𝐩𝐚𝐩𝐞𝐫 𝐭𝐨𝐰𝐧 · 𝐜𝐚𝐝

022 | cameron

C A M E R O N D A L L A S

Saí da escola totalmente desesperado, assim como nos últimos três dias, desde a noite que eu passei com Margo.

Ela simplesmente não saiu do quarto desde então. Seu celular está desligado e ela não recebe nenhuma mensagem ou se quer responde a mim ou a Sammy batendo em sua porta.

Samuel é a única pessoa que anda mais preocupada que eu.

Depois daquela noite, algumas, na verdade, muitas coisas mudaram. Como por exemplo a sobrancelha de Chuck. Ele simplesmente se negou a raspar ou a pintar outra sobrancelha e foi a semana inteira desse jeito para a escola.

Postei a foto de Travis nas redes sociais em anônimo. No dia seguinte já estava grudada em todos os lugares daquela escola.

Ouvi que Becca estava de castigo e que foi obrigada a jogar todas as suas roupas fora pelo enorme peixe morto que deixamos em seu armário. Seu castigo era ficar sem seus cartões por um mês. O que resultou em: Uma patricinha usando roupas da sua mãe sendo motivo de piada.

Fiquei um pouco com dó dela por isso.

Lacey estava normal. Como se nada tivesse acontecido. Mas dava para perceber que ela estava preocupada.

Contei tudo o que aconteceu para Alasca, e ela riu demais por tudo o que sua melhor amiga fez. Ela disse que nunca imaginou que um dia, Margo faria essas coisas.

Eu e a mini Maloley nos encontramos no estacionamento da escola e fomos juntos para a cara dos Wilk. Hoje seria o último dia que deixaríamos Margo naquele quarto. Samuel concordou com a gente e irá arrombar aquela porta.

Estacionei o carro da minha mãe em frente à nossa casa e fomos até a porta da casa de Sammy. Toquei a campainha e em poucos segundos, lá estava ele com a cara toda amassada.

— Por que não me avisou que ela viria também? — ele rosnou pra mim, passando as mãos pelos cabelos.

— Precisava? — questionei

— Ela é a minha melhor amiga, Samuel. Se ela estiver com problemas, quero ajudar. — disse Alasca, empurrando Sammy e seguindo para o segundo andar.

Acompanhamos a loira.

— Margo, sou eu, Cameron, de novo. — bufo — Combinamos que hoje seria o último dia seu trancada aí dentro. Então peço que se afaste da porta e que não brigue ou xingue a gente por estar fazendo isso. — suspiro, dando um passo para trás, e puxando Alasca comigo.

Sammy respirou fundo e se posicionou de frente para a porta branca cheia de adesivos e fotos da sua irmã.

— Eu devia ter feito isso há três dias! — falou mais alto e chutou a porta, fazendo-a se desgrudar do batente.

Entramos correndo no quarto e nada.

Literalmente nada.

Sua cama estava arrumada. Os seus cd's estão perfeitamente arrumados, assim como a sua estante de livros e todos os lugares desse cômodo.

Mas Margo não estava ali.

— Olhem! — Alasca disse, pegando o celular de Margo, que estava em cima da escrivaninha, junto com três pedaços de papel. — Sammy. — entregou para ele. — Alasca. E Cameron. — entregou para mim.

Cameron, se Você estiver Lendo Isso, Provavelmente vocês Arrombaram a Porta do meu Quarto. E Muito surpreendentemente, eu Não Me Importo. Não Sei quando Vocês estarão Lendo isso, Mas eu provavelmente Estarei Bem Longe de Los Angeles. Obrigada Pela ajuda naquela Noite. Finalmente conheci Quem você Realmente É. Diferente de Você, Eu não Me Conheço e Não sei o que Vou fazer Com o meu Futuro. Quero que Entenda e que Faça meu Irmão entender Também. Mas o Mais importante, Não venham Atrás de mim E Me esqueçam. Eu Estarei bem.
Assinado, Margo Roth Wilkinson.

— Ela simplesmente foi embora. — digo, olhando pela janela e amassando aquele maldito papel.

Eu não consigo acreditar nisso.