6 CAPÍTULO - Lembranças e um choque.

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O pequeno papel queimava em minhas mãos e, pela enésima vez, eu li.

Pela visão periférica, notei uma movimentação e suspirando, apenas dei um passo para trás

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Pela visão periférica, notei uma movimentação e suspirando, apenas dei um passo para trás. Uma Daiane bem irritada passou direto, batendo as luvas de box com raiva. Guardei o bilhete olhando para a minha mais nova pupila. Que estava bem disposta a me arrancar uns dentes. 

O que não poderia deixar acontecer, já que eles me custaram um bom dinheiro.

Não tinha como você me ver! — ela grunhiu, raivosa — Estava mais concentrado nesse pedaço de papel! — apontou com escárnio para o envelope negro. — E isso só seria interessante se fosse um cupom de algum restaurante.

Ergui uma sobrancelha.

Está com fome? — ajustei as minhas luvas e endireitei a regata. Não podia treinar de terno, infelizmente eles eram muito caros para acabarem sujos e rasgados. Ainda mais com toda a violência que a Chaves estava lançando contra a minha humilde pessoa. — Ok. Nós vamos almoçar... — propus, tentando fazer uma oferta de paz. Deus sabia lá o que essa mulher poderia ser capaz com o estômago vazio.  — Mas só se conseguir me atingir com algum golp... — não acabei de falar, só senti o forte impacto da mão dela contra o meu maxilar.

Grunhi, cuspindo uma quantidade bem sugestiva e irritante de sangue.

Daiane sorriu vitoriosa. Ela tirou as luvas e começou a desenfaixar as mãos.

— Se você podia fazer isso desde o começo... — massageei o queixo. Ele latejava um pouco. Mas não tanto quanto o meu ego levemente ferido com esse golpe. — Por que não fez?! — reclamei.

A risadinha irônica me fez revirar os olhos.

— Estava ocupada olhando para a sua bunda. — deu de ombros.

Parei de me lamuriar pelo golpe e a encarei, os lábios carnudos se converteram em um sorriso torto e eu percebi que, mesmo que eu não tivesse iniciado o treinamento de flertes, Daiane era o tipo de garota com o magnetismo natural. 

Os olhos claros sustentaram meu olhar, mas em segundos, ela os desviou.

— Não dá pra te encarar — resmungou — Seus olhos são tão fortes quanto o meu soco de direita.

Fiz um mínimo bico, me livrando das luvas de boxe, dei alguns passos, ainda encarando-a. Apenas parei quando vi as costas dela encontrar a parede com um pequeno baque surdo. Daiane levantou o queixo, tentando me fitar com superioridade.

Eu te intimido? — minha voz desceu dois tons e ela entreabriu os lábios.

Voc... — ofegou. Já estava prestes a soltar um dos meus sorrisos provocadores quando percebi que, na verdade,  ela estava prendendo uma risada. — Você é ridículo. Mas vai ser meu chefe, porque eu vou passar nesses seus testezinhos e virar uma Agente, então... — sua mão se espalmou no meu peitoral e ela o escorregou, tirando uma boa casquinha, ao mesmo tempo que me empurrava. Que falta de coerência.  — Distância. — piscou.

AGENTE KELLER - Ao seu dispor.Onde histórias criam vida. Descubra agora