Capitulo Dois

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         Ninguém manda em mim.

Olha sério, sem condições! Mas que droga de dia é esse? O que eu fiz pra merecer isso. Deveria não ter saído da minha cama hoje, agora não estaria suportando esse bando de malucos que insistem se intrometer na minha vida. Todos os meus demônios saíram pra me atazanar e o pior deles está bem na minha frente, com a cara mais sexy e insuportavelmente linda.

— O que esta fazendo aqui?
Sem um pingo de paciência aperto meus dedos na tempora  ao sentir um início chato de dor de cabeça.

— Não posso tomar um café da manhã com a minha namorada?
Da um sorriso malicioso de canto. Meu coração estúpido vacila e se derrete um pouco. Liam é aquele cara que toda adolescente sem noção imagina um dia ter como namorado.  Um completo bad boy canalha, com sorriso sacana e um corpo extremamente delicioso, que faz a maioria molhar as calcinhas e agirem como insanas. Só de olhar percebemos a encrenca ambulante que ele é, qualquer pessoa sã e com inteligência o suficiente se manteria distante, o que não é o meu caso pensando assim.

Conheci Liam em um barzinho há dois anos, me lembro exatamente de quando o vi; sentado na mesa com meus amigos ele contava algo que os divertia, com seu sorriso branco mantinha a atenção de todos principalmente das minhas amigas, que só faltavam babar. Seu estilo é despojado, qualquer coisa que ele coloque fica bem, e nessa noite ele vestia uma camiseta verde escura e calça preta rasgada no joelho, sempre foi básico, o que não dispensa de usar de jeito nenhum é seus anéis.
 O que me atraiu nele em primeiro momento foi sua beleza e o magnetismo sexual, mas isso não é o suficiente para ter minha atenção por mais tempo, o que me conquistou  mesmo foi seu jeito de menino brincalhão, zoava com a galera e quando o clima ficava tenso ele logo tratava de animar todos, seu carisma e simpatia mudava o humor de qualquer um. Pense na pessoa mais alto astral, seria o Liam. Logo que sentei na mesa com meus amigos, tive sua atenção e daí em diante passamos a conversar e excluir sem querer, o resto da galera, só havia nós dois no mundo naquelas horas em que descobrimos mais um do outro, eu estava completamente encantada com seu papo, eu achava verdadeiramente que ele seria o cara mais perfeito que eu encontraria, não me cabia a ideia de que ele possuísse um defeito, se tivesse, provavelmente seria só um bem simples e que não tivesse relevância em seu caráter. Acredito que o sinônimo de amor é burrice, só pode, somos reduzidos a sensações e a lógica? O que é isso? nem existe mais.
O castelo cor de rosa, começou a ruir, depois de voltarmos de uma festa cedo, até aí Liam e eu já namorávamos a dois meses, um bêbado me agarrou e gerou uma grande confusão, Liam ficou louco de ciúmes e partiu na porrada pra cima do cara, final da história: fomos expulsos. Ele se manteve o caminho todo calado no carro enquanto seguimos para o apartamento dele, o que foi bom, pois ele exagerou e eu estava braba. Chegamos em casa, ele abriu a porta do apartamento, não deu dez segundos começou a despejar toda a merda da noite em minha cabeça, falando que era culpa minha que aquele cara se esfregou em mim porque eu estava a horas me insinuando pra ele e blá blá blá. Ele saiu da sala e foi para o quarto, eu não o quis seguir e irritar ele ainda mais, então decidi ficar na sala e esperar ele voltar com a cabeça fria pra me pedir desculpas pela bobagem que disse, o que não aconteceu! Liam voltou minutos depois com um saquinho branco e despejou a metade dele no tampo da mesa, mexendo todo aquele pó branco com o cartão de crédito que ele retirou de sua carteira. Nessa hora meu coração parou de bater no peito e minha garganta apertou, acho que meus olhos devem ter saltado das órbitas. Essa foi a primeira vez que senti algo diferente do amor por Liam, foi desgosto. Eu fique decepcionada e arrasada, eu sabia das drogas, mas até então ele nunca havia usado em minha frente, achei que tivesse parado com isso. A frase que diz "o que os olhos não vêem o coração não sente" nunca fez tanto sentido como no dia. Ele abaixou a cabeça e aspirou a primeira fileira do pó.
Desgosto!
e depois uma segunda.
Angustia!
Ele levantou a cabeça e se jogou no sofá passando a mão no nariz enquanto um sorriso satisfeito surgia em seus lábios.
— Que foi princesa? Não gostou do que eu sou? ele levantou e parou em minha frente esperando uma resposta, que eu não conseguia dar, só o olhava tentando entender quem era essa pessoa estranha. Meus olhos deviam mostrar toda a decepção e nojo, pois sua expressão ficou raivosa e sua mão segurou meu pulso com força me impedindo de sair.
— Você está com essa cara porque ainda não experimentou, venha dar uma cheiradinha com o seu amor. – eu fiquei puta nessa hora, reagi e puxei meu braço.

 Meu Guarda CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora