Correr riscos faz parte do nosso crescimento.

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                Pingo fechou os olhos, tapou o nariz com a pequena mão e mergulhou. Emergiu em seguida e abriu os olhos devagar, esperando algo chocante.

                O que viu foi um desfiladeiro. Desfiladeiro é uma passagem estreita, apertada, entre os contrafortes , ou paredões de uma serra ou cadeia de montanhas. Era uma situação complicada.

                Pingo esperava campo aberto, vales tranquilos e não um lugar tão apertado. Olhava e via paredões por todos os lados. Era incrível ver como as árvores conseguiam crescer naqueles paredões de pedra.

                Como a natureza é incrível, pensou Pingo. Ela sempre um jeito de mostrar o seu esplendor. Era tudo tão lindo e maravilhoso, que Pingo esqueceu o medo e se viu encantado com toda aquela beleza. Fechou os olhos e se deixou levar pela correnteza.

               O sol brilhava no horizonte, iluminando e aquecendo tudo ao seu redor. As árvores exibiam vários tons de verde. Pássaros de todas as cores, com cantos que deixaria alegre qualquer ser vivo que os escutassem.

                Tinha algo estranho. Pingo percebeu que a correnteza estava mais rápida e tinha um barulho diferente...

                Era uma CACHOEIRAA!!!!

                Ele se preparou. Seu pequeno coração pulava no peito. O medo aparecia mais uma vez. Ele fechou os olhos, fez uma breve oração e se deixou levar. Agora era tarde, não dava para voltar. Era impossível nadar contra a corrente. Seu destino estava traçado.

                Abriu um olho, curioso, ao mesmo tempo que se preparava para morrer, gostaria de saber o que tinha a sua volta. Quem sabe poderia ficar preso em algum galho na margem?

                O que viu foi uma imagem que nunca pensou ver na sua vida simples na nascente. A correnteza havia se tornado num lindo lago sobre pedras, com plantas e árvores, peixes... Ao mesmo tempo que continuava a correr, o rio seguia seu curso, sua jornada em busca do mar, do oceano.

                Pingo resolveu continuar seu caminho. Teve medo, poderia ficar tranquilamente ali, em volta, sem seguir, tornaria-se uma gota no lago. Mas ele tinha ido longe, não queria desistir. Queria chegar .

               Percebeu várias gotas subirem ao céu, era a condensação da água evaporada, que se transformava em neblina, névoa, uma nuvem suave que quase tocava o chão. Ao mesmo tempo uma chuva miúda caía.

                 Pingo achou aquilo lindo e olhando para baixo avistou a floresta. Árvores gigantescas, árvores menores vivendo em perfeita harmonia. Ele se preparou e mais uma vez mergulhou rumo ao desconhecido.

                Afinal, correr riscos faz parte do crescimento de qualquer um! Pingo resolveu crescer e enfrentar o seu medo do mundo.

   
               
               
               

Nó em Pingo d'águaOnde histórias criam vida. Descubra agora