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Demorou menos de dez segundos para que os dois arrancassem as suas roupas entre os beijos desejosos, entretanto de repente Nathan parou, ficou olhando Noah por alguns segundos sem dizer uma palavra como se quisesse acreditar que ele estivesse mesmo ali em sua frente, depois um sorriso aflorou em seu rosto e em um impulso ele circulou as pernas em torno da cintura de Noah que o segurou por reflexo o beijando, ambos os corpos caíam sobre a cama e entre as carícias e beijos envolventes Nathan explorava cada canto do corpo de Noah com mordidas, lambidas e beijinhos, sendo repetida a ação por um Noah cheio de desejo, sem o peso do título Padre, Noah parecia mais faminto, beijando o pescoço do moreno dando uma gostosa chupada na película, mordiscando o lóbulo ao puxar com os dentes, novamente o pescoço era explorado, descendo com os beijos agora o loiro mordiscava o mamilo arrancando de Nathan um grito entredente abafado por sua mão a levá-la a boca, as mãos também passeavam livremente pelo corpo do outro que se contorcia a cada toque, quando enfim Noah o penetrava o moreno estava totalmente enebriado de prazer, gemia e sussurrava palavras com teor erótico na orelha de Noah efetuando mordidinhas leves na ponta. 

Ambos chegaram ao ápice do prazer praticamente no mesmo instante, depois ficaram ali quietos um desfrutando da presença do outro em silêncio entorpecidos pelo prazer acabaram adormecendo.

Ao amanhecer Nathan encontrou Noah já com o banho tomado e a mesa pronta para o desjejum, tomaram café juntos e Nathan ligou para a secretária dizendo que não iria a prefeitura naquela manhã. Sabia que seria um dia de grande emoção já que era o dia em que Noah iria informar a mãe sua dispensa do sacerdócio, ele iria apoiar o loiro pois tinha conhecimento da grande influencia que dona Margarida tinha sobre Noah, insegurança também era um dos motivos pelo qual queria estar por perto quando ele a fosse confrontar, temia que mais uma vez Noah sucumbisse aos caprichos dela.

Quando o carro de Nathan parou em frente a casa de dona Margarida sentiu que Noah estava com as mãos gelada, suas expressões era de nervosismo, ele então segurou firme a mão do loiro dando um selinho demorado em seus lábios e com um gesto de encorajamento ambos desceram do carro e de mãos dadas entraram a procura de dona Margarida que quando os viu imediatamente perguntou:

_ O que faz aqui? _ Vá embora imediatamente.

_ Mãe.

_ Engano seu, o meu filho, meu único filho era padre, mas ele morreu, eu não tenho mais filho agora vá embora. - Virando-se de costas para os dois ela já caminhava para a cozinha quando Nathan entrou em sua frente impedindo-a de continuar.

_ Que espécie é essa fé que você propaga que ensina a renegar o próprio filho, que eu saiba dona Margarida o criador que você enche a boca dizendo que serve é amor, é bondade e disse para o bandido que estava do lado dele na cruz que ele seria salvo. Se o bandido pode ser salvo pelos seus maus atos, acha mesmo que Deus condenará duas pessoas por amar?

Dona Margarida ficou em silêncio apenas o olhando com a expressão fria, e Nathan continuou:

_ É essa a condenação, amor, eu amo o seu filho e seu filho me ama, isso nem a religião, nem a senhora vai mudar, nós nos amamos e eu vou lutar por esse amor dona Margarida.

Dona Margarida deixava-os não antes de dizer:

_ Como eu já disse, esquece que eu sou sua mãe, você é uma vergonha para mim. 

Nathan estava indignado mais foi puxado para fora pelo Noah, ele estava firme, não chorou, não disse uma palavra protestando o que a mãe havia dito, ao contrário parecia que nada daquilo o havia abalado e sim aliviado, embora Nathan soubesse que ele estava escondendo a própria dor, por isso buscou de todas as formas ser o ombro que ele precisava. 

Quando saíram da casa de dona Margarida, o pneu do carro de Nathan estava furado, alguém havia furado, a lataria amassada e um dos vidros quebrados, sabiam que a luta para serem aceitos estavam apenas começando, mas Nathan estaria do lado de Noah e Noah de Nathan isso era o mais importante. 

Na ONG beneficente também tiveram problemas, pois a igreja que antes apoiava o projeto começou a aconselhar os pais a retirarem as crianças dizendo que ali era um antro de perdição. 

O mandato de Nathan também foi caçado, a alegação imoralidade, Noah passou a morar com Nathan e volta e meia uma das janelas eram quebrada com uma pedrada. Os muros eram pinchados, isso foi por meses diversas vezes que aconteceu, era triste saber que por amar uma pessoa do mesmo sexo era uma imoralidade grande demais aos olhos daquele povo. 

Como os pais proibiram as crianças de frequentarem a ONG, Noah e Nathan a transformaram em uma casa para apoio LGBT e assim foram surgindo pessoas que os apoiavam e necessitavam de ajuda, Robert os auxiliava nessa empreitada, para surpresa de ambos haviam pessoas mais necessitadas do que as que se apresentavam para apoiá-los, homens casados em seus casamentos frustrados começaram a sair do armários, até mulheres que eram competentes na função de mãe confessavam ser lésbicas, muitas dessas pessoas não iriam se assumir publicamente mas os procuravam apenas em busca de conselhos ou afim de desabafarem o que queriam esconder até mesmo de si mesmo. 

Noah e Nathan passaram a serem orientadores, faziam reuniões e até debatiam de forma saudável com aqueles que discordavam de suas ideias, eles não queriam transformar ninguém, muito menos influenciar como a igreja induzia, eles apenas queriam ser quem eram, queriam poder andar de mãos dadas nas praças sem que para isso fossem ofendidos ou espancados, eles queriam ter apenas o direito de ir e vir na hora em que queriam e com quem queriam, lógico que ainda faltava muito para que eles conseguisse esse direito, mas eles lutariam por isso.

Noah ainda sofria com a ausência de sua mãe, sofria pela igreja ter fechado as portas para ele, mas ele não perdera a fé que um dia todos fossem o respeitar pelo que era, e por quem ele amava. 

Noah era um sonhador e ele sonhava com o dia em que todos se respeitariam sem julgamento, acreditando no amor de Deus e não no amor que os homens dizem sentir por Deus. 

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