A tecla silenciosa

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Môni

Meu estômago estava embrulhado e meu peito doía tanto como se centenas de flechas atingissem meu coração sem parar e fossem arrancadas uma a uma.

- Por que logo ele?! Como eu nunca percebi que era por mim?

Essas perguntas estavam martelando tanto em minha mente, que até doíam.

Já não sei o que fazer a não ser chorar, chorar por um amor que se quebrou dentro de mim e um amor lindo ao qual vale a pena lutar, que eu vou acabar quebrando agora. Não posso acabar com nossa amizade, não quando eu estou em mil pedaços por dentro.

Môni – Desculpa...

Anderson – Só peço uma chance Môni, te dou o tempo que precisar. Só peço que considere tudo o que eu acabei de dizer... por favor. – Seus olhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas, não quero que ele sofra, não posso ferir seus sentimentos porque eu sei o quanto dói.

Môni – Melhor você ir... Conversamos sobre isso em um outro momento, pode ser?

Anderson – Tudo bem meu anjo, eu entendo, - ele levanta e fica de pé em minha frente me observando alguns instantes, após se abaixa depositando um beijo em minha bochecha - eu amo você, se cuida!

Ele sai, mas continuo aqui no quarto, não tenho forças para sair daqui, deito na cama da Nike e fico pensando nas palavras que eu ouvi, ele tem razão pelo que disse do Maikel, porém, eu amo este mesmo assim, já o que sinto pelo Anderson nunca passou de amizade. E agora?

Nike

Após todos irem embora, vou para meu quarto tomar um banho e ao entrar encontro a Môni dormindo em minha cama, pelo jeito terei companhia hoje. Ao sair do banho coloco minha roupa e logo pego meu celular e meus fones de ouvido e deito na cama ao lado da minha amiga. Fico ouvindo uma playlist de rock até adormecer.

Acordo pela manhã e a Môni estava dormindo, vou até a gaiola da Luna e coloco um pano preto por cima para que a luz do sol não interfira em seu sono. Vou até a Môni para acorda-la, quando chego perto vejo que seus olhos estão inchados, o que indica que ela havia chorado durante a noite, mas por quê?

Acordo a minha amiga e vou abrir a janela. Puxo a cortina rosa quase transparente para a lateral e após empurro uma parte da janela de vidro para cima, deixando passar uma rajada de vento fria. O dia está lindo hoje, o céu parece ter sido pintado por um artista talentoso, com traços trêmulos que vão do azul, à rosa e logo após apresenta uma cor branca como a neve. Infelizmente não vejo campos verdes e sim prédios que dão um colorido artificial para as ruas, poucos pátios na minha rua possuem um jardim com árvores e flores, adoro sentar no tronco da árvore que fica perto da janela do meu quarto.

Quando olho para trás minha amiga já está saindo do banheiro, vou até ela e dou um abraço nela e pergunto o que aconteceu. Então ela começa a me relatar tudo, desde a festa até a declaração de ontem a noite do Anderson, fiquei pasma! Ela está aos prantos novamente, também não é para menos, eu no lugar dela também não saberia o que fazer, me sinto de mãos atadas sem poder ajudar. Abraço ela até ela se acalmar, o que demora um bom tempo, como hoje não tem aula decidi passar o dia em casa e aproveitar para ficar com minha mãe que vai viajar daqui a dois dias.

Nike – Môni, vamos descer e tomar um café, tenho planos para nós hoje.

Môni – Estou sem fome, obrigada.

Nike – É você deve estar mal mesmo para recusar comida grátis. – E então ela sorriu, foi um riso fraco, mas mesmo assim significou muito para mim. – Anda, vamos descer.

Saímos abraçadas caminhando pelo corredor, sentimos um cheiro delicioso de café e vamos correndo até a cozinha. Minha mãe estava com a mesa pronta para tomarmos café, dou um abraço nela e desejo que tenha um bom dia, logo ela abraça a Môni e começamos a nos servir, porém percebo algo diferente hoje...

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