Trancamos as portas e ficamos encarando da janela, enquanto elas riam. Um som tenebroso e angustiante.
_ Acho que me queimei._ disse Bianca.
_ Todos nós. Elas lançaram uma maldição para fazer o mito se tornar verdade. Vamos queimar ao sol, como os primeiros vampiros. Antes de misturarem o sangue ao de humanos, até se tornarem os vampiros fortes, de hoje. _ disse Lucas.
_ O que elas ganham com isso?_ perguntou Laura.
_ Nos prenderam em um só lugar. Fica fácil nos eliminar aqui. _ disse Ralph.
_ Elas estão aprontando alguma, vejam..._ disse Lorie.
Elas realmente não haviam acabado ainda. Continuavam a lançar feitiços na direção da mansão. Sentimos a terra tremer sob nossos pés. E então o mais impensável aconteceu... Elas fizeram com que os esqueletos dos mortos, saíssem de sob a terra. Elas não precisavam de humanos caçadores. Sacrificar humanos. Por que elas tinham os mortos - vivos para fazerem o trabalho.
_ Eu tenho medo de caveira._ disse Luísa em pânico.
Os esqueletos vinham na direção da mansão. Andando cambaleantes. E o pior. Puxando o osso de suas próprias costelas para usar de estaca e nos atacar. Eram muitos. E a mansão era um espaço pequeno demais para lutarmos. Porém, se saíssemos, seriamos queimados vivos. Era essa a intenção. Perfurar o coração e nos jogar no sol. Morte certa!... Elas realmente queriam acabar com tudo.
_ Temos que atacar elas._ disse Julius.
_ Elas tem uma barreira protetora!... _ disse Alexandre.
_ Então o que faremos?... _ indagou Jonas.
Não se podia vencer um exército de mortos - vivos. Também não podíamos atacá-las. O que faríamos então?... Elas eram tão espertas, que sabiam que meu dom não funcionaria com eles, já que não tinham uma consciência.
_ Podemos atacá-las indiretamente?_ perguntei.
_ Podemos tentar._ disse Sabrina.
Elas então, usaram seus dons. Fizeram a terra se abrir, chover, cair raios e até as raízes das plantas tentaram chegar até elas. Nada passou pela barreira. A terra abaixo delas, o ar acima, tudo parecia estar com uma barreira intransponível.
_ Como vamos matar essas malditas bruxas?_ indagou Richard.
_ A prioridade é nos defendermos desses esqueletos. _ disse Gustavo.
_ Vamos ficar juntos. Um protege o outro._ disse Alexandre.
Eu só não protegeria Lavínia. Essa podia se virar sozinha. O problema é que ela veio para perto de Nicolae. E eu sabia que ele sendo do tipo paternalista, ia querer proteger todos. Até mesmo ela. Não era hora para eu ficar com ciúmes. Ainda mais desnecessário. "Ele é meu!" Repeti para mim mesma. E reparei que Luísa estava próxima de Drogo. Acho que por ter matado a namorada dele, ela se sentia na obrigação de se retratar, protegendo ele. Inclusive com a própria vida. Lorie também parecia disposta a morrer por Peter. Era visível o quanto estava assustada e mesmo assim, entrou na frente dele. A expressão dele naquele momento era de confusão. Outra que parecia prestes a dar a vida, era Sabrina. A garota agia como se não se importasse com nada, mas, como Luísa disse... No fundo ela gostava de Ralph. Isso ficou visível, pela maneira como ela estava olhando para ele. O medo de todos era visível. Como enfrentar um inimigo como aquele?
Quando o chão sob nossos pés se rachou e os esqueletos começaram a sair do chão, nós atacamos como podíamos. Eles invadiram a mansão. Estavam por todos os lados. Seus dedos finos, se fechavam com força em nossos pulsos. E eles tentavam de todo jeito, enfiar o osso que arrancaram da costela, em nosso coração. Era uma cena de pesadelo. Minhas presas cresceram. Meus olhos deviam estar vermelhos. O instinto de sobrevivência gritava para sair dalí. Mas, não tinha para onde ir. Ainda era cedo. Demoraria muito para que o dia anoitecesse.
_ Não deixem que enfiem isso em seus corações. Se eles fizerem isso e nos jogarem lá fora, vamos morrer. Não tem como se curar disso. _ eu gritei.
_ falar é fácil. Difícil é evitar que eles nos apunhalem. _ disse Lavínia.
Eu bati nas caveira até com o abajur da sala. Mas, eles eram enfeitiçados. Não se pode matar o que já está morto. Era uma batalha perdida desde o início e a única coisa que eu pensava era quando... Quando eu vou morrer.
_ Não tem como sair disso, Nicolae.
_ Tem que haver uma maneira.
_ Para cancelar um feitiço teríamos que matar quem o conjurou. Ou seja, aquelas malditas bruxas. Elas, tem uma barreira de proteção. Como vamos matá-las?
Ouvi um grito de dor tão forte que meu sangue gelado, ficou a baixo de zero. Era um som de lamento que eu sabia que viria a qualquer momento.
_ Laura!... _ Gritou Alexandre.
A garota que parecia uma índia, estava com o coração perfurado pelo osso de um esqueleto. Alexandre, Jonas, Mateus, Gustavo e Richard, que eram do grupo dela, correram para tentar evitar que ela fosse lançada ao sol, fora da mansão. Mas para a surpresa geral, não foi isso que aconteceu. No meio da sala, surgiu um caixão do chão. O esqueleto se jogou dentro dele com a garota. Os olhos dela se fecharam, antes que a tampa se lacrasse e o caixão afundasse na terra novamente.
_ Isso é o que estou pensando?_ eu perguntei.
_ Estávamos falando disso hoje... A maldição da morte! _ disse Ralph.
_ Vão nos prender dentro desses caixões, onde ficaremos até que matem todas as bruxas que participaram do feitiço. _ disse Sabrina.
_ Exatamente!... _ disse Ralph.
O olhar de pânico de Luísa era um reflexo do que todos nós sentíamos naquele momento.
_ Não. Eu não quero. Não vou!..._ Gritou Lavínia.
Estava difícil desviar de tantas. Eu e Nicolae ficamos de costas um para o outro. Assim, só precisávamos defender a frente. Dei um soco na cabeça de um esqueleto. A cabeça voou em outro. Mesmo sem a cabeça o esqueleto continuou atacando. Eu vi quando Dois esqueletos atacaram Peter. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Lorie bateu em um e se jogou contra o outro. Um terceiro atacou Peter, que tinha ficado distraído. Poucos antes de atingir o coração dele, Lorie entrou na frente.
_ Lorie! _ Peter gritou. _ Por quê?...
Ela deu um sorriso fraco.
_ Por que eu amo você!
E ela também foi levada para um caixão sob a terra, sem que pudéssemos fazer nada. Chocado com o que havia acabado de acontecer, Peter também foi atingido e levado para o subterrâneo.
Nada do que eu fazia adiantava. Estava frustrada. Com raiva e não tinha tempo de chorar as perdas.
_ Morre!_ Gritei. Batendo naqueles esqueletos.
Todos pareceram entender que era uma luta perdida. E então, começaram a dizer coisas, que só se diz quando sabe que vai morrer.
_ Ralph... _ Sabrina chamou, chorando. _ Eu nunca tive coragem de dizer isso para você. Eu não sou tão confiante ou corajosa como a Lívia!... Eu só pareço não me importar com nada, ser toda rebelde, livre. Mas, a verdade... É que eu sempre quis me prender a você. Mas, tive medo! Se tivermos uma outra vida... Quero ter a chance de ser sua mulher!... Eu sempre amei você.
Quando a caveira a atingiu, Ralph gritou de desespero.
_ Nãaaaaaaao!...
E foi atingido também. Enquanto observavam a cena, Jonas, Mateus, Richard e Gustavo também foram atingidos. Alexandre desesperado se aproximou das mulheres de seu grupo.
_ O que está fazendo?_ gritou Drogo.
_ Eu vou proteger você._ disse Luísa.
_ Eu não preciso disso. Não me importo se eu morrer. Não tenho um motivo para viver mesmo.
_ Você não pode morrer, só por que ela morreu. Eu não espero que me perdoe por ter matado ela. Mas, eu espero poder me redimir, te protegendo.
_ Nada que você faça vai apagar o fato de tê-la matado. E eu sei... Se não fosse você, seria outra pessoa. Por que ela queria matar a Lívia. Ela escolheu a amiga. A vingança era mais importante para ela do que o meu amor. Isso faz algum sentido?...
Drogo colocou para fora, toda a dor da decepção, que Natasha causou nele.
_ Não faz nenhum sentido. Mas, aconteceu e você precisa superar isso. Ela pode não ter te valorizado, mas você tem valor sim. Sua família te ama, Drogo!... Viva, por eles. Um dia você terá alguém que te ame de verdade.
Drogo estava olhando para ela, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, quando a caveira a atravessou o coração. Ele ficou chocado. Tentou puxar o osso, mas a caveira a levou embora. Ele começou a bater em todas ao seu redor, desesperadamente. E logo foi atingido. Ele olhou para Nicolae, murmurando um "desculpa", antes de ser levado também.
Reparei que o número de caveiras ao nosso redor, diminuiu muito. Sabendo que não restava muito tempo, eu me concentrei em enviar uma mensagem ao Viktor... " As bruxas lançaram a maldição da morte! Também, nos queimamos ao sol!... Tome cuidado quando vier!... Estão nos prendendo em caixões, sob a terra. Se conseguir nos resgatar... Seremos eternamente gratos, papai!"...
Nicolae empurrou um esqueleto que tentou me atingir. Continuamos lutando em conjunto. Ouvi os gritos das garotas do grupo de Alexandre. E o grito do próprio. Eu só não me comovi quando ouvi o grito de Lavínia. Essa, eu vi sendo levada com um sorrisinho no rosto. Eu sei, muito cruel de minha parte. Mas, se tem uma coisa que eu odeio é vadias!...
Quando percebi, só restavam Nicolae e eu na mansão. Não havia mais tempo.
_ Enviei uma mensagem ao Viktor. Ele é nossa última esperança._ eu disse.
_ Eu nunca pensei que fosse ficar aliviado por ter a ajuda dele. Mas, é a nossa única chance de sair dessa. Eu quero ter a chance de olhar para meus filhos. Segurá-los no colo. Casar com você. Não importa quanto tempo nós fiquemos presos nessa maldição. Eu ainda vou te amar quando sairmos daqui.
_ Onde quer que eu esteja, não importa quanto tempo passe, eu sempre vou amar você.
Seguramos as mãos, olhando nos olhos um do outro. Eu queria que fosse a última coisa que eu ia ver... Os belos olhos azuis de Nicolae.
A dor veio, quando me atingiram no peito. E foi uma sensação horrível, ser jogada naquele caixão e ver a tampa se fechar. Antes que meu pânico de escuro me dominasse, meus olhos se fecharam. Eu estava presa na maldição da morte!...
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Is It Love? Nicolae - Laços de Sangue.
FanfictionA segunda temporada da fanfic baseada nesse jogo otome, Is It Love. Voltada ao personagem Nicolae. Na primeira temporada, vimos até que ponto o nosso rapaz certinho vai, para proteger o segredo da existência dos vampiros e sua família. E o quanto el...