All the answers honey

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Clara ficou encarando a branca por alguns segundos, processando o que ela havia dito. A caixinha onde organizava ser remédios estava nas mãos de Marina e a expressão que a mulher carregava não era nada boa. Para completar a cena, sentiu os olhos da filha caírem em cima dela.

-Não tomei? – A morena disse quando conseguiu colocar os pensamentos em ordem.

-Não. – Marina respondeu seca e com uma certa impaciência.

-Eu jurava que tinha tomado. – Clara ficou em pé e foi até a fotógrafa, pegou a caixa e conferiu que realmente não havia tomado nada.

-Tem certeza? – A branca indagou ainda séria.

-O que você tá querendo dizer? – A morena olhou séria para a esposa. – Eu entrei no modo automático com isso amor, pensei que tinha tomado e quando acabei não tomando, não foi de propósito. – Clara fez questão de frisar as últimas palavras e sustentar o olhar desafiador de Marina.

-Desculpa. – A fotógrafa recuou. – Não quis dizer isso, só fiquei preocupada.

-Tudo bem, eu deveria ter checado de qualquer forma. – Clara também aliviou e sorriu fraco.

-Quer que eu pegue água mama? – Isis se prontificou vendo o clima ficar mais ameno agora.

-Não meu anjo, pode ser a água aqui da torneira mesmo. – Clara respondeu para a filha com um sorriso. Pegou os remédios e entrou no banheiro.

Fez uma concha com as mãos para a água e tomou os remédios. Respirou fundo e ficou encarando seu reflexo no espelho. Tinha jurado que tinha tomado eles no café. Havia afirmado para Camila que estava tomando. Olhou para a caixa e percebeu que só tinha falhado aquele dia, ou nem falhado já que Marina tinha visto. A morena olhou em direção a porta onde a esposa estava parada olhando para ela.

Marina logo se arrependeu do tom que usou quando notou que Clara realmente não tinha feito intencionalmente, porém não pode deixar de sentir o incomodo e o aperto no peito com a ação. Mesmo querendo voltar para a cama, não conseguiu se mover até ver a esposa engolir os medicamentos. As duas se olharam com medo e arrependimento.

A fotógrafa sorriu e estendeu a mão para Clara. Ela poderia ter falhado, mas não foi de propósito, cabia a Marina ser paciente e entender que aquilo poderia acontecer, afinal de contas ninguém está isento de esquecer de algo que entrou no automático.

-Eu lembro você, ok? – A branca disse quando a morena segurou sua mão.

-Obrigada. – Clara concordou com um sorriso.

Voltaram para a cama e para o filme. Isis ficou quieta, deitada com a cabeça no peito de Marina e as pernas no colo de Clara. Se distraiu algumas vezes do filme para olhar a morena.

Em uma dessas vezes, Clara sentiu o peso do olhar da filha sobre ela e olhou de volta. A morena sorriu e fez um carinho no rosto da menina, que sorriu de volta e mudou de posição, deitando a cabeça no colo de Clara e as pernas com Marina.

-Hora de dormir mocinha. – A fotógrafa disse quando o filme terminou.

-Ah não mommy, não tou com sono. –Isis fez um beicinho.

-Nem faz essa carinha pra mim, amanhã tem aula e tem treino de natação, bora dormir que tá tarde. – Marina falou firme para a filha. – Hoje é o meu dia de te colocar na cama, vamos.

-Só mais um pouquinho. – A menina fez o gesto com os dedos e olhou implorando para Clara.

-Meu Deus que coisa mais dengosa. – A morena riu e apertou a filha nos braços enchendo ela de beijos. – Sua mãe tá certa, amanhã o dia é cheio.

Born To Die - parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora