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Giovanne era simplesmente lindo, esperto e arteiro, corria por todos os cantos daquele orfanato fazendo com que Noah ocupasse o seu tempo correndo atrás dele, somente quando estava com o menino era que conseguia esquecer um pouco o seu infortúnio, entretanto quando estava sozinho naquele quarto com as paredes brancas nada mais tinha que pensar se não em Nathan, em como ele estava depois que ele havia o deixado.

Era triste saber que a fé que o ligava a Deus, era a mesma que separava do grande amor de sua vida, e o que deveria lhe trazer paz lhe trazia dor e sofrimento. 

No café da manhã padre John foi designado a dar graça pela alimentação:

_ Graças te damos oh pai, pelo pão que nos alimenta e sacia nossa fome, graças damos por aquele que tem a mesa farta e aos que não tem pedimos a sua providência, mas pedimos além do pão físico o pão que alimenta nossa alma, alma essa pecadora que deseja coisas que não devemos ter, muito menos fazer. 

_ Pare padre John, essa oração não é apropriada. - disse o arcebispo olhando-me embravecido. 

**** 

Na noite anterior padre John chegou do orfanato, ele que desde que chegou não deixou de ser vigiado pelo mesmo padre de cabelos brancos e óculos grossos. 

Sabia que isso tinha sido um pedido de frei Jorge que ao comunicar o que se passava com ele e  fazia esse pedido a ele que cuidasse especificamente de padre John, pois bem, ele chegou do orfanato, tomou um banho e sentindo-se sufocado por aquelas paredes brancas que parecia que o espremiam fechando-se com ele no meio resolveu dar uma saída da cela embora isso fosse totalmente proibido, mas precisava respirar um ar coisa que lhe faltava naquele quarto. 

O corredor estava com a iluminação difusa, com certeza os outros deveriam já está adormecidos ou quase chegando a adormecer, mas ele já havia perdido o sono e ficaria rolando de um lado a outro da cama por isso preferiu caminhar, não tinha muitas opções era somente aquele corredor o trajeto que ele faria de um lado a outro, mas algo o chamou atenção, algo que ele nunca imaginou presenciar, algo que o fez ver que aquele lugar era uma hipocrisia total, gemidos vindo de uma das sala chamando a sua atenção e ele se aproximou lentamente para não ser visto e pôde presenciar, um daqueles padre com irmã Fátima e um rapaz que ao seu ver tinha tudo para ser um garoto de programa, ele tinha algumas tatuagens pelo corpo, os três estavam nús, era a cena mais grotesca que ele já havia visto, enquanto o garoto penetrava o padre esse que estava deitado sobre uma das mesas que deveria está os objetos sagrados enquanto o rapaz lhe penetrava, com as pernas aberta sobre o seu rosto estava irmã Fátima rebolando em sua face a ter sua vagina sendo sugada fazendo a mulher gemer alto. 

Levou a mão na boca horrorizado e se afastou, no café da manhã aquele mesmo homem lhe falava em não ser apropriado orar sobre alma pecadora?

Sim Noah estava indignado:

_ O julgamento será igual para todos. 

Mesmo sem permissão, saia da mesa fazendo o arcebispo revoltado adentrar o quarto onde ele estava:

_ Sua indisciplina de hoje terá consequências desastrosas padre John, ficará a pão e água por uma semana. 

_ Eu estou indo para casa, para junto do amor da minha vida. 

_ Como é?

_ É isso mesmo, eu não acredito mais nessa instituição hipócrita que  nos condena a fazer o que queremos escondido, eu não ligo se você transa com a irmã Fátima e um garoto de programa, assim como você não deveria ligar por eu transar com o Nathan. 

O semblante do arcebispo passou de irritado para apavorado por eu expor o que padre John tinha visto, ele começou a gaguejar.

_ eu... eu...

_ Não se preocupe eu não direi nada, mas peço que assine minha carta que enviarei ao papa para destituir-me do sacerdócio.

Ele nada pôde falar a não ser concordar e enviar um mensageiro aos correios com a carta do meu pedido de afastamento do sacerdócio.

Ele lutaria sim para que um dia a igreja aceitasse a sua opção, mas agora Noah faria isso do lado de alguém que era verdadeiro em seus sentimentos Nathan. 

Passou cerca de seis meses para que a carta de desvinculação da tribuna diocesano e a carta assinada pelo papa sobre o seu desligamento com o certificado de sua dispensa emitida pelo vaticano chegasse a suas mãos, agora oficialmente ele era um homem comum, sem o título que pesava em seus ombros como chumbo, ele retornaria para casa e sabia que tinha muito o que enfrentar, principalmente a ira de sua mãe, como ele lidaria com isso ele ainda não sabia.

Dentro do ônibus a única coisa que ele pensava era em está nos braços de Nathan também não sabia como o moreno reagiria com a sua volta após praticamente três anos que ficou no mosteiro, mas ele estava retornando para lutar por ele, lutar ao lado dele, pois o amava acima de qualquer coisa. 

Chegou ao entardecer no vilarejo, sobre olhares curiosos ele carregava apenas uma maleta, a primeira pessoa que procurou foi Nathan em sua casa que ao abrir a porta deparou com o loiro a lhe sorrir:

_ Noah? 

_ Nathan!

_ É você mesmo ou é mais um sonho que me fará acordar frustrado?

_ Sou eu Nathan. 

Rimos e nos abraçamos ali mesmo na frente da porta de sua casa, depois nos beijamos, beijos lentos, avassaladores ritmados, famintos e assim ele me puxou para dentro, nos separamos e novamente ele me olhava.

_ É você mesmo Noah, ou devo chamar você de padre John?

_ Eu não sou mais.

_ Não é mais o que?

_ Eu recebi o certificado do desligamento, não sou mais padre.

_ Você não é mais padre? 

_ Não.

Novas risadas e Nathan se jogou nos meus braços, beijando-me saudoso, seus beijos eram tão famintos quanto os meus, seu corpo aconchegado ao meu, e com ele a cruzar os dedos sobre os meus ele me conduziu ao quarto ali selaríamos a noite com uma tórrida noite de amor. 

Antes de cairmos sobre a cama  nossas roupas foram arrancadas e jogadas para longe...

O PadreOnde histórias criam vida. Descubra agora