Something behind

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-  Já? O tempo passou bem rápido.

­- Se você quiser pode ficar eu adoraria ter uma ajudante na enfermagem. Ela riu baixinho por conta da própria brincadeira.

- Acho melhor eu ir embora mesmo. Nós duas rimos. Ela se aproximou da cama e retirou as cobertas de cima de mim.

- Mas antes que você vá embora, primeiro eu preciso tiras seu gesso. Ela pegou uma cerra do tamanho de um palmo e cortou o gesso ao meio, assim que terminou ela jogou o mesmo na lata de lixo, retornou a minha perna e passou um pano húmido com algo que eu não soube definir no meu ferimento, ele continha alguns pontos bem fundos, mesmo eu não entendendo muito do assunto notei que eles realizaram um excelente trabalho. Ela retirou algumas gases do seu jaleco e enrolou na minha perna, em seguida selou as bandagens com uma fita.

- Tente ficar de pé. Me sentei na cama e tentei ficar de pé me apoiando na cabeceira da cama, no começo eu perdi o equilíbrio, a enfermeira fez com que eu soltasse a cabeceira e me apoiasse em seu braço direito, a sensação era estranha, como se a minha perna não estivesse lá. Tentei andar sem apoio e por mais estranho que parecesse eu consegui, era como se eu fosse uma criança novamente aprendendo a andar. Agora eu podia voltar para casa, mas com questões inacabadas.

- Seus pais não poderão vir buscá-la, mas seu amigo Dylan se ofereceu para levá-la de volta para casa.

- Você tem certeza? Estava me acostumando com a sensação de que Dylan gostava e se preocupava comigo.

- Sim, se você quiser não precisa ir com ele se não se sentir confortável, mas você terá que achar alguém para substituí-lo e só pode ser alguma pessoa de seu vínculo social com autorização dos seus pais.

- Não, eu só estou surpresa por ele vir me buscar.

- Sorte a minha que eu não sou um incômodo para você Kenzy. Disse Dylan enquanto entrava no quarto com seu sorriso perfeito. Ele estava vestindo uma blusa cinza de manga comprida, uma calça jeans azul escuro e um tênis vans preto. Por alguns segundos Rita não entendeu o porque do nome, mas também não questionou e eu agradeci mentalmente por isso.

- Agora que você chegou, eu vou embora, adorei conhecê-la Blue Ivy e você rapaz tome conta dela. Rita deu três tapinhas nas costas de Dylan.

- Foi um prazer conhecê-la Rita. Disse a ela sorrindo, Rita retribuiu o sorriso e saiu pela porta do quarto deixando apenas eu e Dylan a sós, ele se aproximou e colocou seu braço esquerdo na minha cintura, sentir seu toque novamente na minha pele me fez sentir confortável, coloquei meu braço direito em sua nuca. Eu não sabia se ele sentia o mesmo que eu quando eu o tocava, eu desejava que sim para que não se afastasse de mim.

Saímos do quarto juntos e passamos pelo corredor que tinha um tom creme assim como o quarto, havia cinco portas cor de madeira com números indicando qual quarto era à direita. À esquerda uma porta grande de vidro com uma faixa escrita com letras vermelhas "saída" passamos por ela saindo do hospital e chegando ao lado de fora. Sentir o vento gelado na minha pele novamente era uma sensação muita boa, respirar o ar puro que não fosse de um ar condicionado era um alívio para os meus pulmões, no amplo estacionamento cheio de carros se destacava, um Audi R8 branco com detalhes em cinza claro.

- É seu carro? Percebi que ele estava cada vez chegando perto do veículo. Ele apenas assentiu com a cabeça.

- Entre. Ele abriu a porta do passageiro e me ajudou a entrar, eu fechei a porta e ele deu a volta por trás do carro e entrou, em seguida fechou a mesma.

- Dylan, e as minhas coisas? Roupa, mochila, celular?

- Não se preocupe eu já cuidei disso, está tudo na sua casa.

- Droga! Como você entrou na minha casa?

- Primeiro seus pais nem desconfiam que eu exista, neste instante eles pensam que a sua melhor amiga está levando você de volta para casa, e eu peguei as chaves da sua casa na calça jeans que você usava no dia do seu acidente. Eu estava perplexa em como ele conseguiu agir muito melhor que minha amiga agiria e meu "namorado". Ele se arriscava por mim e isso ficou eminente, mas eu não conseguia entender o motivo.

- Dylan pode parecer chato eu te perguntar isso, mas... Ele me interrompeu subitamente.

- Por que eu estou ajudando você? Eu tenho a resposta perfeita vamos ver se você concorda. Pelo que percebi você é mais sozinha que eu, sua família nem sempre está a sua disposição, a sua melhor amiga que você considera tanto está se envolvendo com Jessica, e suponho que você não gosta dela. Sem esquecer de mencionar o fato é claro, seu precioso namorado que você confia tanto e ama, está vivendo como se nada houvesse acontecido com sua amada, como se você nunca tivesse existido, creio que isso sejam motivos o suficiente para que eu ajude você.

Eu podia sentir a raiva dele em seu olhar, era quase palpável, a minha necessidade de chorar naquele instante era tanta que em poucos segundos não conseguia mais me conter, as palavras que ele havia usado eram como facadas de realidade em meu peito. Por que ele estava me dizendo aquilo? Ele não podia continuar a ser doce e gentil como antes? Olhei para a janela tentando me distrair para não chorar, mas não adiantava a minha vontade só aumentava. Abri a porta do carro, coloquei as pernas para fora, me levantei com dificuldade e bati a porta do carro com força, eu estava irritada por pensar que Dylan se importava com o que eu sentia. Eu me arrependia cada segundo de tentar conversar com ele no primeiro dia que o vi, devia ter forçado Charles para me mudar de lugar mas era como se algo me prendesse a ele, eu não sabia o que.

Comecei a andar em direção ao hospital, queria apenas ficar em um lugar que eu sabia que seria bem tratada, senti pingos de chuva na minha pele enquanto andava, eu não estava vestida adequadamente, apenas um vestido do hospital me cobria, o frio se espalhava por todo meu corpo, eu estava gelada e tremendo.

Por um instante pensei ter sentido algo quente abraçar a minha cintura, olhei em sua direção e vi um par de mãos pálidas agarrando-a, o calor se espalhava nas minhas veias, eu já não sentia mais frio e não estava mais tremendo, olhei para trás e vi Dylan, seu cabelo escuro estava molhado e caia sobre seu rosto bem estruturado e forte, formando um mero detalhe. Suas roupas estava encharcadas por causa da chuva assim como as minhas, eu não precisava olhá-las, conseguia sentir a roupa grudando na minha pele.

- O que você quer de mim? Peguei as mãos dele e tirei do meu quadril bruscamente, por mais bom que fosse reconfortante seu toque eu não queria mais contato com ele. Dylan havia mudado a minha vida, meu modo de pensar, tudo se ligava a ele desde o primeiro dia que o vi.

- Volte para o carro.

- Não! Eu não vou mais a nenhum lugar com você! Eu estava gritando a raiva por dentro.

- Kenzy, por favor, entre no carro você pode me odiar agora, mas vai me agradecer depois.

- Droga! Eu agradecer você? pelo que? Dylan eu já estou cansada disso, não há um momento agora que eu não me arrependa de ter te conhecido. Ele abaixou a cabeça, como se estivesse decepcionado pelo que ele acabava de ouvir. Dylan olhou nos meus olhos, e percebi que já não estavam com a mesma cor verde reluzente, estavam pálidos em um tom triste de verde .

- Você nunca entende, tudo que eu faço...

- Não me venha com essa! Naquele instante o que eu mais queria fazer era chorar. Meus olhos estavam doendo das lágrimas que eu estava segurando a algum tempo, nunca pensei que passaria por aquilo principalmente com uma pessoa que eu conhecia á cinco dias. Minha cabeça estava abaixada, não queria olhar seu rosto, a minha tristeza naquele momento era eminente.

-  Vai para o carro agora! Sua voz soava quase como uma ordem, automaticamente eu levantei a cabeça para olhá-lo, seus olhos haviam voltado ao seu verde mais obscuro.

-  Por quê? Ele não olhava pra mim, estava olhando além de mim.

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