Anthony Reis, um antigo músico, é dono de um acampamento de verão para jovens artistas. Todo ano diversos adolescentes com talentos diferentes nas áreas da música, dança e teatro passam duas semanas nesse incrível lugar aprendendo e se divertindo. N...
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Giovana Campos não aguentava mais aquela viagem de carro, que apesar de ser curta, para ela parecia muito longa. Nem a música que ela ouvia em seus fones de ouvido conseguiam tirar a inquietação da garota. E imaginem o espanto da menina ao sentir alívio por ver que o acampamento se aproximava. A verdade é que Giovana odiava viagens de carro, pois foi em uma dessas que o pai dela morreu.
Já haviam se passado quase cinco anos e Giovana ainda não havia superado, na verdade a cicatriz causada pela morte do pai parecia ficar maior com o decorrer dos anos. A saudade que ela sentia dele e de tudo que o envolvia era insuportável e a garota não sabia como lidar com isso. Mas também, como ela poderia saber? Ninguém estava lá para ensinar a como fazer isso, pois quem a ensinava como reagir em situações difíceis era José, sendo assim Giovana se sentia perdida.
Quando José Campos morreu, Rosângela e Giovana se encontraram no fundo do poço. Elas não sabiam como reagir, principalmente Rosângela que não sabia mais o que fazer em sua vida sem seu grande amor. Dessa forma, ela não deu a devida atenção a Giovana no período de luto. Rosângela não foi um exemplo de força a ser seguido e Giovana teve que tentar se recuperar sozinha.
O modo que a menina encontrou foi de criar barreiras em volta de si mesma e tentar se reinventar. Pois, como ela poderia ser a mesma sem as coisas que lhe eram mais importantes? A família e a música. Giovana, tecnicamente, nunca perdeu nenhuma dessas duas coisas, mas não era assim que a garota enxergava. E agora ela estava tão distante de si mesma que não sabia mais qual direção tomar para voltar a ser o que era antes.
Talvez o acampamento pudesse ajudá-la, talvez Guilherme se mostrasse um excelente monitor e conseguisse resgatar a verdadeira Giovana do fundo do poço. No fundo ela queria que a mãe estivesse certa e que aquele lugar fosse bom pra ela, mas tudo estava tão nublado para que ela acreditasse verdadeiramente nisso.
Guilherme se sentia ansioso ao ver um grande carro preto se aproximar do acampamento. Ele estava curioso para conhecer a pobre garota. Coitado de Guilherme, mal sabia ele que de pobre Giovana não tinha nada, nem na personalidade, nem nos bens materiais. O monitor esperava encontrar uma pessoa retraída, tímida como Cecília ou qualquer coisa do gênero, menos o que ele encontrou. Isso em partes era culpa do tio, que omitiu a parte em que Giovana quase tinha sido presa.
Giovana Campos colocou para fora do carro seu lindo e típico par de botas pretas de salto e cano curto, ela usava uma saia preta e uma blusa cinza. Seus olhos escuros estavam realçados pela maquiagem, ela ainda usava um batom, uns quatro tons mais escuros que seu cabelo, que era de um ruivo vivo e brilhante. A garota apesar de tudo tinha uma personalidade forte e continuava fiel ao seu estilo próprio. Ela optou pelo batom vermelho, pois sentia necessidade de intimidar a todos naquele lugar e o batom de certa forma a dava segurança para fazer isso.
O motorista do carro entregou a mala para Giovana e ela o agradeceu, outra coisa que Giovana não havia perdido era o seu modo de tratar bem e se importar com quem ela gosta. Ao se virar para frente a garota fechou a cara e encarou Guilherme no fundo dos olhos, sustentando um olhar arrogante. Ela não tinha medo de encarar as pessoas e mantinha seu olhar forte, Guilherme nunca em sua vida, tinha visto uma garota olhar dessa forma para ele. Sem medo de encarar.