Fazia um ano que Julian Brandt tinha ido sozinho para Londres. Um ano que ele e Cathrin havia quebrado a tradição. Mas será que realmente tinham quebrado?
Dessa vez eles tinham resolvido passar ano novo em um país tropical, mas eles não estavam conseguindo de jeito nenhum chegarem a um acordo. De início, Julian deu ideia de irem para Dubai. Todo mundo ia para Dubai e ele nunca tinha tido a chance de fazer essa viagem, mas Cathrin reclamou justamente que todo mundo ia para Dubai.
- Você passa o ano quase todo trabalhando com esses caras, porque vai querer passar suas férias com eles também?
- Então o que você sugere? - os dois estavam sentados no chão da sala do apartamento que dividiam em Leverkusen, na televisão passava alguma reprise do The Voice mas nenhum dos dois prestava atenção.
- Brasil? - Jule fez careta.
- Já fui ano passado e não sei se estou com vontade de turistar.
- Austrália? - Cathrin sugeriu, ainda insistindo em um país com clima tropical.
- O ano novo chega cedo demais lá. - Jule criticou.
Cath sabia que quando o namorado ficava assim, era porque ele já tinha um lugar em mente. Ela odiava ter que adivinhar o que se passava pela cabeça de Julian e porque que ele tinha tanta dificuldade em simplesmente admitir o que ele queria.
- Onde você quer ir Julian Brandt? E nem invente de dizer Londres.
- Na verdade eu estava pensando em Nova York...
Os olhos de Cathrin brilharam com essa ideia. Ela nunca tinha ido para Nova York antes e era um sonho conhecer a cidade que nunca dorme.
- Vamos.
- Mas vai estar frio liebe. Você não queria fugir do frio?
- Tanto faz. É Nova York. - Cath já procurava as passagens aéreas e o hotel mais perto possível de Times Square.
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Ao pousar no JFK no dia 30 de Dezembro, Julian sentia que aquele era um novo início. 2018 só tinha promessas boas para sua vida profissional e saber que Cath estava ali com ele sem dúvidas fazia com que aquele réveillon fosse diferente dos outros.
Nova York estava debaixo de neve. Para onde se olhava estava branco. Os jornais tinham noticiado que aquele era o inverno mais rigoroso do continente norte-americano desde muitos anos.
Cathrin amava aquele clima. Ela sempre gostou de frio e neve. Sem falar que era o seu melhor guarda roupa.
- Vamos logo deixar as malas no hotel e ir para o Central Park.
- Central Park? Cath eu não quero morrer congelado. - Julian fechava ainda mais o casaco ao entrar no taxi.
- Até parece que você não é alemão. Larga de frescura Julian Brandt.
E em poucas horas, Cathrin Feller e Julian Brandt estavam fazendo bonecos de neve e patinando no parque mais famoso do mundo.
Cathrin se sentia tão viva como a muito tempo não sentia. Viradas do ano sempre a deixava animada, mas aquela parecia estar sendo diferente. Para começar, ela tinha certeza que não teria brigas. À meia noite ela tinha quem beijar, o mesmo que ela beijava há tantos anos, mas naquele ano, Julian Brandt também era seu namorado.
Essa palavra poderia não significar muita coisa, mas para Cathrin e Julian mostrava que eles haviam crescido. Eles não eram mais os mesmos de um ano atrás. Eles haviam parado de fugir.
Era estranho o quando uma pessoa poderia mudar em um ano. Ou talvez o quanto que o ano mudava a pessoa. Os fatos, os sentimentos, as vitórias, as decepções. 365 dias que eles tinham sentido de tudo.
E agora teriam mais 365 para viverem ainda mais.
Julian e Cathrin andavam pelas ruas da cidade em direção à Times Square onde aconteceria a contagem regressiva para 2018 em breve. Cathrin estava encantada com tudo que aquela cidade representava e ela com certeza queria fazer dessa viagem mais uma tradição.
- Ei, o que você acha de mudarmos nossa tradição? - ela falou para Julian o virando de frente ao lado da famosa escada vermelha.
- Qual tradição?
- Nós sempre nos beijamos à meia noite, mas acho que isso não é mais especial. Agora eu posso te beijar a hora que eu quiser, o dia que eu quiser.
- Tipo assim? - Julian puxou Cath para um beijo apenas porque eles podiam. Sabiam que as pessoas olhariam de forma estranha para eles, mas nenhum dos dois se importava.
- Exatamente o que eu quero dizer! Qual a diferença desse beijo para qualquer outro que teríamos à meia noite. Precisamos de algo novo!
- E o que você propõe?
- Que essa viagem se torne uma tradição. Essa cidade, esse clima. Algo apenas de nós dois.
Julian olhou em volta. O relógio marcava 11:59 e em breve todos os olhares estariam atentos à festa no céu.
- Eu gosto dessa ideia. Nova York é mesmo uma cidade mágica.
5.
- Então temos uma nova tradição.
4.
- Temos.
3.
- Ei, Cath.
2
- Oi.
1
- Eu amo você.
❤🕛❤🕛
Feliz 2018 e que vocês também possam quebrar e recriar suas tradições ao longo desse ano!
De mim, o muito obrigada.
ps.: vou deixar aqui meu agradecimento à @fanyangels pela música < 3
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Stay | Julian Brandt
Short StoryA vida é compostas por tradições. Algumas são herdadas dos nossos pais, outras, são criadas por nós mesmos. Essas tradições tendem a manter a vida em equilíbrio. Mesmo com tantas mudanças, essas tradições são nosso porto seguro. Mas o que acontece s...