Capitulo Quatorze

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                         ♚
                   Connor

— Papai! Papai! – Lia grita e corre em minha direção quando me vê descer as escadas. Pego-a em meu colo e imediatamente ela começa a tagarelar sobre seu passeio com Ana.

— Sabia que nós fomos a praia e a Ana me ajudou a construir um castelo beem grandão pai? E ainda ela comprou um soveti para mim de duas bolas. – sorri com olhos brilhantes, e eu acabo me divertindo com sua empolgação.

— É Sor-vete, Lia – corrijo sem tirar o riso do rosto.

— Isso! Soveti – ela se corrige errado e eu acabo deixando para lá, pois ela só tem cinco anos e só fala algumas palavras erradas.  

— Conta o que a senhorita fez depois. – Ana adverte ao erguer uma sobrancelha a Lia, que apesar de estar hesitante solta uma risadinha sapeca.

— Você não envergonhou a tia Ana, né? – finjo censurar

— Não! – ela fala sério e depois um sorrisão volta ao seu rosto. Sempre tento ensinar Lia a se comportar bem mas, essa garota parece que nasceu para fazer arte, não posso dar as costas que ela apronta e tenta jogar a culpa nos outros pra tirar o dela da reta, eu até brigo mas, quando ela faz aquela cara de emburradinha eu não consigo me aguentar e logo estou deixando ela aprontar. Ela é criança, e tem que aprontar.
— Eu coloquei um monte de cobertura no soveti e ainda pus aquelas dentaduras de açúcar que você não gosta. –
Se gaba de sua traquinagem.

— E você comeu tudo? – pergunto fingindo estar chocado.

— Sim! Tudinho! – afirma.

— E não me deu nenhum pouco. –  Ela confirma ainda rindo.

— Você não gosta de dentadura. – diz convencida.

—Fez isso de caso pensado, né sua traquina.– ela ri, o que só confirma minha suspeita.

— A sua espertinha, hoje você não irá comer nuggets. – brinco e começo a fazer cócegas nela, que protesta tentando escapar. Ela solta gritinhos e pede ajuda de Ana, que só nos observa encantada.

— Vai ficar para jantar Ana? – pergunto ainda rindo e ouço a porta da frente bater.

— Eu ouvi jantar? Quero! – Thiago surge na sala e Lia esquece da nossa brincadeira, grita conseguindo escapar de meus braços só para se atirar nos dele. –  que filha traíra!

— Eu fico sim – Ana ri e abraça Thiago, que mantém uma Lia toda encantada em seu colo. As vezes acho que minha filha é apaixonada por ele e que prefere ele do que a mim.

— Ta, eu vou fazer a janta enquanto isso, Lia, você vai tomar banho! – mando e ela protesta abraçando Thiago pelo pescoço. Me ignora como se eu não estivesse ali e começa a contar todo seu passeio a tarde, diz como queria que ele saísse com ela e ainda fala que dividiria seu sorvete com ele. Cheia de mimos, olha encantada como se visse um príncipe em sua frente.
— Lia vá para o banho. – aviso sério.

— Mas eu to falando com o tio Thi. – diz irritada
  — Agora! –digo mais firme começando a me irritar. Ela bufa saindo do colo e bate os pezinhos quando corre as escadas sem olhar para trás. Não gosto de brigar com ela mas, quando Thiago está por perto ela fica impossível.

Sempre ele para complicar minha vida.

Ana olha sem entender nada para mim e segue Lia quando percebe que não vou explicar meu repentino humor. Sem dizer mais nada vou para a cozinha. Como não tinha ideia e nem muito tempo para fazer o jantar, descido por fazer panqueca de omelete. Pego os ingredientes e o liquidificador, começo a fazer a massa quando Thiago entra na cozinha e senta em uma banqueta de frente para mim.

 Meu Guarda CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora