⚠ ATENÇÃO AOS GATILHOS: Mutilação, sangue, suicídio. ⚠
Nossas casas, a igreja, tudo pelo que lutamos para manter... era o fim de Alexandria, um carro estava em chamas e Carl nem havia notado o quão perigoso podia ser, o puxei para longe e o veículo explodiu, nos arremessou para longe.
— Droga, você está bem? Triny? — Disse por cima de mim, tossi um pouco, a fumaça e seu corpo pesado em cima do meu me deixou sem ar.
— Que droga Grimes, cuidado! — Avisei, ele me ajudou a levantar.
— Desculpa. — Ele disse, mais por tudo que havia feito até agora, do que pela explosão.
— Nós temos que ir!
Ele concordou, corri por todas as explosões e tiros, com medo de ser acertada por uma bala perdida. O tornozelo torcido de Carl era um problema, mas não me importava se tivesse que carregar ele durante o percurso.
— Não dá, temos que parar, dói muito. — Ele dizia, sentia isso por ele, olhei em volta.
— Vem comigo! — O puxei até a casa abandonada, estava intacta, era como nosso lugar seguro e lá estava ela ainda de pé.
— Me desculpa, e-eu não sabia que seria assim.
— Cala a boca, já estamos aqui, e vamos conseguir. — Disse ignorando tudo que ele queria dizer, não podia deixar ele se convencer de que o que havia feito era errado. — Tudo que fez até agora por nós, Carl você foi um líder, Rick vai ficar orgulhoso.
Ele se contorceu, o pé doía muito, ele gemia um pouco de dor enquanto segurava o mesmo.
— Me deixa ver. — Pedi, subi a calça, estava roxo em volta do tornozelo. — Não devia estar fazendo todo esse esforço no pé.
Ele não respondeu, sabia que qualquer coisa que dissesse não ia ajudar agora, o ajudei a levantar e saímos da casa, o empurrei para o chão assim notei que a casa estava prestes a explodir.
— Cuidado! — Gritei, a casa se explodiu resultando em muitos destroços.
Minha visão ficou turva, atrás de mim estava o que sobrara da casa em chamas, não ouvia nada, minhas audição estava voltando aos poucos mas eu estava no chão.
— Trinity! — Carl gritou de longe, ele veio cambaleando até mim, um morto o pegou no caminho e mordeu seu ombro rasgando a carne.
— Carl... não. — Tentava me manter acordada, isso não podia estar acontecendo.
"Não existem exceções." Foi a primeira coisa que me veio, as fagulhas do fogo chegavam ao céu, Carl estava mais assustado que nunca, ele atirou no morto e continuou até mim como se não tivesse um tornozelo torcido. Quando tentei levantar, notei um vergalhão atravessado em baixo de minha costela, meu corpo todo doía e o metal atravessado estava contendo o sangramento como uma rolha.
— C-Carl espera. — Ele me levantou, andamos um pouco até eu cair de novo. — N-não, não, Trinity. Levanta, por favor, levanta.
— Desculpa meu xerife. E-eu não consigo mais. — Segurei o choro, já bastava ele surpreso o suficiente com o que estava acontecendo.
Carl me segurou em seus braços, ele tentou puxar o vergalhão, apertei o seu braço o impedindo de continuar. Senti um gosto metálico na boca, era sangue, já havia sentido de outras pessoas antes mas desta vez... era o meu.
— Por favor, por mim, você precisa levantar, temos que encontrar ajuda. — Pediu, seu rosto assustado me fazia tentar, por ele.
— Eu sinto muito amor. N-não consigo mais, eu sinto muito mesmo. — Respondi, coloquei a mão em seu rosto enquanto ele chorava feito o Carl que conheci muitos anos atrás. Nunca mais havia visto ele chorar assim, me trouxe uma sensação tão nostálgica.
Os mortos já estava começando a notar, Carl atirava em qualquer um que se aproximava, seja vivo ou morto.
— A enfermaria é bem ali, por favor Triny. — Insistiu.
— Não tem mais enfermaria Carl. Eu vou perder muito sangue se sair daqui, sabe disso. — Tentei conter o choro mais uma vez, ele sentia isso. — Me desculpa.
— Não. Não podia ser você. Triny, não você.
— Não existem exceções em um mundo como esse, meu xerife. — Segurei seu rosto, senti o sangue escorrer pela minha boca.
Carl não estava pensando bem, ele queria fazer de tudo para me ajudar, e até conseguiria se tivesse alguém, Michonne, Rick... suas lágrimas caíam em meu rosto.
— Ei, eu to aqui com você, desde o começo. — Segurei seu rosto, ao menos tinha forças para limpar suas lágrimas. — Vai ficar tudo bem, é assim que tem que ser...
Carl negou, ele atirou em outro morto, e negou até não poder mais, ele soluçava em choque.
— Eu vou virar. — Carl mostrou seu ombro mordido. Senti um aperto no peito por ele, por Rick, por todos.
— Michonne estava certa afinal, somos crianças apaixonadas, em um mundo onde pessoas ignorantes só se importam com elas mesmas. Eles não nos entendem. — Disse, ele concordou com cada palavra, Carl beijou minha mão.
— Vamos nos ver de novo. Me prometa isso.
— E-eu prometo Carl. — Sorri, lágrimas escorriam pelo meu rosto.
— O seu sorriso, mesmo agora, como consegue?
— É que, eu vou morrer nos braços da única pessoa que amei. Não poderia ser mais perfeito, está bem? — Concordava com cada palavra, enquanto ele se recusava a aceitar que estava mesmo acontecendo. — Carl... você precisa fazer, eu não quero virar uma daquelas coisas, precisa fazer isso por mim.
Ele negou, senti seu peito soluçar, ele negou cada palavra chorando o quanto podia. Com a mão trêmula segurou sua pistola, senti o cano frio da arma em baixo do meu queixo, já era difícil me manter acordada.
— Eu não consigo. D-desculpe, Trinity e-eu não... eu te amo. — Sua mão cedeu, segurei firme.
— Tudo bem... — Segurei sua mão, ele negou e deixou um beijo em meus lábios. Seguido de um tiro.
— E-eu te amo.
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SOLITÁRIA V, The Walking Dead
Fanfic༄ The Walking Dead 5/5 ❝ Negan escolhe a sua vítima, isso abala todos, pois ele não escolhe somente uma vítima e sim duas, mental e fisicamente abalada Trinity enfrenta grandes problemas para sobreviver, a ruiva não com tanta sorte é levada por N...