Taehyung despertou em um quarto semi-iluminado, as sombras dançando nas paredes a partir da luz fraca que filtrava pelas cortinas. Era uma sensação estranha, como se ainda estivesse preso em um sonho. Seu corpo parecia relutante em responder, como se as cobertas o mantivessem refém de uma preguiça contagiante. Ele fechou os olhos novamente, tentando mergulhar de volta no sono, mas o despertador explodiu em um alarido insuportável, quebrando o breve encanto da morfina matinal.
Com um movimento brusco, ele agarrou o pequeno aparelho e o lançou contra a parede, ouvindo o satisfatório estalo do plástico se despedaçando. Um sorriso de satisfação surgiu em seu rosto.
— Sr. Kim? — a voz clara de Baekhyun, o mordomo que cuidava de todos os aspectos de sua vida — e, de certa forma, dele mesmo — soou pela porta, interrompendo seu momento de triunfo.
Inferno, ele pensou.
— O que foi, porra? — gritou, abrindo a porta para encontrar Baekhyun parado com uma bandeja de café, a expressão de sempre, mas com um leve brilho de preocupação nos olhos.
— Desculpe-me, são 14:30. — O mordomo manteve a compostura, mesmo diante da desordem do quarto, enquanto Taehyung apenas revirava os olhos, ignorando o fardo do tempo que o cercava. — Trouxe o café.
Ele pegou a bandeja, batendo a porta na cara de Baekhyun, e se jogou de volta na cama, ligando a televisão. Uma sitcom barulhenta preenchia o espaço, mas a distração logo se tornaria enfadonha.
— Tae! — uma voz feminina chamou do banheiro, arrastando sua atenção para a realidade.
— Oi, Taeyeon. — Ela apareceu, um sorriso radiante que rapidamente se desfez ao perceber sua indiferença. Tentou aproximar-se para um beijo, mas Taehyung virou o rosto, a desdenhando.
— Já não está na hora de você meter o pé, não? — ele disparou, sem hesitar.
A expressão dela escureceu, como se as cores do quarto tivessem sido drenadas. Taeyeon sempre foi a típica mulher que não entendia a dinâmica de seu relacionamento. Para ele, era claro: uma noite e nada mais. Relações significativas não eram para ele; ele preferia manter as coisas leves, soltas.
— Sair da minha casa. Ir embora. Ralar o peito. Meter o pé. Vazar. — As palavras saíram como uma ordem cortante, e ela, frustrada, começou a se vestir.
— Você é vazio, Kim Taehyung. Um ser humano podre. Podre até o caroço. — As palavras dela reverberaram no ar enquanto ela batia a porta atrás de si.
Taehyung riu, um som despreocupado, enquanto se esticava na cama. A cena se desenrolava como um filme chato, e a gritaria dela ao sair apenas reforçou a ideia de que ele já tinha ouvido coisas piores. Um pouco entediado, decidiu ligar para seu melhor amigo.
— Taehyung! — a voz do outro lado explodiu em euforia. Não era Jimin, mas sim Yoongi.
— Eu mesmo, hyung.
— O que você quer, empata-foda? — a provocação saiu com um tom brincalhão, fazendo Taehyung soltar uma risada inesperada. A relação entre Jimin e Yoongi era uma mistura de amor e rivalidade que sempre o divertia.
— Oh, então você está com Jimin? Vocês estão fodendo? Vou ligar a chamada de vídeo. — Ele brincou, imitando um gemido exagerado.
— E com Jimin. — Yoongi respondeu, sem qualquer emoção.
— Que tipo de orgia é essa? E, por qual motivo eu não fui convidado? — Taehyung continuou, sua voz repleta de ironia.
— Tchau, Taehyung. — Jimin interveio, e a ligação foi cortada.
Após um banho revigorante, Taehyung se vestiu para o trabalho, optando por uma calça skinny preta, uma camisa social florida e botas elegantes. Ele adorava o fato de ser seu próprio chefe; a liberdade de escolha era uma das poucas coisas que valorizava. No fundo, organizando casamentos, ele ria da ironia de estar cercado por casais iludidos que acreditavam no amor eterno, enquanto ele mesmo não nutria essa crença.
Nascido em Daegu, Taehyung havia se mudado para Ohio há oito anos, fugindo de um passado marcado por xenofobia e preconceitos que o haviam moldado. Com esforço, ele havia construído sua carreira, transformando suas experiências em sucesso, e agora estava em um patamar onde os noivos lhe entregavam suas economias para criar eventos grandiosos que provavelmente não durariam.
Ao estacionar sua BMW em frente ao prédio da empresa, ele entrou, acenando levemente para seus funcionários. Eles o chamavam de Kim, uma referência à sua ascendência e à barreira que muitos ainda colocavam entre eles. Com um ar descontraído, ele se dirigiu ao escritório.
— Sr. Kim? — Jisoo, sua assistente, interrompeu seus pensamentos.
— Taehyung. — Ele corrigiu, pegando o telefone sem olhar para ela. Seu dedo deslizava pelo Tinder, distraído.
— Boa tarde, Taehyung. — Para sua surpresa, a voz do outro lado da linha pronunciar seu nome corretamente. — Desejo contratar os seus serviços como organizador, me falaram muito bem de você.
— Sempre falam. — Taehyung respondeu, um sorriso malicioso se formando em seus lábios. O tom de familiaridade e humor era inegável. — Como você se chama?
— Jeon Jungkook.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SEX & MARRIAGE | VKOOK
Fiksi Penggemar"sem sentimentos, apenas sexo" na qual jeongguk está noivo de joohyun, que se recusa a ter relações sexuais e quando ele se sente fisicamente atraído por taehyung, o organizador de seu casamento, ele se vê preso numa armadilha feita por si próprio. ...