O Filho dos Supremos 5° - Christopher Lewis

Capítulo 03

Jenny

Recusei a ajuda dele quando esbarrei no mesmo na alcatéia pensando que traria problemas pra ele....mas na verdade o problema é ele.

Não sei a razão por ter me trazido para casa dele, ele não me conhece, eu não conheço ele. Porque fez isso? Apesar de todas as minhas dúvidas eu fico aliviada de não estar na alcatéia Pulver. Eu realmente tinha muito desejo de sair de lá, mas nunca pensei que seria assim...Como um objeto de troca.

Não consigo entender, por mais que tente procurar a resposta mais sensata, não consigo entender qual foi o motivo do "Supremo de sangue puro" me tirar de lá. Nunca duvidei que ele não existia, sempre acreditei, mas nunca pensei que ele seria...jovem.

Termino de me vestir e me olho no espelho, apesar da roupa dele ficar super grande em mim...Eu não me reconhecia, faz muito tempo que não sei o que é me olhar no espelho ou ver meu cabelo limpo e penteado.

Saio do quarto e fico olhando para os lados tentando saber para onde devo ir. A casa é grande e muito linda. Uma porta do lado do meu suposto quarto é aberta e ele sai dela, ele me olha e levanta uma sobrancelha. Fico encomendada com o jeito que ele me encarou.

ㅡ Me segue. ㅡ ele apenas diz isso e sai em minha frente. Urgentemente sigo ele. Descemos a escada e fomos parar em um corredor e entramos na primeira porta...Um escritório, ele senta em um sofá e faz um sinal para me sentar em frente dele. ㅡ Meu nome é Christopher Lewis, estou dizendo caso você não saiba.

ㅡ Jenny Hale. ㅡ digo e sem esperar ele falar mais alguma coisa eu falo. ㅡ Por que me trouxe? A loira...Anne Pulver, ela estava bem interessada em vir em meu lugar. Por que não aceitou ela?

ㅡ Por que não fique apenas grata por eu ter tirado você daquele buraco? ㅡ ele diz então vejo o quão arrogante ele é. ㅡ Não tem um motivo pra mim ter trazido você, se você quer voltar...Apenas volte.

ㅡ Só fiz uma pergunta...Não precisava me responder dessa forma. ㅡ suspiro fundo. ㅡ Eu mal o conheço e já dá pra ver que você é um arrogante insensível.

ㅡ Ó..Me desculpe. ㅡ ele diz ironizando.

ㅡ Como as pessoas te aguentam? ㅡ encaro ele. ㅡ É por isso que vive isolado?

ㅡ Vivo isolado por opção. Você não tem nada haver com isso. ㅡ ele diz me encarando.

ㅡ Não ligue pra ele. Christopher é um completo idiota assim mesmo. ㅡ uma mulher de cabelo curto e cheia de tatuagens entra no escritório.

ㅡ O que tá fazendo aqui? ㅡ Christopher fica surpreso em ver a mulher.

ㅡ Disse que fui pra Flórida visitar meus avós. E acabei parando aqui. ㅡ ela diz sorrindo. ㅡ Sou Stella, prima desse idiota.

ㅡ Jenny. ㅡ ela esboça outro sorriso.

ㅡ Sua amiga? ㅡ Stella pergunta com uma certa malícia na voz.

ㅡ Uma resgatada da alcatéia Pulver. ㅡ Christopher diz e ela franze a testa.

ㅡ Resgatada? ㅡ ela ri como se não acreditasse no que tinha ouvido.

ㅡ Já que você veio, quero que compre roupas pra ela. ㅡ Christopher diz.

ㅡ Não precisa se incomodar comigo. ㅡ digo e me levanto. ㅡ Não pretendo ficar.

ㅡ Vai voltar para os Pulver? ㅡ ele pergunta e solta uma risada amarga.

ㅡ Não. Eu posso sobreviver sozinha. ㅡ digo e saio da sala.

ㅡ O que tá acontecendo com você Christopher? ㅡ ao sair eu escuto a Stella perguntar ao seu primo, na hora eu paro e como a curiosidade é maior eu tento ouvir. ㅡ Você nunca se revela em público, agora está resgatando pessoas dos Pulver?

ㅡ Foi só dessa vez. Não pretendo fazer de novo. ㅡ ele responde. ㅡ Antes que você comece eu não trouxe ela pra cá com segundas intenções...Eu apenas senti necessidade de ajuda - lá.

ㅡ Necessidade? Sentir?...Você realmente é Christopher Lewis? ㅡ ouço ela ri. ㅡ Fala a verdade, você foi atraído pela beleza dela, não foi?

ㅡ Eu estou falando sério...Ele tem sua beleza...Mas eu realmente quis ajudar. ㅡ ele diz e meu rosto fica um pouco corado.

ㅡ Desconheço esse ser em minha frente. ㅡ  quando Stella termina de falar eu saio da porta e corro pro quarto.

ㅡ Ele sentiu pena de mim? ㅡ não quero ficar aqui por causa da pena dele..

ㅡ

Estava deitada na cama então da vontade de beber água. Me levanto e desço as escadas...Mas eu não sei onde é a cozinha.

ㅡ HAAA ㅡ ouço um rosnado grosso e alto.

Vinha do escritório, a porta estava entre aberta. Ele estava sentado com suas garras enfiadas no braço da cadeira, sua cabeça estava jogada pra trás e algumas veias pretas saltava do seu peito até sua garganta e seu grito era mais estridente e doloroso. Meu coração acelera e fico sem fôlego, meus olhos lacrimejam e era como se eu sentisse sua dor, ia entrar na sala mas sou puxada. Era Stella, ela me puxa até o quarto onde eu estava antes.

ㅡ Ele...ㅡ não conseguia, falar, eu estava tremendo.

ㅡ Já ouviu falar sobre a maldição que o Supremo de sangue puro carrega? ㅡ encaro ela.

ㅡ Isso era verdade? ㅡ ela afirma. ㅡ Ele está...sofrendo.

ㅡ Infelizmente não tem como nós fazermos nada. ㅡ ela diz com um semblante triste.

ㅡ Tem que ter um jeito. ㅡ digo.

ㅡ É normal as pessoas que nunca viram ele sofrer assim, e acabar vendo pela primeira vez e ficar preocupado. ㅡ ela suspira. ㅡ Mas te garanto, não tente se preocupar...é a última coisa que ele quer.

ㅡ Como você consegue ver o sofrimento dele e não fazer nada? ㅡ pergunto, pois estou a ponto de enlouquecer.

ㅡ Ignoro. Acredite, não quero fazer isso. Mas faço porque não quero que ele se afaste de mim, da mesma forma que eu o ignoro, Zac faz o mesmo. ㅡ ela diz com um olhar triste.

ㅡ Você não sente a dor dele? ㅡ digo e ela me encara. ㅡ É como se seu coração estivesse sendo esmagado.

ㅡ Como sabe disso? ㅡ ela parecia surpresa.

ㅡ Eu senti, quando olhei ele. ㅡ ela segura minha mão.

ㅡ Está me dizendo que sentiu a dor dele? Como? ㅡ não entendi o motivo do espanto.

ㅡ Ele é um supremo, é normal que outros lobos sintam a dor dele. ㅡ digo.

ㅡ É normal se ele fosse um supremo normal. ㅡ ela aperta minha mão. ㅡ Me diga com detalhes o que você sentiu quando olhou ele sofrendo.

ㅡ Meu coração doeu, minha garganta secou...Me senti na obrigação de tentar ajuda - lo. ㅡ ela sorri.

ㅡ Em hipótese nenhuma fale isso pro Christopher. ㅡ ela ainda tinha um sorriso estampado. ㅡ Ele tem que descobrir sozinho.