Meu nome é Blue Ivy, significado: pequena flor azul. Tenho 18 anos, moro em uma cidadezinha não muito populosa no Canadá. No meu ultimo ano do ensino médio coisas estranhas começaram a acontecer após eu me aproximar de um garoto que tinha acabado de...
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( PS: A imagem inicial é o Dylan )
Quanto mais perto ele chegava, mais eu conseguia enxergar seus detalhes físicos, ele era bem mais alto que eu sem dúvidas, mas era forte, ele tinha o cabelo preto que cobria um pouco suas orelhas, seus olhos eram verdes e por conta da claridade eles brilhavam, e sua pele branca como a neve. Ele vestia um jeans azul escuro, uma blusa preta, uma jaqueta de motoqueiro preta e uma bota em um tom marrom escuro quase preto.
Ele se sentou ao meu lado, e apenas ficou lá olhando em direção ao Charles, enquanto eu estava ali perplexa, analisando cada detalhe do seu rosto, esperando por uma reação mas ele não disse nada só ficou ali, se eu não conseguisse ouvir o som da sua respiração diria que ele estava morto.
- Oi, me chamo Blue Ivy. Falei com um pouco de receio, que acabou deixando se transparecer em minha voz.
- Oi. Ele respondeu friamente, nem se quer virou o rosto para me olhar.
- E você é? Ele se virou para me encarar e nossos olhos se encontraram e nada mais parecia fazer sentido, era como se naquele momento nada mais existisse, como se naquela sala só eu e ele estivéssemos lá. Meu estômago começou a se revirar.
- Dylan, mais alguma pergunta? Ignorante e estúpido, porque ele estava agindo dessa maneira? Ele continuava a me olhar, mas o seu olhar não era de desprezo como sua voz soava, era como se ele estivesse sofrendo por dentro, como se precisasse se libertar mas isso o prejudicaria então apenas aceitava e ficava ali sofrendo calado.
- Sabe...por você ser novo nessa escola, você não devia agir dessa maneira ou... Não consegui terminar de falar e ele me interrompeu.
- Ou o que? Eu fico sem amigos? não me importo com isso, tenho certeza que nenhuma amizade é boa o suficiente para mim mesmo. Eu estava perplexa, a maneira como ele estava agindo, me deixava furiosa, mas eu percebi que enquanto Dylan falava comigo ele desviava o olhar o máximo de vezes que conseguia, era como se ele não conseguisse me olhar.
- Eu ia dizer que você não devia agir dessa maneira ou ser um idiota. Ele sorriu de uma maneira sarcástica, e olhou bem no fundo dos meus olhos como se devorasse minha alma.
- Mas bem que você gosta desse idiota aqui.
- O que? Você tá louco? Eu tenho namorado! Eu simplesmente não conseguia entende-lo, o que se passava na cabeça dele? A forma como ele falava comigo era horrível.
- Já se passou pela sua cabeça se Ryan diz a mesma coisa quando alguém dá em cima dele? Meus olhos se arregalaram no mesmo instante, como ele sabia quem era meu namorado? E por que agia como se me conhecesse melhor do que eu mesma?
- Como você sabe o nome do meu namorado?
- Eu apenas ouvi algumas pessoas comentando, olha esqueça o que eu disse.
- Por que você está agindo como se me conhecesse? Seu rosto empalideceu, seus olhos perderam o brilho no mesmo instante, ele se virou em direção ao Charles e colocou a mão direita no rosto.
- Kenzy, eu te conheço melhor que os seus próprios pais.
- Como você sabe desse nome? Nem mesmo meu irmão sabe disso! Minhas pernas começaram a tremer. Eu sentia que a qualquer hora meu coração iria pular para fora do meu peito.
Ele tirou a mão do rosto, se virou e olhou para mim, seus olhos estavam pálidos, sua face mostrava tristeza, era como se algo ou alguém o prendesse, como se naquele momento ele não fosse ele. Ele abaixou seu olhar e começou a encarar o chão da sala de aula. Dylan abriu a boca como se fosse pronunciar algo mas desistiu, levantou sua cabeça e voltou a olhar em direção ao professor. Aquilo me partiu, eu queria entender o que ele pensava, queria saber como ele podia saber tanto de mim mas ao mesmo tempo parecer ser tão pouco.
Ficamos ali por mais vinte torturantes minutos, eu tentava me pronunciar, mas não sabia como ele podia reagir, eu queria tanto falar mas eu não sabia o que. As vezes ele me olhava e depois desviava o olhar como se estivesse negando o que estava vendo.
- Olha, acho que não começamos da maneira certa isso. Falei baixinho, mas seu rosto não se moveu, ele continuava imóvel. – Sabe, eu só estou tentando consertar as coisas aqui. Ele olhou para mim com um olhar de reprovação, seus olhos estavam em um tom de verde escuro e isso me arrepiou toda.
- Pois não tente! E naquele mesmo instante o sinal tocou, e ele saiu empurrando todos que estavam no seu caminho porta á fora. Eu não conseguia acreditar no que acabava de ouvir! Fiquei ali sentada por alguns minutos, tentando recapitular tudo o que aconteceu. E cada vez mais que eu pensava, mais eu sentia medo. Tentei me levantar da cadeira mas minhas pernas estavam tremendo, eu não conseguia me equilibrar, para a minha sorte não havia mais ninguém na sala de aula nem mesmo o professor, o que de fato me deixou um pouco aliviada, senão teria que responder perguntas inúteis.
Eu não tinha condições emocionais e físicas o suficiente para ficar na última aula, que no caso seria educação física. Após recolher todo o meu material, eu fui até o armário e coloquei alguns livros lá dentro, tranquei-o e segui até a porta do colégio rumo ao estacionamento.
Já não havia tantos carros quanto pela manhã, vários alunos haviam ido embora, olhei em direção ao meu carro e procurei pelo carro de Ryan que havia parado ao meu lado, mas não estava lá, ele havia ido embora, mas pra onde? Era só o que eu conseguia me perguntar.
