Cap. 3

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Luis on

É incrível o jeito que eu só consigo dar mancada com as garotas. Mas dessa vez, a culpa não foi totalmente minha.. Joana estava de volta à cidade e eu não a via a anos! Mas a culpa estava muito forte por ter deixado Camilla lá sozinha sem nem ter dado uma explicação. Minha história com Joana é complicada, nos conhecemos através de nossos pais quando eu tinha 17 anos. Eles eram sócios na época e também melhores amigos. Toda semana nos encontrávamos com a família deles pra jantar, e desde o começo Joana sempre me lançava certos olhares. Minha mãe tentava me empurrar pra ela contra a minha vontade com a desculpa de que nossa união seria boa para os negócios. Primeiramente eu neguei, pois não queria estar com alguém somente pra deixar meus pais mais ricos. O tempo passou e acabei ficando muito próximo dela e então percebi que estava me apaixonando. Me pegava diversas vezes pensando em seu sorriso. Um dia ganhei coragem pra dizer o que realmente sentia.

Acabou que ela admitiu gostar de mim também e com isso ficamos pela primeira vez. E pela segunda, terceira e por aí vai.. Estava pensando em pedi-la em namoro, quando os pais dela deram um golpe nos meus pais levando quase todo o lucro da empresa. Por pouco não chegamos na falência. Com o resto de dinheiro que nos sobrou, meus pais foram espertos e começaram um novo negócio, dessa vez de Engenharia. E deu tão certo, que hoje é a empresa de Engenharia mais conhecida do país.

Quanto à familia Campbell, meus pais não se acreditaram com tamanha ignorância. Me proibiram de me encontrar com Joana e os pais dela a levaram pra longe de mim, mais precisamente para Paris e lá instalaram seus negócios. Antes de nos despedirmos, eu e ela fizemos um juramento de que se voltássemos a nos ver, não importando o lugar ou com quem estivéssemos, iríamos ficar juntos. Não como namorados, mas sim pra relembrar os velhos tempos. E foi isso que eu deveria ter explicado pra Camilla. Sei que não adianta correr atrás dela uma semana depois, mas queria ao menos me explicar e não passar uma imagem de um cara babaca.

Bom, aqui estou eu, em casa numa quarta feira à noite, no tédio e sozinho. Você deve estar se perguntando "e a Joana?" tivemos uma noite incrível, estava com tanta saudade dela! Ela não teve culpa nenhuma no que aconteceu. De inicio suspeitei um pouco mas só de ver seu sofrimento quando nos despedimos, tirei essa ideia da cabeça. Sabemos que não podemos ficar juntos por conta de nossos pais. Não faço a mínima ideia de onde ela esteja e eu só sei que estou morrendo de fome. Decidi ir no mercado aqui perto pra procurar algo pra comer. Sem sucesso, não tinha nada de bom. Tentei me recordar de algum outro mercado e um me veio na mente. Entrei no carro e liguei o rádio em seguida, procurando por uma estação qualquer. Parei em uma e um remix de Néon Lights começou a tocar. Camilla invadiu meus pensamentos na hora. Eu tinha mesmo que me desculpar com ela. Já tinha tentado procurá-la no Instagram e não consegui nada a não ser "usuário não encontrado". Continuei pensando em alguma maneira de entrar em contato com ela e assim cheguei no mercado. Peguei o que precisava de dentro do carro e sai.
Estava na parte das bolachas recheadas tentando decidir qual levar, quando um vulto (muito cheiroso aliás) passou por mim e eu não me segurei pra olhar quem era. Para a minha grande surpresa, era ela. Tão linda quanto distraída. Aposto que nem reparou na minha presença, já que está a poucos passos de mim. Comecei a observá-la. O modo como mordia o lábio inferior parecia estar encarando uma dúvida cruel, como qual doce deveria levar. Pegava um, chacoalhava a cabeça negativamente e colocava de volta na prateleira. Simplesmente adorável.

Mas que porra eu to fazendo????? Eu não sou assim, não mais. Ou sou?

Decidi chamar sua atenção pigarreando baixo de mais. Não adiantou nada. Dessa vez fiz um pouco mais alto e ela se virou para mim, com uma cara de quem não esperava de jeito nenhum me encontrar ali. E ela não deveria esperar mesmo.

-E ai! -Disse meio sem jeito e lançando um sorriso amigável pra ela.

Ela me encarou um pouco, talvez pensando no que dizer pra mim.
-E ai garoto que gosta de abandonar as menininhas na balada! -disse ela.

Love In ContractOnde histórias criam vida. Descubra agora