Capitulo Oito

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                                ♚
                             Sofia

Apavorada.

É como estou me sentindo agora. E claro, não seja por menos. Em menos de quarenta e oito horas fui seguida por um doido de carro, tive que trocar de casa – não faço ideia de onde estou – pra minha própria "segurança" e ainda ficar sozinha e dar de cara com um completo estranho na cozinha. Com uma expressão no rosto, que não consigo ler, ele se aproxima em passos calmos e calculados. Como se estivesse tentando capturar um animal selvagem que invadiu sua casa. Disfarço a aflição e engulo o bolo parado em minha garganta. Recuo pra longe sempre com os olhos colados em uma possível reação dele e evitando o máximo possível que ele chegue perto para que eu possa pensar em uma maneira de fugir. Fico concentrada nele e raciocinando, que não percebo a parede atrás de mim. Bato as costas e do um pulo assustada.

De onde surgiu essa parede?
– penso aflita.

O homem sente meu desespero aumentar e faz gestos com as mão para eu manter a calma. Sinto um suor frio tomar minha testa e desvio meu olhar por um instante do homem a minha frente, pra porta e calculo rápido chegando a conclusão, que se eu correr mesmo que rápido, ele me alcançará. É estranho pois não lembro o momento em que me afastei tanto da porta. Sua beleza me tirou o foco que nem percebi meus passos em sua direção.

Ficamos a poucos centímetros de distancia um do outro: Eu aflita, ele calmo como se fosse me fazer um carinho. Tento me mexer, mas meu corpo não responde. Parece não  corresponder os sinais de alerta que meu cérebro envia. Tento de todo jeito me mover, mas nada acontece. A não ser o homem parar bem na minha frente e fixar seus olhos nos meus olhos. Nessa hora xingo mentalmente meu pai por ter posto um incompetente pra me proteger. Os olhos negros estão sérios tentando ler os meus que ardem quando as lágrimas tentam sair. Droga! Esse cara deve ser um louco maníaco e a única coisa que consigo fazer pra me salvar é chorar que nem um bebê.  Raiva e medo me dominam.  Se Connor não estivesse me deixado sozinha eu não estaria passando por isso! E esse meu corpo idiota, por quê não se move? 

AH! Estronzo é melhor você não aparecer com essa carinha bonita se eu estiver viva ainda.

Uma lágrima escapa dos meus olhos e passa pela minha bochecha. Não desvio o olhar do meu assassino. Se for pra morrer, que seja com dignidade! Ele acompanha a lágrima cair e ergue a mão para tocar meu rosto. Nessa hora a aflição, medo e outros substantivos relacionados ao perigo, explodem pelo meu corpo, me fazendo ir de encontro a ele e gritar pra salvar minha vida. Vejo o choque e confusão passar pelos olhos escuros dele ao ouvir um som alto e ruidoso. Olhamos juntos pro chão e a última coisa que me lembro antes de apagar é o sangue escorrendo.

                        ♚♚

                     Liam

— Por medidas de segurança, vamos ter que mante-lo longe dela. —

resmungo imitando o jeito que aquele Guarda costas falou. Todo insolente e convencido. Mas o que me irritou mesmo foi a cara de divertimento que ele fez ao dizer que eu e Sofia não poderíamos nos ver até descobrir quem era o culpado pela perseguição. 

— Babaca! — rosno. Tiro minha blusa e a jogo na cama com força. Sigo pra cozinha só de calça e abro a geladeira pegando uma lasanha para microondas. Deixo pra descongelar e vou pra sala, ligo a televisão colocando em um canal de esporte e sento no braço do sofá descontando minha frustração com a TV ao ver que meu time está perdendo de 2-1.

— Esse juiz é ladrão mesmo!Falta nada caralho. Vai toma no cu! — bato na minha coxa ao levantar e volto pra cozinha quando o microondas apita avisando que esta pronta a lasanha. Pego uma cerveja na geladeira e volto pro sofá. Mal sento e o meu celular começa a tocar em cima da mesa de centro. Coloco a cerveja na mesa e bufo ao ver o nome no visor.

 Meu Guarda CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora