5- Mau Momento

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Ele estava lá sentado, chorando muito. Agi por impulso e fui até ele, quando o toquei ele se assustou se encolhendo todo contra a parede e logo depois, tudo oque seus olhos demonstravam era alívio.

-Miguel ? Oh Meu deus Miguel.- ele me abraçou e eu fiquei sem reação. Ele chorava muito, ainda tremia.

- Ei, Ei calma, esta tudo bem. Oque houve com você ? Porque está chorando no meio da rua ?- Perguntei um pouco preocupado demais. Controle-se Miguel.

- Eu estava voltando pra casa e resolvi andar um pouco e entrei nessa rua. Dois caras me pararam e mandaram eu passar tudo mais eu não tinha nada. Então eles começaram a me bater e me largaram aqui. – Seus braços voltaram a envolver meu pescoço, ele estava muito nervoso. O Abracei de volta, naquele momento pude sentir uma paz na qual não sentia a muito tempo.

-Ei calma ok? – o afastei e só então reparei que ele tinha um olho roxo e um corte na boca. Seu rosto estava vermelho e molhado. – Vou te levar pra casa.- O Ajudei a levantar e levei ele pra minha casa. Assim que entrei em casa minha mãe entrou em desespero.

- Meus Deus oque houve ?- ela pôs a mão no rosto e logo veio até nós.

- Ele foi assaltado mãe, vou levar ele lá pra cima.- Falei e ela começou a resmungar algo sobre como o mundo esta perigoso. Pus ele na minha cama, fui ao banheiro e peguei uma caixinha  de primeiro socorros.

-Ai – ele reclamou enquanto eu punha o algodão no corte que havia na sua boca.

-Desculpe.

-Obrigado por me ajudar Miguel, obrigado mesmo.- ele disse com o olhar mais reconfortante que já vi. Caio tinha razão, ele era fofo.

-Ei, como você sabe meu nome ?


#Kaike

O Quarto do Miguel era lindo, todo organizado, havia uma estante com livros e uns cds em baixo. Ele me pôs em sua cama e logo entrou no banheiro, não demorou muito e voltou com uma caixinha de primeiro socorros. Molhou o algodão em algum remédio e pôs na minha boca.

-Ai – me retrai ao toque do algodão molhado.

-Desculpe. – Ele parecia tão fofo, mas fofo do que imaginara, parecia até estar preocupado comigo.

-Obrigado por me ajudar Miguel. Obrigado mesmo. – fiz questão de agradecer, ele sorriu e logo seu rosto mudou de forma.

-Ei, como você sabe meu nome ?- Pude sentir meu coração saltar pela boca quando ele perguntou isso.

-Eer... Me falaram uma vez. – falei super sem graça.

- A sim. E até agora eu não sei o seu. – Ele sorriu novamente, como ele era lindo.

- Kaike. – tentei sorrir mas o corte fez o canto da minha boca voltar a doer.

- Fique quieto, já vou terminar.

Eu fiz oque ele pediu e ele terminou com os curativos. Ele se levantou, foi guardar a caixinha e quando voltou , olhava pra mim com ar de reprovação.

- Oque foi ?

- Kaike seu casaco esta um lixo. – ele riu e só então me dei conta de que eu estava imundo. Na mesma hora ele tirou seu casaco preto e o entregou pra mim.

- toma, não pode voltar pra casa assim. – Ele tirou o seu casaco preto e estendeu a mão pra eu pegar o casaco, senti meu rosto esquentar no mesmo momento.

-O-obrigado Mi-miguel, mas eu não posso aceitar. O Casaco é seu. – Eu gaguejava muito, eu sou um idiota mesmo.

- Agora é seu !- Pude ver seus lábios se esticando em um sorriso. Mais que sorriso lindo, meus olhos desceram e só então eu reparei que ele não usava blusa no momento. Estava com o peito nu e uma calça de moletom cinza. Fiquei ali um tempo quando ele interrompeu meus devaneios.

-Er Kaike, encarar os outros é feio sabia ?- Ele continuava de pé a minha frente com a braço estendido e o casaco no mesmo. Eu devo ter ficado muito vermelho pois senti como se meu rosto estivesse em chamas.

-Desculpe. – abaixei a cabeça olhando para os meus sapatos. – Olha obrigado por tudo, mas tenho que ir, não vão gostar que es esteja aqui e... – Pensei logo em Gabriel e suas palavras ecoaram na minha cabeça. Ele e aquele grupinho dele podiam facilmente fazer da minha vida um inferno.

- Eu Aviso os seus pais, relaxa. – ele caminhou até o telefone e senti minha espinha gelar. Meu pai nem poderia suspeitar disso, ou então a surra que o bandido tinha me dado seria de longe bem melhor do que a que ele me daria.

-NÃO ! – Gritei enquanto levantava e ele se assustou com meu movimento. – Eu ér... Não é meu pai é outra... Desculpe não posso mesmo ficar. – ia me encaminhando até a porta com seu casaco que ele havia jogado na cama assim que foi pegar o telefone. Meu assustei ao ver a porta bater e ele se por na minha frente, sua feição agora estava séria e raivosa.

- Qual é o seu problema ?

Forget ForeverOnde histórias criam vida. Descubra agora