Sua

Quando as luzes se apagam

Um dia depois do meu aniversário de 18 anos, eu fui para a escola muito feliz. Finalmente eu receberia meu tão esperado presente do professor Miguel, também queria reencontrar meus amigos, e ser parabenizada por eles.

Eu seria uma puta hipócrita de falar que a minha maior vontade era receber os parabéns dos meus amigos. Na verdade a minha maior vontade era finalmente ser beijada pelo professor, pois já sabia que esse (um beijo) era o meu presente.

E talvez não só isso, já pensou se finalmente pudesse fazer sexo com ele? Já pensou se finalmente eu pudesse sentir aquele homem dentro de mim? Seria a coisa mais incrível que já teria feito na minha vida. Se por fim eu pudesse tê-lo completamente para mim! Não só as mãos no meu corpo, não só os lábios no meu pescoço. Mas ele por completo, enfim seria meu...

Eu entrei na escola esperando ansiosa para ver ele, o que não aconteceu a primeira aula de química, em vez de ter aula daquele belo professor, eu teria aula de um senhor idoso de 60 anos de idade que só sabia ficar reclamando da vida e enchendo o saco dos alunos dizendo que eles não teriam futuro na vida se não soubessem a matéria dele.

Como sempre eu dormi.

A segunda aula era de física mas eu não vi o professor, então resolvi ir até a sala dos professores para ver se ele estava lá e se ele poderia dar aula para a gente, antes desse ano, eu odiava física mas, como eu já disse, essa agora já era a minha matéria preferida.

Chegando lá, eu vi não só ele, mas uns dois professores também estavam já  indo para suas salas.

Bom, o meu colégio era um colégio grande e não muito iluminado em algumas salas, uma das salas que não eram muito iluminada, era a dos professores.

Quando eu entrei, falei rapidamente com o professor para ver se ele iria nos dar aula.

-Licença, posso entrar?

-Claro Melanie entre.

-Bom, eu vim te chamar para a aula, o nosso professor de química já saiu.

Ele estava de cabeça baixa e de cabeça baixa continuou.

-Eu estou acabando de organizar algumas atividades logo estarei indo para sua sala.

-Eu, posso sentar aqui?

-Claro sente-se.

A gente sorriu.

Já não tinha mais ninguém naquela sala apenas, eu e o professor...
Eu estava ansiosa mas sabia que aquele não era o momento do meu presente, infelizmente... Só queria ter lhe para mim novamente.

Foi então que algo inesperado aconteceu, um dos geradores do colégio simplesmente queimou.
Acho que foi o destino me ajudando, tudo ficou escuro naquela sala e em parte do colégio também.
Infelizmente aquilo seria resolvido rápido, mas eu sabia que poderia ser o momento de eu ganhar o meu tão esperado presentinho do meu tão amado professorzinho.

-Melanie?

-Sim.

-Venha aqui garota.

Eu, que já estava sentada ao lado dele, me aproximei um pouco mais.

-Sim.

Foi ali que ele me abraçou colocando sua mão ao redor da minha cintura, a outra mão em minha coxa, fazia movimentos circulares. Parecia que ele sabia como me seduzir... Eu estava tão sem palavras que apenas fechei os olhos e senti aquele toque em mim, ele me abraçou forte e então começou a me beijar, Ah... Aquele beijo, aquele beijo me levou a êxtase, me levou as alturas... Eu não entendi o porquê.

Mas eu apenas me senti completa.

-Melhor pararmos Mel, vai que a luz volta.

-Tem razão.

-Não eu não tenho...

-Como assim?

-Arrisque-se, a vida é muito melhor com adrenalina querida.

-Miguel, você é louco.

-Eu sou louco pra ter você na minha casa.

-Oi!?

-Isso! Vamos lá em casa.

-Não, eu não posso.

-Por favor, só vamos fazer o que você quiser.

-Miguel eu nunca...

-Nem precisa Melanie. Eu só quero ficar com você um pouco, sem a pressão da escola sabe, só por estar com você.

Eu queria ir, eu queria fazer, mas eu não queria parecer uma puta, caso ele fizesse algo comigo, que eu não quisesse eu o denunciaria, mas se ele fosse realmente esse princípe aí eu começaria a tirar a prova dos nove hoje.

-Tudo bem eu vou.

-Ótimo, eu quero conversar com você, quero que você me entenda um pouco. Depois podemos até ver um filme.

-Tudo bem será legal...

Nós rimos e ficamos abraçados por alguns minutos, até que, a luz voltou...

-Viu só? Lá em casa nós manipulariamos a luz.

-Tem razão, mas vamos pra sala.

Indo para sala no corredor, nós combinamos como seria nossa ida, depois da escola eu iria para a esquina como de costume, mas não continuaria o caminho até o ponto de ônibus. Eu entraria na primeira rua, onde na esquina da mesma ele estaria me esperando.

-Você pode dormir fora garota?

-Foi uma das conquistas dos meus dezoito, posso ficar fora até às onze e posso dormir fora, tendo avisado previamente.

-Legal. Responsável.

-Nem tanto. Mas acho que às vezes meus pais querem trepar e eu lá interfere um pouco.

-Pode ser. --Ele riu-- Vamos, a sala está a espera.

Quando entrávamos na sala, voltavamos a ser apenas professor e aluna.
Eu me separei dele sentei em meu lugar, e falei a Camila o plano do dia.

Eu diria ao meu pai que estaria dormindo em sua casa, eu não disse o porquê pois ainda não tinha falado a  ela sobre meu "relacionamento" com professor.
Então ela apenas concordou mas com a condição que depois explicasse o que estava acontecendo a ela.