Melanie

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Mais um dia começa, eu estou com zero vontade de levantar.

Na minha cidade antiga eu poderia levantar às 10:00 às 11:00 da manhã, porém agora não.

Depois que me mudei para minha cidade atual eu não posso passar das oito, e sabe por que?

Porque a minha mãe teve a Brilhante ideia de me colocar em um colégio de tempo integral, no qual eu deveria me acordar às 5:30 chegar lá às 7:00 horas e ficar lá até às 20:00

Incrível não?

Não.

-Garota levanta não é mais hora de estar na cama.

Disse Marie a minha mãe.

-Na verdade é são apenas 6:30 da manhã.

Retruco.

Levantei como sempre, fui ao banheiro lavei o meu rosto e o meu cabelo, passei um hidratante nas minhas pernas, desodorante, um bom perfume, dei meu máximo, ainda era uma menina e no fundo, no fundo tinha o sonho de ser uma garota popular, desejada, e feliz na escola...

Mas era só um sonho...

-Oi filha.

-Oi papai...

Meu pai era incrível sempre ao meu lado, nunca me abandonava e até pra me dar broncas dava escondidinho pra que ninguém me julgasse.

-Come alguma coisa aí.

-Não quero.

-Come filha não quero você anoxerica...

-Quê?

-Anoxerica.

Eu comecei a rir.

-Anoréxica.

Quando meu pai se tocou do grave erro gramatical que havia cometido caiu na risada comigo.

Até que...

-Vamos Melanie você não tem mais tempo de ficar aqui em casa, você tem tanta coisa para fazer, sabia que faz uma semana que você não lava os pratos, não varre a casa, não lava roupa, fica só deitada lá no seu quarto mexendo no computador e no celular você acha que uma garota de 17 anos como você tem hoje, devia ficar fazendo isso? Na minha idade eu ajudava o meu pai a minha mãe trabalhava na casa de família da senhora lovet, trabalhava como empregada ainda ajudava minha tia na lojinha dela e você até hoje não faz nada só fica aí deitada como se fosse uma rainha mas você não é... É melhor você ir logo pra escola por que só assim talvez no futuro você consiga ajudar a gente de algum modo.

A minha mãe sempre teve essa mania de jogar na minha cara as coisas que ela havia feito e sofrido pra chegar onde estava, era uma mania merda mas fazer o que né.

Decidi ir logo pra escola logo, lá em casa as coisas eram complicadas.

Dois ônibus era o que eu precisava para chegar na escola nova antigamente era só andar um pouquinho e eu chegaria na minha.

Eu não tinha amigos, não tinha nem coleguinhas, cara estava muito difícil me encaixae na minha cidade nova, antigamente na minha cidade lá no México tudo era mais fácil para mim, a minha família tinha mais dinheiro lá, o que me levava a ter mais "amigos" também.

Só que a gente perdeu tudo e veio morar aqui no Brasil.

E depois que viemos para cá, eu perdi contato com todos os meus amigos, e não tinha mais ninguém, a minha única companhia até agora o meu pai vamos combinar que não é uma grande companhia né?

Eu decidi sair logo para escola porque assim seria mais fácil lidar com as coisas, de longe...

Minha mãe reclamando em casa e eu recebendo os sinais telepáticos lá da escola.

Saí andando, quando eu cheguei no primeiro ônibus eu percebi que tudo aqui era diferente... Tipo as pessoas não esperam você subir, não fazem fila nem nada elas simplesmente vão entrando passando por cima de você...
Isso foi muito complicado para mim...
Depois dos dois ônibus e um tantinho a pé, eu finalmente cheguei na escola nova, e era muito menos do que eu esperava ser.

Apesar de ser grande parecia ser velha e tinha muitos adolescentes ridículos, tudo muito diferente da minha antiga escola. Eu entrei e de cara eu me dei com uma garota que esbarrou em mim.

-Nossa desculpa mano, qual é o teu nome?

Ela disse pegando as minhas coisas do chão (algo que iria ocorrer diversas vezes na minha vida a partir dali)

-Melanie... E o seu?
-Camila
-É um prazer conhece-la.
Disse estendendo a mão em sua direção.

-Então mora aqui há muito tempo?

Começamos a conversar e a desenvolver uma amizade inesperada, e ela era muito engraçada fazia viagens e já tinha vários amigos na escola e eu não queria ser interesseira Mas eu vi nela um passaporte para começar a ter amigos lá e também, já pensou eu chegar já ser popular e tal...

Foi isso que eu pensei quando eu vi aquela garotinha, aquela garotinha Branca, loira, fofa e educada, ela poderia ser minha amiguinha e também um passaporte, descobrimos que seríamos a mesma sala foi muito bom saber disso, porque assim seria mais fácil para me adaptar nessa cidade.

Teríamos as aulas normalmente, e fomos ver quais aulas seriam, naquele dia primeira aula português, segunda aula química, terceira aula biologia, quarta aula física, fiquei sabendo que os professores de física, estavam ali, e que eram bonitos...

Mas eu odiava física.

E na quinta matemática, sexta artes cênicas, sétima inglês e oitava música.
Eu e a Camila saímos e fomos até a cantina comprar alguma coisa para a gente comer, até que...

Vi um menino muito fofo, usava óculos, tinha pele clara e os cabelos também, tava com a camisa branca que não era da Farda (acho que ele tinha esquecido de comprar ou então estava suja) ele parecia ser muito legal, ele era amigo da Camila!

-Oi Cá, tudo bom?

-Sim Leo e tu como vai?

Ela deu um abraço nele e eu estava de canto, meu plano de ser extremamente confiante tinha ficado só na teoria mesmo.

-E você tá tudo bom?

-Ham, eu?

Eu estava nervosa e nem sei por quê. Aquele garoto não tinha a menor significância na minha vida, logo meu nervosismo era ilógico.

-Tudo.

Disse estendendo a mão.

-Eu sou o Leonardo.

Ele apertou a minha mão e me deu um forte abraço.

Leonardo era muito fofo e eu fiquei muito xonadinha por ele logo de cara, sempre me apaixonei muito fácil.

-Tá tudo legal mas eu tô indo agora depois a gente se vê tá?

Camila me puxou pelo braço me afastando de Leo

-Bom então a gente vai agora ver que aula nós temos tá? Somos responsáveis e maduras pra ver todas as aulas numa frequência exemplar.

Fomos ver a primeira aula, ficamos entediadas e dormimos ali mesmo.

Acordamos meio atordoadas

-Ei garota.

-Diz.

-Não quer ir embora?

-Obvio que sim!

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