Come and take a walk on the wild side

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Clara e Marina rolavam na cama aos beijos. Tinham conseguido com êxito realizar a programação do dia para cansar as filhas. Brincaram na rua, nadaram,fizeram o almoço juntas, pularam a soneca da tarde de Isis e seguiram no entretenimento.

Já na hora do jantar, a caçula e a mais velha piscavam à mesa, e o casal não teve trabalho nenhum em dar banho e colocá-las para dormir.

Cumprindo o combinado, a fotógrafa levou logo a esposa para o quarto, onde se entregaram a intermináveis rodadas de amor e paixão.

-Deixa tocar...- Marina falou e seguiu com os beijos pelo corpo da morena.

O celular tinha resolvido tocar bem naquela hora, e apesar de ter sido ignorado na primeira vez, a ligação foi repetida.

-Tão ligando de novo, pode ser importante. – Clara praticamente resmungou, com os dedos entrelaçados nos cabelos da branca, os beijos da esposa já estavam tirando sua sanidade novamente.

-Não importa. – A fotógrafa deu uma leve mordidinha na barriga de Clara e olhou de relance para ela.

-Pode ser importante. – A morena conectou o olhar com a esposa, segurando firme seu cabelo e impedindo que ela continuasse.

Marina revirou os olhos e saiu de cima de Clara dando espaço para a morena virar na cama e alcançar o celular.

-É a Van. – Clara disse antes de atender. – Oi Van, tudo bem?

-Não, uma desgraça. Uma tragédia, o fim dos meus dias. – A ruiva respondeu com a voz arrastada em meio as lágrimas.

-Vanessa você bebeu? O que foi que aconteceu? – A morena insistiu sentando na cama e chamando a atenção de Marina.

-Eu nasci pra sofrer, pra ver a felicidade alheia, não mereço ter a minha alegria não. A mulher que eu mais amei nunca me amou, a que eu amo me deixou, só me restou uma garrafa de whisky, mas ela tá acabando também.

-Tá completamente bêbada. – Clara disse para a branca e colocou o celular no modo viva voz. – A Marina tá aqui.

-Marina meu amor... – Vanessa suspirou. –Meu único amor.

-Tá abusando Vanessinha. – A morena falou revirando os olhos.

-Vanessa onde tá a Laura? Vocês brigaram? – Marina pegou a mão de Clara e beijou.

-Ela me deixou. Fez as malas e saiu porta afora, sem nem olhar pra trás. – O choro foi percebido.

-Eu sinto muito minha amiga, de verdade, mas você não está em condições de falar nada agora. – A fotógrafa falou com calma. – Larga a bebida, toma um banho e vai dormir, amanhã nós conversamos melhor.

-Eu devia ter insistido mais, ter feito mais.

-Provavelmente. – Marina sorriu para a morena.

-Se tivesse feito isso, poderia ser eu a mãe da Gio.

Clara encarou a branca, e antes que a fotógrafa conseguisse falar algo, segurou o celular com força.

-Ok Vanessa, não me faz perder a paciência com você. Vai dormir, que você não tá falando nada com nada.

-Eu teria ganhado de você Clara, jamais teríamos voltado pra esse país de merda.

Marina arrancou o celular da mão de Clara e interrompeu a ligação. Desligou o aparelho e repetiu o processo com o da esposa.

-Acabou. – A fotógrafa falou segurando o rosto da morena.

Born To Die - parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora