Don't make me sad, don't make me cry

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-Mommy. – Isis gritou em desespero. Clara levou alguns segundos para absorver o que tinha ouvido e correr para a esposa.

Afastou delicadamente a filha que tentava procurar onde exatamente estava sangrando e olhou para onde a branca apontava. Não tinha muito sangue, mas era o suficiente para preocupar as duas. Clara pegou o telefone e entregou para Isis.

-Liga pra tia Van diz que nós estamos indo para o hospital e sobe lá no quarto, pega a minha carteira e a bolsa da sua mãe, depois vem aqui na sala. Vai. – A morena mandou e a menina saiu correndo obedecendo.

-Clara... – Marina soou com medo. Respirou fundo e apertou forte a mão da esposa.

-Calma, eu vou buscar o carro e colocar aqui na porta, não se mexe. Vai dá tudo certo. – Clara deu um beijo na testa da branca e saiu correndo.

Ainda não soube como conseguiu encontrar as chaves do carro e ligar o mesmo. Suas mãos tremiam, o ar parecia não chegar aos pulmões, Clara queria gritar e chorar, o medo dominava, mas ela não podia ceder, por Marina e por Isis e pelo bebê, ela precisava ser a rocha naquele momento. O mais rápido que pode, parou o veículo na porta de casa e entrou correndo. Isis já estava ao lado de Marina com a mesma cara de pânico que a mãe tinha. A morena ajudou a fotógrafa chegar no carro, e depois que Isis se ajeitou, ela saiu dirigindo em alta velocidade.

No meio do caminho Clara ligou para o médico, avisando que corria com a fotógrafa para o hospital onde ele trabalhava. O casal chegou primeiro, Marina foi levada direto para o atendimento.

-Clara. – Vanessa chamou alto quando reconheceu as três de costas. A morena apontou para Isis e falou rápido para a menina esperar com a tia, enquanto ela ia cuidar de Marina.

-Tia- Isis estendeu os braços quase chorando.

-Calma meu amor, a mommy vai ficar bem. – Vanessa falou com a menina no colo. Laura já se adiantou e tentou saber o que acontecia lá dentro, recebendo uma resposta curta e grossa da atendente.

-Quando começou o sangramento? – O médico do plantão perguntou.

-Agora. – Marina respondeu desconfortável.

-Vamos verificar, tentem relaxar. – O homem falou e a branca apertou firme a mão de Clara.

Todo o atendimento foi realizado pelo plantonista, só quando a fotógrafa entrou em observação é que seu obstetra chegou e se inteirou do caso.

-E aí doutor? – Clara perguntou assim que viu o homem.

-O bebê está bem, no momento não está correndo perigo, mas temos que ficar de olho. – O médico começou. – Houve um pequeno descolamento de placenta, sua pressão subiu Marina e agora trabalhamos com dois fatores de risco.

-Mas é muito? Quanto tá a pressão dela? Por que subiu? Ela nem se estressou. – A morena fez as perguntas com desespero.

-Por favor, calma. Acontece, o quadro de pressão alta é comum na gestação, mesmo que a mulher nunca tenha tido esse problema. O importante é que está sob controle. O descolamento foi pouco, porém gerou o desconforto e o sangramento. – O homem disse com a calma. – Repouso e repouso até o final. Vamos monitorar essa pressão diariamente e vamos tentar chegar na 37ª semana, e então fazemos a cesariana.

-Não falta muito. – Marina forçou um sorriso olhando para Clara e tentando encontrar a calma na esposa.

-Não, já temos 28 semanas, então só mais algumas, porém, repouso absoluto Marina.

-Elas estão bem mesmo? – Clara perguntou com os olhos marejados. – Você disse que tínhamos dois fatores de risco.

-Estão Clara, fica tranquila, foi apenas um susto. – O médico colocou a mão no ombro, tranquilizando a paciente. –São fatores de risco porque podem trazer complicações na hora do parto, por isso a recomendação agora é repouso. Nem vou prescrever remédios, a pressão já está estabilizada novamente.

Born To Die - parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora