Capítulo Dez

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                                  ♚
                            Connor

Paro o carro na frente da mansão Patcholim, que é localizada em um dos maiores bairros de Londres.
Sou recebido na hora, por um dos vinte segurança de Eduardo. Depois das ameaças e o carro encontrado abandonado, o pai de Sofia resolveu dobrar a segurança. No início achei que poderia ser só uns negócios mal resolvidos e que por ser um homem importante ele devia receber frequente ameaças, a maioria vazias. Mas com a perseguição ao carro da Sofia e o "roubo" do carro, que na verdade nada foi roubado, da a entender que não é apenas só mais uma ameaça vazia. Mesmo ele não tendo atacado diretamente ou feito algo mais grave. Tenho que avaliar as pessoas que falaram e ainda falam com o Eduardo.

Saio do carro e dois seguranças me levam para dentro da casa até o escritório, onde Eduardo esta acompanhado de um homem alto, robusto, com a barba de um lenhador e ombros largos. Diferente de todos os engravatados que vi falar com o Patcholim, esse usa jeans e uma camisa de flanela bordô. O cara parece aqueles viciados em academia que esqueceu de malhar as pernas. Assim que ele me vê, faz um gesto com a cabeça indicando minha presença a Eduardo, que se vira e da um sorriso ligeiramente forçado pra logo despençar seu convidado com um aperto no ombro e levando-o até a saída.

— Décius nos falamos outra hora. De noticias se souber de algo ...
— Sim, Eduardo. — o homem responde e depois se vira pra mim me cumprimentando com um meneio de cabeça, que correspondo igualmente.

— Não quis atrapalhar a conversa, mas é que eu preciso fazer umas perguntas a você. — Eduardo franze o cenho e olha o corredor antes de fechar a porta do escritório e me encarar nos olhos. Em seguida responde de forma arrogante.

— Desculpe Sr Connor, mas trocou de profissão? Que eu saiba você é apenas Guarda Costas da minha filha. E afinal, não deveria estar nesse exato momento com ela? — apesar do tom reprovador e hostil, respondo sem dar muita importância.

— Não se preocupe com a sua filha, coloquei um amigo bastante confiável para cuidar dela enquanto resolvo algumas coisas com o senhor. E Sim, ainda sou Guarda costas. E como o senhor deve saber, meu trabalho é privado, ou seja, faço meu máximo possível pra manter meu cliente em segurança. E como VOCÊ esta sendo ameaçado - friso saindo da formalidade.
— Consequentemente Sofia também esta.

— Esse não é o seu trabalho garoto. Se mantenha afastado e cuide de Sofia. Meu investigador resolverá isso. - o homem da a volta na mesa e pega uma caixinha retirando dela um charuto, que presumo ser mais caro que uma viagem. Acende e sopra a fumaça pra cima antes de voltar a atenção pra mim. Continuo:

— Quando o senhor me contratou sabia que eu era dono da minha própria agência de segurança, que aliás é muito bem quista em seu círculo social. — me aproximo da sua mesa quando ele senta em sua cadeira como um rei, sem deixar por me intimidar.
— O senhor contatou-me para a segurança de sua filha e disse que era..como posso dizer isso?... para tentar conter o gênio dela! Vamos dizer assim. Claro que também para mantê-la em segurança e livre de escândalos. Estou certo? - pergunto e analiso sua expressão desconfiada enquanto ele confirma.
— Certo! E nesse tempo já se dava conhecimento sobre as ameaça ao senhor? - ele confirma novamente. Cruzo meus braços e o observo uns segundos.
— E aquele dia da perseguição o senhor não desconfiava que estava sendo ameaçado, não é? - questiono erguendo uma sobrancelha.

— O que quer dizer com isso Connor? - ele se levanta e se curva em minha direção sobre a mesa apagando o charuto no cinzeiro com força, demostrando estar irritado.

— Quero dizer que o senhor já sabia sobre as ameaças e que me contratou já prevendo que algo poderia acontecer a sua filha. E o provável é que descobriu algo por isso mandou-me tirá-la da sua casa depois da perseguição e colocar em um lugar de minha confiança: minha casa. - ele abre a boca pra falar, mas o interrompo com a mão dizendo que não terminei. - O que eu não entendo é por que não contar sobre o que esta acontecendo pra mim, o mais envolvido na história. Preciso de todos os detalhes pra que eu possa executar o meu trabalho com sucesso. —Eduardo solta o ar preso e me olha angustiado antes de caminhar até o barzinho que fica no canto da sala. Espero ele se servir de um copo e voltar a se sentar.

 Meu Guarda CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora