Six

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Louis.

Doncaster renovava todas as minhas energias. Era como se, enquanto eu estivesse lá, nada no mundo pudesse me atingir.

Era dia vinte e três de dezembro e eu estava caminhando pelas ruas pouco movimentadas com Stan e Luke, meus dois amigos de infância. A época dos feriados de fim de ano era quase o único momento que nos reuníamos para pôr todas as nossas vidas em dia, o que sempre deixava Harry morto de ciúmes.

— Você sempre me deixa em casa assistindo série com a Gemma para sair com seus amiguinhos, parece que não gosta da minha presença — resmungou o cacheado com um bico adorável nos lábios. Estávamos em sua casa na véspera de meu aniversário quando Stanley ligara para meu celular, me chamando para dar uma volta.

— A culpa não é minha se você não gosta dos meninos, meu sol. Você poderia nos acompanhar sempre — murmurei sorrindo. Ver Harry com ciúmes era uma das melhores coisas do mundo.

— Mas você não deveria me deixar, de qualquer forma.

— Oh meu Deus, Hazz! Eu vivo mais de trezentos dias do ano com você e apenas uns dez com meus amigos de Doncaster. Você está sendo injusto em me querer só para você — exclamei, apertando suas bochechas. Aproximei-me de seu rosto e plantei um beijo demorado em sua têmpora.

— Te encontro na sua casa quando voltar. Mama Jay me pediu para ajudá-la com os preparativos para a festa do meu homenzinho de vinte e dois anos — agora foi a vez dele apertar minhas bochechas, já com seu bico sendo transformado em um sorriso.

— Tudo bem. Vou me despedir de Mama Twist e de Gemma — sussurrei beijando novamente seu rosto e em seguida levantando do sofá.

—... E foi isso. O que você acha, Louis? — olhei para o lado rapidamente, vendo Luke me encarar e, logo ao seu lado, Stanley. Olhei-os perdido.

— Você não ouviu uma palavra do que Luke disse — Stanley comentou rindo em seguida. — A sua história é tão merda que nem o Louis quis ouvir.

Luke deu um soco em Stan, o que fê-lo revidar. Revirei os olhos sorrindo para a infantilidade dos dois. Sempre fora assim.

— Eu só não estou muito bem, caras. Desculpe, Luke, pode repetir sua história?

— Ah não, puta que pariu! Seria a sexta vez que eu ouviria a mesma história, não aguento mais. Conte você a sua história, Louis, você está calado desde que saímos de sua casa e eu quero realmente ouvir algo que não seja a namorada de Luke pondo chifre nele — Luke novamente socou Stan e foi revidado. Depois da troca de carinhos, me encararam novamente.

— Eu e Harry não estamos nos falando.

— Disso nós sabemos — Luke comentou, óbvio. — Se estivessem se falando ele estaria na sua casa ou você na dele, como sempre acontece todos os anos.

— Cala boca, corno. Continua, Louis, me diz porque o casal vinte não está se falando.

— Ele arrumou um namorado que me odiou, pediu para ele se afastar e eu só disse que ele estava certo. Então Harry se afastou.

— O que? Você simplesmente disse para ele ir embora?

— Eu não tinha porquê prendê-lo. No começo eu admito que fiquei louco de ciúmes, tanto que fiz um escândalo ridículo quando Harry levou o cara lá no apartamento, mas depois eu comecei a pensar e percebi que não havia motivos para aquilo. Eu posso ser amigo de Harry há anos e posso ser apaixonado por ele, mas ele não me pertence, ele tem a vida dele e eu nunca iria querer atrapalhá-la. Ele mesmo disse que precisava desapegar, então eu apenas o deixei ir.

FRIENDS [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora