa a almoçar, supostamente, porque ainda não consegui tocar na comida.

-Sim- respondo- Eu só não tenho fome. Eu tenho que ir a casa do Dereck, até logo- digo levantado-me e dando-lhe um beijo na testa.

Saio apressada, a casa do Dereck, o meu namorado, fica a poucos minutos de carro da minha.

Ao chegar bato furiosamente à porta. Ele abre minutos depois e eu passo rapidamente por um Dereck ensonado e apenas com uns calções vestidos.

-Nós precisamos de falar- digo entrando pela casa adentro.

-Ok- ele diz fechando a porta e juntando-se a mim na sala- O que é que se passa?- ele pergunta sem a menor preocupação.

-Eu estou grávida- digo de uma vez.

-Tu o quê???

-Não te faças de desentendido, tu ouviste muito bem o que eu disse!

-Tu tens a certeza disso?- ok, passou do choque à negação. Já é alguma coisa!

-Eu fiz três testes de farmácia, duvido que seja coincidência. Mas estava à espera de falar contigo antes de ir ao médico- explico.

-Para fazer o aborto? Só se for!

Incrível, como o aborto parece ser sempre solução! E depois? Seguimos as nossas vidas como se nada fosse?, penso.

Como não respondo Dereck acaba por falar:

-Eu não estou a acreditar nisto! Não me digas que queres ter esse filho?

-Óbvio que eu não quero ter um filho nesta situação! Eu já acabei o escola e mesmo não querendo ir para a universidade eu não quero estragar a minha juventude com uma gravidez indesejada!

-Então qual é o problema?

-O aborto. Esse é problema. Estamos a falar de uma vida! Isto é um assunto sério e... eu não sei, me parece tão errado! E também ter um filho agora não é necessariamente o fim do mundo. Nós já estávamos a pensar em viver juntos, tu tens um emprego e eu posso arranjar um. Talvez nós consigamos, se tentarmos...

-Maria, nós só temos 18 anos!

-Eu tenho, tu tens 19! E a idade não significa nada, há pessoas mais novas que nós que conseguem, para além do mais temos a minha mãe para ajudar!

-E daí? Criar um filho não é tão fácil como parece!

-Eu sei que não! A questão é se nós queremos ou não ter este filho! Se estamos dispostos a assumir as responsabilidades!

-Mas como é que tu podes estar grávida? Nós usamos sempre preservativo!

-Eu não sei!- grito exasperada- Mas eu não te traí se é isso que estás a insinuar! E tem aquela noite que nós estávamos bêbados, tu lembras-te de termos usado preservativo?- ele acena que não- Pois, nem eu...

-Mas tu tens a certeza que queres ter esse filho?

-Eu não planeava ter um filho agora, mas como muitas jovens eu sempre quis ser mãe, aos 30 quem sabe? Nenhum de nós planeou isto, mas aconteceu. Eu acho que devíamos encarar as consequências dos nossos actos. Nós estamos juntos há algum tempo, gostamos um do outro, temos uma casa, eu duvido que a minha mãe não me apoie. Se eu abortar estaremos a tirar uma vida, por mero capricho. Eu sempre fui contra ao aborto, ainda mais havendo condições para se criar a criança.

-Ok, tudo bem. Eu entendo os teus motivos. Mas um filho é para a vida toda!

-E achas que eu não sei isso?

-A gente tem de pensar bem.

-Sim.

-E falar com a tua mãe.

Suspiro, só de pensar na desilusão que lhe vou dar, mais uma no caso...

-Mas entretanto temos de ir ao médico, para ver se está tudo bem comigo e com... o bebé.

-Meu Deus, eu não acredito que isto está realmente a acontecer!- ele diz levando as mãos à cabeça.

-Nem eu...- murmuro baixinho.

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