Joanne Adams
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Minha cabeça zumbia de forma sinistra quando cheguei à esquina da minha casa. A briga com Vladmir ainda me deixava tonta e desesperada. Assim que saí da sala do professor eu corri até a sala de Millie, mas ela já havia ido embora. Que falta de sorte!
Eu não fazia ideia de como chegar a Mansão Brown, tinha certeza de que conseguiria chegar até a rodovia, mas depois achar a entrada escondida entre as árvores seria uma tarefa difícil, pior ainda se eu estivesse de ônibus. Não me alegrava a caminhada pela estrada de terra tortuosa e assustadora até a mansão.
Assim que virei à esquina minha respiração de tornou irregular. Parado na garagem na minha casa, atrás do carro popular de Patrícia havia outro carro. Tentei ser diplomática e nada ansiosa, mas minhas mãos já tremiam de excitação. Seria meu carro? Eu conhecia aquele modelo de algum lugar.
Não. Patrícia deveria ter visita. Algum gerente do banco em que ela trabalhava. Era isso, eu não iria criar expectativas desnecessárias. Até porque Patrícia jamais daria um carro daquele na minha mão.
Trotei infeliz pela neve, as bochechas vermelhas pela caminhada e frio. Minha mochila estava pendurada em um dos ombros quando abri a porta.
Eu fiquei confusa.
Realmente Patrícia tinha visita. Senti que eu afundava na depressão e decepção, então, aquele carro de fato, não era o meu. Percebi que criara expectativa mesmo relutando.
O homem que estava sentado no sofá da sala de forma relaxada, com um copo de uísque na mão olhou para mim assim que enfiei a cara dentro de casa. Patrícia veio na minha direção, ainda usando aquele cardigã azul-marinho.
- Joanne! – ela me recebeu entusiasmada demais, fiquei desconfiada no mesmo momento. Eu deveria encenar a família feliz para o chefe da minha mãe?
Tentei sorrir, mas só o que consegui foi fazer uma careta. Patrícia me abraçou, o que me preocupou um pouco e depois me puxou pela mão até ficar de frente para o homem, que me avaliava com uma expressão divertida no rosto. Nem tive tempo de tirar a mochila do ombro.
- Este é Frank Smith. Ele trabalha comigo no banco. – Patrícia tagarelava – Acabei chamando-o para tomar um drink aqui em casa e conhecer minha menina.
Minha menina? Aquilo não estava certo. Comecei a ficar nervosa e encarei o homem com menos entusiasmo que minha mãe. Ele se levantou e percebi que ele era alto, mas não tão alto quanto meu professor de biologia. Os olhos dele eram azuis claros e estava começando a ficar grisalho. Se eu pudesse descrevê-lo com apenas uma palavra diria que ele era um garanhão. Frank estendeu a mão livre para mim, com um sorriso no rosto.
- Muito prazer Joanne, sua mãe é só elogios quando se trata de você. – a voz dele era aveludada, mas um pouco fraca. Eu estava acostumada com outro tipo de timbre de voz.
Sem ter alternativa eu apertei a mão dele, era quente e macia. Típico de um homem que jamais pegara no pesado.
- Hum... muito prazer Sr. Smith.
- Ah, por favor, me chame de Frank. – ele piscou para mim.
Eu engoli a bile que tentou subir pela minha garganta. Corei de leve e não disse nada. Patrícia já estava quicando ao meu lado.
Frank soltou minha mão e olhou minha mãe.
- E uma garota adorável, muito bonita.
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A Maldição de Salem
FantasyJoanne Adams é uma garota normal de 17 anos. Ela se muda de Nova Iorque para Salem em Massachusetts. Cheia de preconceitos pela superstição do povo de Salem quanto às bruxas, Joanne se vê presa numa história cheia de magia e perigos, muito mais mist...