E quando o que está ruim fica pior?

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               Mais uma vez Pingo se preparou. Dessa vez não sentiu medo. Esperava que ao chegar ao rio aquela sujeira e aquele lixo todo tivesse ficado para trás. Como o ser humano com toda a sua inteligência, podia fazer tanto mal uns aos outros. Não percebia que jogando o lixo na rua deixava o lugar onde vivia favorável a doenças?

               Era o ambiente perfeito para o crescimento de pragas que ameaçavam a vida humana. Pingo teve pena das crianças, elas eram as mais afetadas com gripes, alergias e outras doenças tão comuns em ambientes assim.

               A mãe levantara cedo e logo se preocupou em arrumar, limpar, lavar e varrer a casa dela, o quintal dela. Mas a rua estava imunda, cheia de lixo. Era preciso que a comunidade se unisse para limpar os arredores. Não só a sua casa.

                 Pingo estava tão envolvido e revoltado com os seus pensamentos que nem percebeu quando mergulhou no rio.
ECA!!!!! O rio estava pior que a rua! Tinha muito lixo! Pingo ficou preso numa pilha de garrafas pets imundas. Ele chegou ali através do esgoto.

                  A água estava suja e tinha um cheiro horroroso! Quando finalmente ele conseguiu sair da ilha de garrafas pets, foi sendo levado vagarosamente pela correnteza, que na verdade era um simples fio de água. Pingo olhou a sua volta e estava num córrego.

                 "Córrego é o nome dado a uma pequena passagem de água corrente, também denominado "corpo de água" ou "conduta de água", e que possui dimensão menor ao de um riacho".

                 Como pode? Pingo estava revoltado! Mas o que ele podia fazer? Ele era apenas um pingo d'água... Ficou triste pois ele sabia da importância dos córregos para a formação dos rios. Continuou tristemente o seu caminho.

              Aos poucos a correnteza foi ficando mais forte

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              Aos poucos a correnteza foi ficando mais forteAs margens foram também se alargando e Pingo continuava triste. Olhou para o céu, estava escuro, as nuvens não pareciam tão bonitas. Estavam escuras e ameaçadoras.

               Pingo ficou com muito medo! Achava que não era um momento favorável para uma tempestade. Estava rodeado de lixo, as casas a sua volta eram tão próximas ao córrego! Uma chuva forte com certeza iria alagar toda aquela região. E tudo porque o ser humano tinha feito tudo errado.

               Aquelas casas não poderiam ter sido construídas naquela região. Era um perigo. A natureza iria reclamar o seu lugar.

                Começou a chover. As nuvens derramavam água em abundância. Trovões ecoavam e raios cortavam ameaçadoramente o céu. Pingo estava tremendo de medo. Previa que logo-logo a enxurrada alagaria todas as ruas, a água invadiria as casas...

                 Abriu os olhos e viu um monte de lixo se aproximando, sendo trazido pela correnteza do pequeno córrego que agora estava inchado, a água se espalhava por todos os lugares. Dava voltas e mais voltas, ultrapassando os limites das ribanceiras. Percorrendo as ruas, lambendo as casas. Arrastando o que tinha na sua frente.

                 Pingo conseguiu se livrar da correnteza. Ele ficou preso numa laje, quando a correnteza bateu forte numa parede, levando metade dela. Houve uma confusão de barro, água e lixo e ele foi impulsionado para o alto. De ficou observando a confusão que se formou.

                 As pessoas estavam ilhadas dentro das casas. Estavam correndo perigo: se saíssem para a rua poderiam ser levadas pela correnteza forte, ficando, as casas poderiam ser alagadas, ou desabarem com o peso da água acumulada entre suas paredes.

              Pingo observava aquela situação sem poder fazer nada. Será que o ser humano sabia das consequências de suas atitudes em não respeitar a natureza? Ele não entendia seus limites? Até quando? A natureza era uma mãe muito brava, exigente e poderosa! Ela amava seus filhos, mas os corrigia quando necessário!

Nó em Pingo d'águaOnde histórias criam vida. Descubra agora