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Após a noite tórrida de paixão onde os dois trocaram carícias e abusaram um do corpo do outro entre lambidas, beijos e mordidas exausto ambos adormeceram. Um colado ao outro.

Nathan adormecia tendo os braços de Noah envolto em sua cintura e esse encostado a cabeça no peito de Noah, mas qual foi a decepção quando por volta da madrugada ele despertou e já não tinha mais os braços do outro a lhe proteger, acendeu a lampada do abajur perto da cama e o que viu foi Noah ajoelhado no canto da parede rezando, quanto tempo ele estava ali, Nathan não fazia ideia, procurou suas roupas no chão as colocando já que se encontrava nú, como quando adormeceu nos braços do loiro.

Foi se aproximando devagar até tocar no ombro de Noah que devido ao susto se sobressaltou:

_ Hei, calma sou eu meu amor.

_ Não deveria me chamar assim Nathan, sabe bem que eu sou o padre desse vilarejo, se alguém...

_ Para! _ Para Noah, eu não dormi com o padre, eu dormir com o Noah, o verdadeiro Noah não essa fachada que você e sua mãe criaram.

_ Eu sabia que havia sido um erro, eu vou embora e você nunca mais me procure.

_ Não vem com essa não Noah, você quis isso tanto quanto eu, poxa ... seu desgraçado, você me procurou sabendo exatamente o que queria e agora é isso... o Padre?

_ Você sabia tanto quanto eu Nathan que isso não podia e não pode ir para frente.

Nathan balançava a cabeça diversas vezes, era visível a decepção em seu olhar:

_ Eu não preciso das suas migalhas padre John, se é assim que vai ser, assim será, daqui para frente só trataremos do assunto da instituição, as crianças não merecem ser prejudicadas pela sua covardia, agora eu te peço saia agora da minha casa. 

Noah ficou meio em choque com aquelas palavras, sabia que em partes as merecia, porém nunca o havia enganado, nunca havia dito que largaria o sacerdócio, achava-se injustiçado, e quando retornou para casa sua mãe já o esperava enfurecida. 

Nathan por sua vez assim que Noah o deixou sozinho caiu na cama amargurado, tanto Noah quanto Nathan demoraram a voltar a pegar no sono naquela noite. 

No dia seguinte, padre John tinha uma reunião com o prefeito sobre a instituição, mas Nathan designou um secretário para representá-lo. As duas semanas seguintes Nathan não apareceu á missa como estava acontecendo desde que Noah havia chegado ao vilarejo, Noah sabia que ele estava querendo evitar qualquer contato com ele e isso o entristecia demasiadamente. 

Três semanas já havia se passado desde a noite em que eles haviam dormido juntos, e começaram os boatos que logo chegou aos ouvidos de Noah, que o prefeito havia sido visto em companhia de um rapaz de forma intima seu nome era Robert, e esse parecia afeminado demais para ser visto na companhia de qualquer homem, era esse o comentário que se ouvia em todos os lugares:

_ Viu só Noah, esse prefeito não tem jeito, ele queria desgraçar a sua vida, imagine se essas fofocas fosse a seu respeito meu filho - Dizia minha mãe fazendo o sinal da cruz. 

Noah mal escutava o que a mãe dizia, pois seu pensamento estava no que Nathan lhe diria quando estivesse frente a frente a ele, não demorou para que padre John fosse o procurar.

Assim que o viu parado a sua porta Nathan caminhou até a sala deixando a porta aberta para que Noah entrasse, o loiro entrou fechou a porta e já foi logo perguntando:

_ Isso é verdade, esse Robert e você?

_ Por qual motivo quer saber, alias quem quer saber o Noah ou o padre, por que eu posso me confessar ao padre agora mesmo, mas ao Noah não devo nenhuma satisfação.

_ Não brinca comigo Nathan ou eu...

_ Ou você o que, vai me bater? _ Vai me levar para cama para depois quando o arrependimento bater ir rezar até os seus joelhos abrirem, me polpe de hipocrisia então vamos direto ao assunto, estou sim com o Robert.

_ Você não pode.

_ Não posso porque, vamos diga?  - Nathan o desafiava.

Noah apenas virou-se dando-lhe as costas e saindo a bater a porta com força atrás de si. 
No domingo, quando celebrava a missa um casal dispersava toda a congregação tirando a concentração até mesmo de padre John que parou o sermão para olhá-los, Nathan de mãos dadas com Robert caminhavam pelo meio do corredor para as primeiras fileiras de cadeiras, os paroquianos os olhavam estupefatos, outros cochichavam, quando a mãe de Noah iniciou o protesto:

_ Absurdo isso, onde já se viu dois homens de mãos dadas no meio da igreja se exibindo que falta de decoro. 

Agora era a vez de outras mulheres protestarem e alguns homens, Nathan olhava para padre John para ver se ele se manifestava, esse apenas o olhou e deixou a missa no meio saindo o mais rápido que podia, não demorou para que Nathan deixasse o local também acompanhado de Robert que parecia se divertir com aquela algazarra. 

Ao chegarem em frente a casa de Nathan, logo o moreno avistou Noah a sua espera, despediu-se de Robert com um beijo em sua bochecha e sem dizer uma palavra passou por Noah sem nem olhar em sua direção:

_ O que pensa que está fazendo Nathan?

Ele ignorava totalmente as palavras de Noah que ao invadir a casa de Nathan quando esse já estava preste a fechar a porta em sua cara o segurou pelos braços obrigando a parar para ouvi-lo:  

_ Eu perguntei o que pensa que está fazendo?

_ Para que quer saber se você não vai agir? _ eu quero você Noah.

_ Eu sou um padre.

_ Foda-se o padre, eu quero você, quero aquele menino que me olhava com tesão quando éramos adolescente, ironia ou não o padre tem esse mesmo olhar, eu quero aquele menino que eu beijei e me fez desejar mais do beijo dele, não quero isso que esse menino se transformou, se é para viver uma mentira entre quatro paredes o Robert me serve bem, agora se for para viver o verdadeiro sentimento, eu quero ter de volta aquele menino.


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