Leito para dois

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O lado esquerdo da minha cama está vazio, e eu me perco nesse emaranhado de lençóis desta cama de gato

Não houve luto,
Apenas o escárnio absoluto
De um devoluto passado à assombrar-me

E o meu colchão,  cheio de ácaros sente o alívio da sua ausência

Os lençóis de seda, apesar de macios, eram frios

Será que eu posso trocá-los pelo os de linho?

Meu corpo não contém mais suas digitais

Seu odor se dissipou e isso me trouxe ares de liberdade

Seria eu,  capaz de explorar as texturas de outras camas?

Saiba porém, colchões d'agua me assustam!

Não tanto quanto a noite que chega  perturbadoramente solitária

O desejo me consome, anseia o lado vago da cama ocupado

Mas, é só um momento de fraqueza

Minha cama tem dois lados direito

Onde apenas eu durmo!

Talvez eu possa apenas visitar as camas alheias!

à procura das palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora