Entrei no carro e no mesmo instante começou a chover, coloquei a mochila no banco do passageiro, pus o cinto de segurança e liguei o motor, eu não gostava de estar fora de casa com o tempo daquele jeito. Ativei o limpador de para-brisa, liguei os faróis e engatei a marcha do carro, sai do estacionamento e cheguei no asfalto, faltava apenas alguns quilômetros para chegar em casa, os postes das ruas, os sinaleiros e as casas estavam todos apagados, provavelmente tinha acabado a energia, havia parado de chover o que facilitava, mas as ruas estavam molhadas.
Eu estava dirigindo devagar, prestando atenção na estrada, quando de repente algo caiu em cima do teto do carro o amaçando, eu gritei no mesmo instante e meu instinto foi acelerar o carro ultrapassando 100km, naquele momento a única coisa que passava pela minha cabeça era chegar em casa, estava em pânico, o que poderia ter força o suficiente para amaçar o teto do carro daquele jeito?
Passei por três sinaleiros que estavam desligados pela falta de energia, ao passar pelo quarto sinaleiro avistei um objeto que mais parecia um homem deitado no asfalto da rua, brequei o carro com os dois pés com tanta força que perdeu a direção e por causa da rua molhada ele capotou, eu era arremessada para todos os lados, via estilhados de vidros voando com força dentro do carro e sentia raspando pela minha pele fragmentos que eram quebrados enquanto o carro capotava.
Após capotar três vezes o carro parou com o teto para baixo, os airbags haviam se ativado mas por causa dos estilhados de vidro que o atingiram estavam furados, minha cabeça doía pela pancada durante o capotamento, eu estava cheia de cortes em meus braços e rosto, alguns cortes piores que outros sangravam ainda mais, notei que na minha perna direita havia um pedaço de vidro fincado bem na panturrilha, aquele devia ser o ferimento mais grave que eu tinha, eu não conseguia nem mover a perna, a dor era causticante. Precisava ligar para a polícia naquele instante, não aguentaria mais um minuto, olhei para o banco do passageiro a procura da minha mochila, mas ela não estava lá, provavelmente deve ter sido arremessada para fora do carro enquanto capotava. Pensei em me arriscar e procurar por ajuda perto dali era a única possibilidade naquele momento, soltei meu sinto de segurança e meu corpo caiu como uma rocha sobre o teto fazendo-me bater a cabeça que já doía, abri a porta do carro e tentei sair mas a minha perna ferida impedia, a dor era tão forte que me fazia chorar, as lágrimas que saiam pelos meus olhos se misturavam com o sangue que escorria pelo meu rosto, tentei sair novamente me encolhendo e passando pelas ferragens do carro com a ajuda dos meus braços e cotovelos, assim que sai me deitei de costas no asfalto molhado da rua e senti um alívio por estar fora do carro, mas eu ainda precisava procurar por ajuda, eu não estava segura lá fora principalmente por que havia escurecido e eu me encontrava completamente sozinha.
Tentei me levantar usando o carro como apoio, consegui ficar de pé mas com muita dificuldade a dor agora inundava meu corpo, fazendo-lhe parecer fraco, minhas pernas começaram a tremer pela força que exigia delas para permanecer em pé, tentei arrancar o vidro da minha perna, mas apenas dor e medo era a resposta da minha ação, se eu arrancasse teria de ser rápida, não podia demorar ou a dor só aumentaria.
Preparei o meu braço direito que eu ainda tinha força, cheguei perto do vidro com a minha mão trêmula, virei o rosto e puxei rápido para que não houvesse dor, não havia aliviado em nada, a dor estava lá, o sangue continuava a sair com agilidade, mas saber que não havia um pedaço de vidro fincado em mim era uma sensação boa, joguei-o para o mais longe que pude.
Olhei para os lados procurando um lugar que pudesse ir e logo à frente do meu carro capotado estava a minha mochila jogada, minha opção naquele momento era ir até ela e pegar meu celular. Com dificuldade ainda maior soltei a mão do carro e tentei andar sem apoio em direção á minha mochila, meus passos eram lentos e dolorosos.
Escutei um barulho forte e olhei para trás onde estava meu carro, ele havia sido arremessado para o lado e suas ferragens rapavam no asfalto, o objeto que eu havia visto deitado na rua era um homem que vestia roupas pretas, ele tinha arremessado o meu carro e feito com que eu capotasse, aquele homem havia tentado me matar! comecei a correr, queria alcançar a minha mochila o mais rápido possível, minha perna não estava ajudando ela me atrasava e começou a sangrar ainda mais pelo esforço que estava fazendo.
Olhei novamente para trás e vi o homem pegar um pedaço de vidro perto do meu carro capotado e arremessa-lo em minha direção, acertando no mesmo local e na mesma perna que estava ferida me fazendo cair de joelhos no chão. A dor agora só aumentava ela invadia a minha mente e rasgava a minha alma em pedaços, meus olhos pediam por descanso queriam se fechar, eu me recusava, precisava permanecer acordada por mais tempo possível, escutei um barulho de passos fortes pisando no chão, olhei em direção ao barulho e vi o homem se aproximando rapidamente em passos largos e fortes como se fosse um cachorro querendo alcançar o osso.
A distância entre nós diminua a cada segundo, tentei engatinhar até a minha mochila em um ato de desespero mas eu já não sentia o meu corpo, minha visão estava se embasando, senti um toque firme em meu ombro, me virei para ver quem me tocava, era um rosto familiar, pisquei os olhos para melhorar a minha visão, era Dylan.
- Kenzy, você está bem? Ele não parava de pronunciar a mesma pergunta freneticamente.
- Como? Foi apenas o que consegui dizer antes que meus olhos se fechassem e a minha visão escurecesse.
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Destiny
RomanceMeu nome é Blue Ivy, significado: pequena flor azul. Tenho 18 anos, moro em uma cidadezinha não muito populosa no Canadá. No meu ultimo ano do ensino médio coisas estranhas começaram a acontecer após eu me aproximar de um garoto que tinha acabado de...