Four

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Harry.

— Ele quer que eu me afaste de você — soltei quando o vi sentando no sofá, segurando um balde de pipoca.

Eu era tão, tão idiota. Era claro que Louis estava certo, ele sempre era tão inteligente e eu um burro por nunca perceber nada ao meu redor. Ele sempre me avisava, me alertava sobre tudo e eu simplesmente o ignorava, até tudo cair em cima de mim.

Era sexta-feira. Havia completado exatos um mês de namoro com Brady há uma semana e, desde então, ele vem me perguntando o porquê de eu ainda estar com Louis. Não era tão difícil assim, era? Louis era meu melhor amigo e desde sempre estivemos juntos. Era apenas aquilo. Ou era algo a mais?

— Você sente algo por ele, Harry?

— O que? — levantei-me da cama, encarando-o. Brady deu um sorriso e olhou para mim, agora parecendo totalmente sério.

— É meu dia de folga. Você poderia ficar aqui comigo o dia inteiro transando e fazendo qualquer outra besteira, mas você está querendo ir para casa para ver se ele está bem. Uma mensagem não basta, Harry? Você prefere realmente um outro cara do que seu namorado?

Olhei-o confuso. Ele nunca havia falado tão... enojado comigo antes, como se soubesse de algo terrível que eu o escondia há tempos. Brady falava de Louis como se ele fosse a pior pessoa do mundo e, porra, ele era a melhor pessoa do mundo.

— Eu passei o dia com você ontem, Brady. E ele não é qualquer cara, ele é meu melhor amigo e havíamos marcado de sair há tempos. Eu posso voltar para cá depois se quiser, mas não vou desmarcar com ele.

— Esse é o problema, Harry! Você nunca pode desmarcar com ele! É sempre "Louis me pediu para fazer isso, eu vou lá", "Louis quer isso, eu vou comprar para ele", "Louis ama esse sorvete, me lembre de comprar um pote para ele!". Você é vidrado nesse cara, Harry. É como se ele fosse o seu namorado e não eu, como se você estivesse apaixonado por ele, e não por mim — e eu não soube o que dizer, porque sabia que ele tinha razão. — Eu sei que te conheço há pouco mais de dois meses e ele te conhece há quase vinte anos, mas sou eu quem está com você agora. Nós somos namorados, e eu não quero que você aja como se fosse namorado de outro, quando na verdade é o meu.

E assim começou meu tormento pessoal.

Voltando para casa naquele dia, recebendo um abraço caloroso e um beijo no rosto seguido de um "Eu senti sua falta, Sty", eu passei a me perguntar se realmente o que tínhamos era apenas uma amizade.

Passei quase toda a semana com Brady, que cada vez mais dizia algo relacionado a Louis e à sua insatisfação de sermos tão próximos. Isso passou a me incomodar porque... A partir daí, eu passei a ter pensamentos estranhos com Louis.

Revi todos os meus momentos com Louis, assim como nossas atitudes um para com o outro, desde o amanhecer até o anoitecer. E, Deus, parecíamos tanto um casal. Mas, ao mesmo tempo era uma relação tão boa que eu não gostaria nunca de mudar nada.

Então eu comecei a imaginar como nós seríamos se fôssemos realmente namorados. E isso foi um caos para minha mente já conturbada porque, com tudo isso, eu também imaginei como seriam os beijos de Louis.

Seriam melhores do que os de Brady? Sua boca era tão fina e delicada, seu beijo com certeza teria as mesmas características. Mas, ao mesmo tempo, Louis era ousado e atrevido, então ele não seria tão romântico quanto eu pensava.

Se tudo o que eu fazia era remetido à Louis, depois daquela semana tudo pareceu triplicar, porque eu não conseguia de forma alguma não comparar tudo com meu menino de olhos azuis.

FRIENDS [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora