-Prof, podemos ir ao na banheiro?
Disse Camila.-Sim, (olhou por cima do óculos enquanto falava) só não demorem.
-Oh, claro que não...
Ela pegou nossas mochilas rapidamente, o professor vendo aquilo indagou:
-Banheiro, mochila? Hum...
-Coisas de menina. --Ela disse piscando o olho e com um sorriso sarcástico.
Saímos e fomos em direção ao bebedouro próximo a uma das portas de saída, a qual estava aberta e com o saudoso Roberval à vigiar (talvez nem tanto pois estava dormindo), Aproveitamos a distração do pobre e saímos, também saudosas e bem animadas... O sono que tomara conta de nós durante toda a manhã havia se esvaído por completo, queríamos apenas nos divertir um pouco, bem pouco mesmo pois não tínhamos um tostão no nosso bolso, mas estávamos felizes.
-Cara, aquela aula é entediante demais.
Havíamos nos sentado numa calçada qualquer, apenas para aproveitar uma tarde tranquila (enquanto a fome não apertava e iríamos para nossas casas)
-É verdade. --Eu disse assentindo com a cabeça.
-Às vezes eu não queria ser daqui...
-Como assim?
-Sabe, queria viajar e explorar o mundo, ajudar as pessoas e os animais... Pra mim não há nada mais importante que a natureza e tudo que ela representa...
Camila era tão aleatória.
-Amiga, você usa alguma coisa? Tipo, algum entorpecente? --Eu disse em tom de brincadeira.
-Ai, para Mel... (Risos) Eu sou uma pessoa completamente correta perante a lei e aos homens!
-Sim, só é muito viajada das idéias.
O céu era belo, as árvores balançavam e os pássaros cantavam, na calçada apenas nós, e a penumbra...
Brincadeiras cercavam nosso dia ali mesmo sentadas descobri um pouco da vida de Camila, mãe e pai separados, a mãe dela era alcoólica e fumante, e às vezes, não tão raras, costumava bater em Camila, que devolvia as palavras más e agressões. Eu me senti mal pela minha nova amiga, e triste por não poder ajuda-la, todavia, não era um problema meu.
Nossa tarde estava ótima, poderíamos continuar ali até às oito, claro, se a fome não nos separasse.
♥♥
Fui para casa torcendo para que minha mãe não estivesse lá, e que no caminho eu conseguisse uma boa desculpa para meu breve retorno.
Você já teve devaneios sentado na poltrona de um táxi, ou ônibus?
Aqueles profundos que te levam a pensar muito na vida?
Talvez chegando a ter crises existenciais.
Os meus começavam por coisas bobas, como minha mãe ou a escola, mas (quando não me levavam aos prantos) me deixavam ou paranóica, ou esperançosa, este me deixou esperançosa, e marcou-me profundamente até agora em minha fase adulta.
Era tão difícil ser uma "adolescente desocupada" mas ao mesmo tempo tão legal, é patético sonhar coisas (às vezes fúteis) que "jamais acontecerão", mas é estimulante sonhar com essas coisas, talvez até meio filosófico, desejar a ambiguidade do ser, ser bem sucedida e ser humilde, ser "popular" e ser de um só, Sorrir quando se está triste, esconder algo claramente exposto, desejar o amanhã sem querer se desfazer do ontem, porque no ontem você tem a certeza. Certeza e ponto, a certeza de ter sido feliz, bonita, amada, querida, enquanto o amanhã, o amanhã nem existe, parece ser apenas linhas incertas de coisas que podem acontecer na sua vida, coisas estas que você quase sempre acaba levantando a hipótese de dar errado, seja uma prova, um amor, um sonho...
Logo acima disse que essas coisas poderiam jamais acontecer...Aconteceram...
♥♥♥
Cheguei em casa, e não tinha ninguém, senti um alívio que devastou a minha alma "espero que só voltem mês que vem" fantasiei.
Nada para fazer, ninguém com quem falar, um tédio que só não superava o escolar.
Amigos, cá entre nós... Todos nós sabemos o que adolescentes fazem quando estão entediados, sozinhos e com telefones na mão não é mesmo?
Eles lêem! Seus safadinhos.
E eu fui ler um pouco, algo que me reconfortante, e me desse sono...
Um livro sobre destino talvez... Ou de romance? Tantas opções, resolvi ver um pornô! O quê? Essa é a outra coisa que eles fazem quando estão sozinhos.
Depois da minha magnífica masturbação, um momento após, nem tinha lavado as mãos, meu pai chegou acompanhado da minha irmã, ah sim eu tenho irmã, extremamente cristã, nada contra, mas eu talvez não curtisse muito o papo de religião. Ainda mais quando ou é ou é.
-Mana!! --Ela correu em minha direção.
Eu não sabia disfarçar minha insatisfação em ver ela ali.
-Ooi! (Talvez tenha saído um pouco forçado) tudo bem?
-Sim minha flor.
-Então, a que veio?
Meu pai me olhou sabendo minha reprovação por aquela menina.
Bom, vim aqui para convidar você para o culto da quinta a noite, vai ser abençoado.
Empolgante.
-Nossa que legal hein...
-Você vai não é?
Eu olhei pro meu pai praticamente pedindo socorro porque eu definitivamente não queria ir a uma igreja ficar num culto durante duas horas, quando podia estar dormindo, espero que isso não seja heresia, mas se quisesse falar com Deus eu poderia falar com ele de lá do meu quarto.
-Ela vai sim, pode deixar. --afirmou meu pai.
-Fico feliz Mel. Te vejo lá.
-Amém. --Eu brinquei.
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Sua
FanfictionEu fiz amor com meu professor. Eu senti. E você? Você já sentiu o êxtase? O doloroso prazer do sexo? A sutil pesada culpa sobre seus ombros? A fiél infidelidade de alguém? Já sentiu o tempo parar? Já teve uma pessoa que consegue te fazer sentir inúm...