Capítulo 3

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Maria Flor Arantes

- Maria! - Viro a cabeça e vejo Rita se aproximando as pressas. - Oh minha Maria, o que aconteceu com você?

Ela me dá um abraço apertado e se senta ao meu lado.

Depois do showzinho de horrores que fiz no auditório uma hora atrás, a nossa professora de Arte me mandou para a enfermaria.

Estou tão envergonhada que tenho medo de respirar fundo de novo e vomitar na cara de mais gente.

Que vergonha!

Que vergonha!

Que vergonha!

Aqui na enfermaria, me passaram um remédio para limpar o estomago e agora estou sentada pelo lado de fora, sem reação e traumatizada demais.

Que dia!

- Como você está, Maria? - Rita indagou enquanto alisava uma mecha do meu cabelo.

- Eu acabei de vomitar nos pés de uma das juradas, minha pele está verde igual do Hulk e jamais serei lembrada pelo que fiz hoje. Ainda quer saber se estou bem?

Rita torceu os lábios, segurando o riso.

Ela é minha melhor amiga, mas não deixa escapar uma oportunidade de rir dos meus micos também. Rita é como uma irmã para mim. Eu a amo e gosto muito quando ela vem com o seu jeito protetor de irmã mais velha para o meu lado. Nós duas somos filhas únicas e isso contribuiu muito para que fossemos tão próximas hoje.

- Me desculpa pela pergunta idiota, Maria. - Ela se desculpou, mas deixando escapar alguns sons de gargalhada.

- Depois de tudo que passei hoje, o certo era ficar desaparecida por pelos menos 2 anos. - Esbravejei.

Rita suspirou.

- Eu já estou sabendo do resultado dos testes. Você não conseguiu, não foi? - Ela murmurou, alisando minhas costas.

- Não consegui. - Choraminguei.

- Fiquei muito triste que eles não abriram para o publico poder assistir os testes e ainda está custando muito para eu acreditar que você não conseguiu, minha Maria. - Rita explicou e sua voz mudou de tom divertido para um tom triste.

Rita adora me chamar de "minha Maria". Ela apenas divide essa forma com o meu pai. Na verdade, foi ele que começou.

Quando minha mãe descobriu que estava gravida de uma menina, ela escolheu me chamar de Flor, mas papai queria algo do tipo Maria Eduarda, Maria Laura ou outra coisa qualquer, mas que o nome Maria viesse na frente. Ele acha muito bonito: É simples e forte, é o que ele sempre comenta. E quando nasci, mamãe contou que quando papai me pegou em seus braços pela primeira vez, seus olhos estavam marejados e em seus lábios, havia um sorriso que papai esboçou só quando me olhou. Mamãe então, não aguentou a emoção e começou a chorar, até que papai sussurrou: Minha Maria. Ao ouvir isso, mamãe sussurrou do outro lado: Nossa Maria Flor. A emoção estava completa e finalmente as discussões bobas entre eles havia acabado e felizmente meu nome foi aceito. Quando eu já estava uma mocinha, sempre que eu fazia alguma brincadeira bem engraçadinha, papai colocava as mãos na cintura e exclamava: Ah minha Maria arteira! Um dia, Rita ouviu e começou a me irritar me chamando de Maria arteira. Quando já estavamos em nossos 12 anos, ela aderiu ao mesmo apelido que meu pai e partiu a me chamar de Minha Maria também. Se alguém se dirigir a mim dessa forma, Rita parte para a briga.

- Eu fracassei de novo. - Choraminguei. - Não sei o que vou fazer.

Rita deitou a cabeça em meu ombro, enquanto me cobria em um abraço apertado.

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