Louis.
Harry não me respondeu no dia anterior. E nem voltou para casa.
No entanto, acordei no dia seguinte com risadas excessivas vindas de algum lugar da casa e, a partir daí, decidi que o dia seria uma merda. Eu estava certo, afinal.
Resmunguei um palavrão pela milésima vez na manhã ao ouvir novamente a risada, que mais parecia uma cabra parindo. Não era Harry, eu tinha certeza, a risada dele era igual a de um bebê: gostosa e contagiante. A que vinha do lado de fora era totalmente o oposto e eu estava querendo me suicidar apenas de ouví-la.
Portanto, ao invés de apenas ir ao banheiro, quebrar o espelho e cortar minha garganta com um pedaço do vidro, eu levantei da cama com a pior cara do mundo e me dirigi até onde o barulho estava: a cozinha.
— Alguém pode me explicar que caralho está acontecen-
— Louis — a voz de Harry me interrompeu antes de eu terminar a frase. Paralisei ao ver um cara com um enorme e bizarro topete castanho, um sorriso – que eu consideraria – totalmente psicopata e segurando a minha xícara ao lado de Harry.
A minha cara deveria ser a mais confusa e irritada possível já que, ao invés de nos apresentar, Harry simplesmente falou:
— Lou, vamos conversar. Pode esperar aqui mesmo, Brady — E me puxou para fora da cozinha, voltando para o meu quarto – de onde eu nunca deveria ter saído.
— Ele estava usando a porra da minha xícara com o H, bebendo o meu chá na porra da minha cozinha, além de atrapalhar o meu belo sono com a porra da risada extravagante dele! — gritei assim que Harry bateu a porta do quarto. Não era a minha intenção inicial, mas a raiva de ver o meu garoto compartilhando coisas nossas com um desconhecido doeu. Doeu mais do que eu imaginaria. E eu explodi.
Harry imediatamente segurou meu braço e fez "shh", me sentando na cama cuidadosamente. Puxei rapidamente meu braço de seu toque, impedindo-me mentalmente de me deixar arrepiar apenas com o toque de seus dedos. Era ridículo.
Minha vida era ridícula.
— Lou, aquele é o Brady. É meu novo namorado e eu o trouxe para te conhecer — Harry disse na voz mais calma possível, talvez sabendo que minha reação seria a pior de todas. E foi.
— O que? Aquele cara do topete esquisito? Por Deus, Harry, ele parece uma versão morena, franzina e com um sorriso totalmente assustador do Johnny Bravo.
— Ei, eu sinto te dizer, mas agora você vai ter que tentar gostar dele.
— Eu não vou gostar. Você sabe que eu sempre me apego à primeira impressão que tenho das pessoas e que eu nunca vou gostar de alguém que se apossa de coisas minhas como se já soubesse tudo sobre elas — Harry me olhou com olhos arregalados e eu senti meu rosto queimar, percebendo o que havia dito. Imediatamente desconversei: — Lembra da Jenny? Ela me doou sangue e eu nunca gostei dela por causa da minha primeira impressão.
— "Se apossar de coisas minhas". Então isso tudo é ciúmes? — meu rosto esquentou mais. Abaixei minha cabeça, não deixando ele ver meu estado.
— Eu estava falando da minha xícara — retruquei. Bela mentira, Louis.
— Você está com ciúmes! Oh meu Deus, Louis! Eu nunca vou te deixar, você sabe disso não é mesmo? — levantou meu rosto e me obrigou a olhar suas malditas orbes verdes. — Como é o ditado? "Para sempre Louis&Harry e Harry&Louis"?
— Você deixou ele beber meu chá na minha xícara preferida, Harry! — exclamei, parecendo uma criança birrenta de seis anos. Talvez devesse me envergonhar de toda a cena, mas era isso ou chorar por toda a minha vida porque o meu amor estava com outro.
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FRIENDS [L.S]
Fanfiction"Ele era especial, eu tinha certeza. Algo forte nos cercava, algo tão fortemente bom que me fazia ir perder os sentidos de vez em quando, me deixando num estado bobo de ficar o observando por minutos e só ser acordado do transe quando ele batia em m...